tag:blogger.com,1999:blog-42985521378026532802024-03-18T21:05:26.921-07:00Cinema Arte Cinéfilos do mundo todo, uni-vos.Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.comBlogger993125tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-50988792004278340732024-03-15T06:48:00.000-07:002024-03-18T09:38:40.861-07:00Crítica: 20.000 Espécies de Abelhas (2023)<p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh1WH3fLa4T5y2_CuuoYNzWOx5w5r_Qi6j2mLSq9nPLIUD28yimTzUq0LxvEKVTlC2WC0WyOz6uMFBPi4oaq6J5MZTJ14RxTBGRu8fwM8UEO-J-3ixPi79XapPaPastE4z4mz4xkRM0t7_ZbI0TksCreh9s0YNe9T10zXCE7wWpe9s7n03EFUk8t_92E5U/s420/4492214.jpg-c_310_420_x-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="310" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh1WH3fLa4T5y2_CuuoYNzWOx5w5r_Qi6j2mLSq9nPLIUD28yimTzUq0LxvEKVTlC2WC0WyOz6uMFBPi4oaq6J5MZTJ14RxTBGRu8fwM8UEO-J-3ixPi79XapPaPastE4z4mz4xkRM0t7_ZbI0TksCreh9s0YNe9T10zXCE7wWpe9s7n03EFUk8t_92E5U/w295-h400/4492214.jpg-c_310_420_x-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="295" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Dirigido por Estibaliz Urresola Solaguren, 20.000 Espécies de Abelhas é um filme muito terno e sensível sobre a construção da identidade de uma criança que começa a perceber que não se encaixa no corpo que veio ao mundo. Após muitos elogios recebidos em festivais mundo à fora, o filme se sagrou com o prêmio de melhor roteiro no Goya (o Oscar espanhol), o que só engrandeceu ainda mais a estreia desta diretora que se mostra extremamente promissora.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwuYSpHuVuWw6BxdLEgZZIY6AkmvL_Obi4eTs5_D4qQ25JX3uMbsapptqmpiabAN6AfeXKQCr_eFqDG4ir9KMWhWJz5JvkhevKDrTU7EXQoO522-l80HZsCqe8LgBDHN9NugKG8hjBytUEU78QTLaYPGMoAo9mWBKXd3LwWjuFQFvPWgUrPFEWJpjz9cuk/s1024/20000-species-of-bees-meio-amargo-1-1024x576.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwuYSpHuVuWw6BxdLEgZZIY6AkmvL_Obi4eTs5_D4qQ25JX3uMbsapptqmpiabAN6AfeXKQCr_eFqDG4ir9KMWhWJz5JvkhevKDrTU7EXQoO522-l80HZsCqe8LgBDHN9NugKG8hjBytUEU78QTLaYPGMoAo9mWBKXd3LwWjuFQFvPWgUrPFEWJpjz9cuk/w640-h360/20000-species-of-bees-meio-amargo-1-1024x576.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Na trama, Ane (Patricia López Arnaiz) é mãe de três crianças, e entre elas está Aitor (Sofía Otero), um menino de oito anos. Ele não gosta de ser chamado pelo nome, mas mais do que isso, não consegue se identificar com o gênero com que fisiologicamente nasceu. Durante umas férias passadas na casa da família em uma zona rural, Aitor começa a se questionar de maneira mais contundente sobre a sua identidade de gênero, mas o processo é amargo, já que ninguém sabe lidar muito bem com isso. A avó de Aitor, Lita (Itziar Lazkano), que trabalha como apicultura, é quem acaba encarando a situação de maneira muito sensível, inclusive nos diálogos com a própria filha, que parece de certa maneira querer fugir da responsabilidade de aceitar o que o filho, ou filha, é.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A direção de fotografia faz um belo trabalho ao recriar a zona rural, que acaba tendo um papel importante no amadurecimento desta criança. E por falar nela, que grande atuação da menina Sofía Otero, cujos olhares e expressões conseguem captar perfeitamente todo o sentimento conflituoso pelo qual sua pequena personagem está passando. Ao perguntar de forma honesta para o irmão mais velho quando foi que ele descobriu quem ele era de verdade, vemos o quanto ela está em busca de descobrir a si mesma e principalmente o que está acontecendo, mesmo que ainda não compreenda direito o que é.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC9HzYOirN3yEFDR_w-lrLsOUOZEaOCP4ePB75NhETNULzXzqROw1FxHd2PEmehnIPKFKe0SK6IkosHx2i7gLj38IKdoCGiQhONSAxt0Hn4Rsc1bfYNi1WVAOZUMWSQky-l2B0Shq1MKtp4wG6MTio46V6rq2CpaMiktfbATvig6C1xnfd68HgNeK7c9dn/s1024/abe2-1024x574.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="1024" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC9HzYOirN3yEFDR_w-lrLsOUOZEaOCP4ePB75NhETNULzXzqROw1FxHd2PEmehnIPKFKe0SK6IkosHx2i7gLj38IKdoCGiQhONSAxt0Hn4Rsc1bfYNi1WVAOZUMWSQky-l2B0Shq1MKtp4wG6MTio46V6rq2CpaMiktfbATvig6C1xnfd68HgNeK7c9dn/w640-h358/abe2-1024x574.jpeg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Mais do que o amadurecimento das crianças, o filme também fala sobre a relação que há entre as diferentes gerações, neta, mãe e avó, e os laços que existem e que deixaram de existir com o tempo entre elas. Um roteiro muito complexo, bem escrito, e que mesmo com um ritmo lento consegue envolver bastante quem assiste.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsaI1PXOyv1e2fLNkKB_Bnq86uE5Kmr0oY9eIP8OyDgM6OebYh43FJa86jzDiapRidT7Uvld5QwsRwmY0Pdc4r-Y1gNwxivdJ5lswExG8Q-l_ASJXALpyDlr3bERJCnDRsODbPl53e511bhji-C9ViLYO9hjObkKB4gl9ThFHX1bvVAGov9vaZ3G9otz28/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsaI1PXOyv1e2fLNkKB_Bnq86uE5Kmr0oY9eIP8OyDgM6OebYh43FJa86jzDiapRidT7Uvld5QwsRwmY0Pdc4r-Y1gNwxivdJ5lswExG8Q-l_ASJXALpyDlr3bERJCnDRsODbPl53e511bhji-C9ViLYO9hjObkKB4gl9ThFHX1bvVAGov9vaZ3G9otz28/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-81356696820449104552024-03-14T05:28:00.000-07:002024-03-15T06:28:30.132-07:00Crítica: Ervas Secas (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioY8DaVj4uVKOzLwfCY7ba96AP3EtkPdsqj9XLO6GkX-GT3XlKSTtwHh_97Cwt8yceBZhmk1NicMpprI8qLYOx6nbpQ_3Au66Klg1ajIG1TBQQeakem2ykkMjFJPk3Bbc8ZgpfFam7qmT5U2UtLsbJSZCcdS_bLHJzJGrpK5ocuYULfEm_IoDWsixkgU7Y/s544/20240219-ervas-secas-papo-de-cinema-cartaz.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="544" data-original-width="370" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioY8DaVj4uVKOzLwfCY7ba96AP3EtkPdsqj9XLO6GkX-GT3XlKSTtwHh_97Cwt8yceBZhmk1NicMpprI8qLYOx6nbpQ_3Au66Klg1ajIG1TBQQeakem2ykkMjFJPk3Bbc8ZgpfFam7qmT5U2UtLsbJSZCcdS_bLHJzJGrpK5ocuYULfEm_IoDWsixkgU7Y/w273-h400/20240219-ervas-secas-papo-de-cinema-cartaz.jpeg" width="273" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Quem já conhece o cinema do turco Nuri Bilge Ceylan, sabe que ele tem características muito próprias em seus trabalhos, das quais ele não abre mão. O primeiro ponto é a duração dos seus filmes, que sempre batem na média de três horas para cima, e isso se dá pela intensidade que ele coloca em longas e estáticas cenas de diálogos. Ele não tem pressa em contar a história e muito menos em dissecar cada nuance de seus personagens, e por isso mesmo acaba sendo uma filmografia bastante divisiva.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGs2KVhtPGJPgG9yx2gQaiN0hgVYrV3juOV48HRu3UY2LFJiS5fd0J-c0wW_ZS_3ltmcF-w6r8KUidDnKm2RFIbDKatAbtTfECqDSRTniJfg8yl2ujMPTyxaagDZV-sypIHtEOQ21g9RW9NKzrnB0UsZzLVwLKYA2SneUJ8WBnKuj9kExDyIcqSdQhp0iB/s1024/ervas-secas-meio-amargo-1-1024x576.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGs2KVhtPGJPgG9yx2gQaiN0hgVYrV3juOV48HRu3UY2LFJiS5fd0J-c0wW_ZS_3ltmcF-w6r8KUidDnKm2RFIbDKatAbtTfECqDSRTniJfg8yl2ujMPTyxaagDZV-sypIHtEOQ21g9RW9NKzrnB0UsZzLVwLKYA2SneUJ8WBnKuj9kExDyIcqSdQhp0iB/w640-h360/ervas-secas-meio-amargo-1-1024x576.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Escolhido para representar a Turquia no Oscar de melhor filme internacional em 2024, Ervas Secas (Kuru Otlar Ustune), levemente baseado em um conto de Tchekhov, já é para mim o melhor trabalho do diretor. O filme se passa em um vilarejo na região da Anatólia, para onde Samet (Deniz Celiloglu) acaba de voltar após as férias escolares. Ele é professor de arte do ensino fundamental na escola local, mas apesar de aparentar estar contente com o retorno para casa, logo percebemos que ele na verdade não aguenta mais viver neste lugar. Seu desejo é ser chamado para trabalhar em Istambul, onde literalmente tudo acontece, pois segundo ele mesmo, quem vive no vilarejo não tem nenhuma oportunidade de crescimento e está fadado a viver o resto da vida trabalhando no campo. Ele inclusive fala isso para seus alunos, com quem ele não tem praticamente nenhum tipo de afeto, com exceção de uma garota, Sevim (Ece Bagci).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sem mostrar de fato a verdade, o diretor nos induz a acreditar que a menina nutre uma espécie de paixão por seu professor, enquanto ele parece se sentir confortável com isso. Como disse, não temos uma resposta definitiva sobre, mas é possível perceber através de pequenos gestos e algumas situações específicas, como a carta de amor que ela escreveu e que foi recolhida pela direção, mas cujo destinatário fica para a nossa imaginação. Talvez como retaliação por não ser "correspondida", Sevim é uma das meninas que acaba acusando Samet e seu colega professor Kenan (Musab Ekici) de assediarem meninas no ambiente escolar. Este dilema moral é o estopim de uma série de conversas entre os dois professores e a direção da instituição, que se mostra preocupada com o caso mas ao mesmo tempo tenta abafar.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEickFb2wi_Wa7qiTIHsYom5OXdVPxdpyaHMI__3ZzIDN3J4BtQCi3Hm_OUnHod0lnhtsYOyQvbDdSbZlBkjWB5lm9eQdPV7XPfsJzFZC30LSx2DNm0pzciSyDMIUBJ25Cbzf3YSM-S0bNclOj_3ZRfvARu8j1WQ7RCuBRzAlrSGsK8sdzo3F9QBa5X4TKOF/s1024/ervas-secas-2-1024x429.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="1024" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEickFb2wi_Wa7qiTIHsYom5OXdVPxdpyaHMI__3ZzIDN3J4BtQCi3Hm_OUnHod0lnhtsYOyQvbDdSbZlBkjWB5lm9eQdPV7XPfsJzFZC30LSx2DNm0pzciSyDMIUBJ25Cbzf3YSM-S0bNclOj_3ZRfvARu8j1WQ7RCuBRzAlrSGsK8sdzo3F9QBa5X4TKOF/w640-h268/ervas-secas-2-1024x429.jpeg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Na história ainda temos uma terceira
e importante personagem, Nuray, interpretada por Merve Dizdar, que
inclusive ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes
por esta sua atuação. A professora de inglês da escola estabelece um
vínculo muito forte com os outros dois professores, e é responsável
pelas principais discussões sociais e políticas que tomam conta do filme
na segunda metade. Militante e antenada com os avanços sociais no
mundo, ela parece deslocada nesta região que ainda vive com base em
preceitos ultrapassados, e é uma das poucas a enxergar o mundo para além
destas paisagens nevadas.</span> Por falar nas paisagens, a neve é um
elemento crucial na construção desta fábula fria e de certa maneira
melancólica sobre a sociedade turca atual e seu modo de vida. Assim como em seus filmes anteriores, Nuri aproveita muito
bem a interação dos personagens com elementos da natureza, e isso unido a
uma fotografia belíssima cria um filme visualmente pujante.</span> </span></p><p></p><span style="font-family: verdana;"></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqO4V8e-iUaA_K56izsXVdECzhdC159MdNcet2heEcgFEQTlsMKQJwQVVp_KAL-Jf5DvS0GRYzth52oqB0_yYOik4V0f2px4h7qZcJj1grGt9ArLL0tDNjFMzuS10F6PoJDP-wIv2E8vYXBEboXZu4o1g3sHKpncPT1_KMRmmRUyqKExyIeu_k8tGpjhQ4/s114/4%20estrelas.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqO4V8e-iUaA_K56izsXVdECzhdC159MdNcet2heEcgFEQTlsMKQJwQVVp_KAL-Jf5DvS0GRYzth52oqB0_yYOik4V0f2px4h7qZcJj1grGt9ArLL0tDNjFMzuS10F6PoJDP-wIv2E8vYXBEboXZu4o1g3sHKpncPT1_KMRmmRUyqKExyIeu_k8tGpjhQ4/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-79285870803690486562024-03-10T15:08:00.000-07:002024-03-14T07:26:00.813-07:00Crítica: Garra de Ferro (2023)<div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9yQPE5OkDnu7Hd-k-8L667ZQiqiaNd6Won-9NMAbrMYxHRxCHCTwKmj8wcRjIccJJmfwPVJAplza5I2MO9mVYxByy6nUuFbrkdfadWK0xRo12lF08g5Az_6PMjlPdRi9EmX-kpAT-M8M9GmVcmHOrd7etKW3zd2K4xFsIATfTixPvPR62oQApNui7O72X/s1407/20240120-garra-de-ferro-papo-de-cinema-crtaz.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1407" data-original-width="999" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9yQPE5OkDnu7Hd-k-8L667ZQiqiaNd6Won-9NMAbrMYxHRxCHCTwKmj8wcRjIccJJmfwPVJAplza5I2MO9mVYxByy6nUuFbrkdfadWK0xRo12lF08g5Az_6PMjlPdRi9EmX-kpAT-M8M9GmVcmHOrd7etKW3zd2K4xFsIATfTixPvPR62oQApNui7O72X/w284-h400/20240120-garra-de-ferro-papo-de-cinema-crtaz.jpeg" width="284" /></a></div><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Retrato de uma obsessão doentia, que direta ou indiretamente, acaba gerando uma espiral de tragédias. Garra de Ferro (The Iron Claw) conta de forma crua a história real por trás dos Von Erich, que se tornaram a família mais famosa do mundo</span><span style="font-family: verdana;"> do Wresteling (luta-livre profissional), tanto pelas conquistas nos ringues como pelas tragédias que assolaram a família durante anos, quase como uma maldição.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt77VMYA9pB9eKzm0PbATJbGKPcUpzhSCkbMPqZO_Z6WZza3P4Xh4KJGW2ZUbXkvn_95_pWZeJt-s1dNuDTS5ZuQj-pAQN9vOZmF5ydBtk4E9UK81TDOiJtlYboneBAepLtoKuGzURwz03K0az8l_YGIVOtN1NanAlkj4RqqHRt5xbiINUBjRP5LquO8jJ/s774/1183911510-5a4e318679472532810d874a01e5a550.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="774" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt77VMYA9pB9eKzm0PbATJbGKPcUpzhSCkbMPqZO_Z6WZza3P4Xh4KJGW2ZUbXkvn_95_pWZeJt-s1dNuDTS5ZuQj-pAQN9vOZmF5ydBtk4E9UK81TDOiJtlYboneBAepLtoKuGzURwz03K0az8l_YGIVOtN1NanAlkj4RqqHRt5xbiINUBjRP5LquO8jJ/w640-h360/1183911510-5a4e318679472532810d874a01e5a550.jpg" width="640" /></a></div><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O patriarca da família era Fritz (Holt McClallany), um homem que pro anos batalhou para conquistar o cinturão de campeão na NWA, mas nunca conseguiu realizar seu sonho. Essa sua obsessão acaba sendo passada para cada um dos filhos, que desde pequenos foram colocados nos treinamentos para se tornarem lutadores, com o desejo imparável do pai de ver o cinturão de campeão parar na família. </span><span style="font-family: verdana;">O mais velho, Kevin (Zac Efron), é o que está mais perto de alcançar essa conquista. Outros tentam seguir sonhos diferentes, como Mike (Stanley Simons) na música, ou até mesmo em outro esporte que não seja a luta, como Kerry (Jeremy Allen White), que vira atleta de arremesso de disco. Porém, uma hora ou outra, todos acabam sendo levados a lutar oor pressão do pai. E é interessante perceber como eles querem dar o seu melhor não apenas para ganhar, mas para se tornar o "filho preferido" do pai.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O que mais gostei em Garra de Ferro é que o filme foge completamente de narrativas clichês que são usadas constantemente em filme do tipo. Em outras palavras, não é uma cinebiografia esquemática, que segue um padrão. Temos, sim, uma abordagem muito humana e complexa da relação familiar dos personagens, e principalmente do sentimento deles em relação às fatalidades que ocorrem dentro do círculo familiar. Um fato curioso é que ocorreu tanta coisa ruim com eles, que o diretor optou até mesmo por tirar da história um dos irmãos, que segundo consta, teve a pior de todas as ocorrências.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A atuação do ator Zac Efron é o momento apoteótico da sua carreira. Ele consegue passar com firmeza toda a transformação dramática pelo qual seu personagem passa durante a jornada, e o peso de ser considerado o responsável por fazer a família dar a volta por cima de tanta tragédia com uma conquista nos ringues. O resto do elenco também está muito competente, onde todos os atores tem seu espaço na construção desta família bastante complexa. Gostei muito também da ambientação da época, que foi muito bem construída.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnCtfsLU5RBueM5Z5fyxVnx4DwyXF-_rj9c3rNmsYiuSfM8885KX6URSbFIIMPwDb0jjErAIphSLOdDTIW_AmwefNeiKl1KNu99sgbROSRVy-SiXdn1FO_Nsh5SR798qbX00yoZe_pCnlkXdeY2col4NZ6iIgN_tKHRBZ7HXPYYHWmqow77PiXVJoJkmVR/s800/20240120-garra-de-ferro-papo-de-cinema-800.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnCtfsLU5RBueM5Z5fyxVnx4DwyXF-_rj9c3rNmsYiuSfM8885KX6URSbFIIMPwDb0jjErAIphSLOdDTIW_AmwefNeiKl1KNu99sgbROSRVy-SiXdn1FO_Nsh5SR798qbX00yoZe_pCnlkXdeY2col4NZ6iIgN_tKHRBZ7HXPYYHWmqow77PiXVJoJkmVR/w640-h480/20240120-garra-de-ferro-papo-de-cinema-800.jpeg" width="640" /></a></div><br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Indo muito além de um filme sobre a superação no esporte, Garra de Ferro fala principalmente sobre laços familiares, dor e luto. Tem trechos verdadeiramente angustiantes, mas ao mesmo tempo carrega uma pulsante e enérgica vontade de vencer, tanto no esporte como na vida. Numa época onde a saúde mental de atletas tem sido muito discutida, Garra de Ferro também serve como um alerta de como a pressão pela vitória pode ser nociva. A consagração no esporte é linda, mas jamais deve passar por cima de outras coisas mais importantes.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTSyxZ5nGMdS-ZxYrl-cGTtfS5umeoBmCsEL5iJOxH_ccd7RblFdNZ1SSU3XzcJy3gCLrPT29KJj7_NwMbSEu7lHVR_ieDdLSQzKdopmmAfdxqr9QKEncFrTpNsRAL2PFKTbN4Qo__Luzf4S3q44twBfYZmdg3j_uT1NTh64Iqd8si8yjSfRYj2CMC-bY/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTSyxZ5nGMdS-ZxYrl-cGTtfS5umeoBmCsEL5iJOxH_ccd7RblFdNZ1SSU3XzcJy3gCLrPT29KJj7_NwMbSEu7lHVR_ieDdLSQzKdopmmAfdxqr9QKEncFrTpNsRAL2PFKTbN4Qo__Luzf4S3q44twBfYZmdg3j_uT1NTh64Iqd8si8yjSfRYj2CMC-bY/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div></span></div>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-80344105448128823542024-03-07T10:22:00.000-08:002024-03-14T07:15:44.472-07:00Crítica: Ficção Americana (2023)<div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX43Cey4XKBnigdyMltvswd4SvVbaBHXM9CvIPzRqv1Cqrbnv7Fb5HyttXpuSrw3HO2ciK7mnzOQRnhyphenhyphenRFErw7-5ydK5pr82PIszOhOevrxJlnEqFnobonB-XrWm-HDnunuzCFgVv7WH10s1oSR6iJZ0IZoxlwkZeN47bjRE2BqdTXaXDzln8wis6MMwST/s711/american_fiction_480x.progressive.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="711" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX43Cey4XKBnigdyMltvswd4SvVbaBHXM9CvIPzRqv1Cqrbnv7Fb5HyttXpuSrw3HO2ciK7mnzOQRnhyphenhyphenRFErw7-5ydK5pr82PIszOhOevrxJlnEqFnobonB-XrWm-HDnunuzCFgVv7WH10s1oSR6iJZ0IZoxlwkZeN47bjRE2BqdTXaXDzln8wis6MMwST/w270-h400/american_fiction_480x.progressive.jpg" width="270" /></a></div> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Considerado uma surpresa nesta temporada de premiações, e indicado entre os dez finalistas ao Óscar de melhor filme, Ficção Americana (American Fiction), do estreante Cord Jefferson, fala sobre a hipocrisia no mundo literário norte-americano, mas sua crítica também pode ser usada em outras camadas culturais e sociais, como no próprio mundo do cinema.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5nci-IPlaIXIZHsgLgcR1yw2O-0KeteclIhvjRkVcsfpBWIuecCVNyFQgxu5PFtIFaI7SH4XUxgJIZdO906sRCz9_C8L8Qax3dSgalMs1sXVF9h6n_wUgKHj1QjqUi7s7QFUsAzKFnIec6XL7zr0w8Scn9KLbPnXug-4HKxiQdBq7o8pwMpawr_79t6Gf/s900/american-fiction-f_03320_r_rgb_custom-9c4efdd6045ee9b2208c20de69d920421838c08b-s900-c85.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="900" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5nci-IPlaIXIZHsgLgcR1yw2O-0KeteclIhvjRkVcsfpBWIuecCVNyFQgxu5PFtIFaI7SH4XUxgJIZdO906sRCz9_C8L8Qax3dSgalMs1sXVF9h6n_wUgKHj1QjqUi7s7QFUsAzKFnIec6XL7zr0w8Scn9KLbPnXug-4HKxiQdBq7o8pwMpawr_79t6Gf/w640-h426/american-fiction-f_03320_r_rgb_custom-9c4efdd6045ee9b2208c20de69d920421838c08b-s900-c85.jpg" width="640" /></a></div><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A trama acompanha Thellonious Ellison (Jeffrey Wright), conhecido como Monk, um professor universitário e escritor negro que despreza todo tipo de conteúdo de militância racial. Ele inclusive se revolta por ver seus livros sendo expostos em uma prateleira de “livros sobre cultura afro-descendente”, pois para ele as obras que escreve são apenas livros de ficção, como os escritos por qualquer pessoa, independente de raça, e não tem porque existir esta separação. </span><span style="font-family: verdana;">Por ter essa visão, ele acaba sendo excluído pelas editoras, que cada vez mais exigem que livros escritos por pessoas negras tragam estórias estereotipadas pelo sistema, como a vida na periferia, o vício em drogas, e sobretudo a violência policial, pois é isso o que mais vende.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A ironia surge quando Monk decide escrever um livro que segue todo o clichê possível sobre a identidade negra, e o livro se torna um grande sucesso, mesmo sendo propositalmente muito ruim e mal escrito.</span><span> </span><span style="font-family: verdana;">O filme funciona bem na parte da sátira, mas desperdiça todo o seu potencial quando vai para o lado do drama familiar. Não consegui me conectar com nenhum dos percalços que o protagonista enfrenta quando precisa voltar para a casa da família em Boston e lidar com a mãe doente e uma irmã recém divorciada. Também não consegui me conectar com o personagem do irmão de Monk, interpretado por Sterling K. Brown, que acaba sendo bastante caricato.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQNMLfCCPt9ZwyAdtjDjMHOicFOZKYZppejlzrwNDw1dWwSuY6aMCYJ1VKBFGI0xYITPOLAhcjqOyKBdr1wdGIVOUpSkRyX-ZN0JorfvvoiE-ylNgWM5F4Q5IZ-37QdQ8AxY1H0s6kjAIsIn0swq7i47YiFCaLiVKl86l0G8y_NQVe7vn6RWIo-Xtl3muK/s900/american-fiction-f_01952_r_rgb-49e367236f0b633e2e1752b51a1a6f7b10d4f890-s900-c85.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="900" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQNMLfCCPt9ZwyAdtjDjMHOicFOZKYZppejlzrwNDw1dWwSuY6aMCYJ1VKBFGI0xYITPOLAhcjqOyKBdr1wdGIVOUpSkRyX-ZN0JorfvvoiE-ylNgWM5F4Q5IZ-37QdQ8AxY1H0s6kjAIsIn0swq7i47YiFCaLiVKl86l0G8y_NQVe7vn6RWIo-Xtl3muK/w640-h480/american-fiction-f_01952_r_rgb-49e367236f0b633e2e1752b51a1a6f7b10d4f890-s900-c85.jpg" width="640" /></a></div><br /></span><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Infelizmente, é gritante a falta de profundidade com que o diretor aborda os personagens secundários. O filme é apenas de Jeffrey Wright, e gira 100% em torno do seu personagem. Quando ele não está na tela, não há história. Ou há, mas não tem nada que cative e faça o espectador se interessar. A crítica é, sim, bastante sagaz, principalmente quando fala sobre o que a sociedade atual consome culturalmente, mas só isso não basta.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicm_V1RjnV-2JNNLKyOi0-eaZmAkGOP5PBE00Ym1UOtJDcq6gEv0I8xy4nTkOHtZRa4zj6Z-qszKHh7tzsNMGKMEfBhHEQecwZKboCp734CuRp7vRpxpBQ2_a5V6UVYr6cPfcnAtKQnwpoxbnLzOH2UgUFuuSpX3vRmFKRZhx9HNsTxSQGpZXY_Uaqm7V9/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicm_V1RjnV-2JNNLKyOi0-eaZmAkGOP5PBE00Ym1UOtJDcq6gEv0I8xy4nTkOHtZRa4zj6Z-qszKHh7tzsNMGKMEfBhHEQecwZKboCp734CuRp7vRpxpBQ2_a5V6UVYr6cPfcnAtKQnwpoxbnLzOH2UgUFuuSpX3vRmFKRZhx9HNsTxSQGpZXY_Uaqm7V9/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div></span></div>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-5285719250247018832024-03-06T06:08:00.000-08:002024-03-14T07:08:49.359-07:00Crítica: Zona de Interesse (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKPbB_cJfZydi-hbu_JxRr88sUC2fgqG_oa1bsjovpcungGyYz_Gt-FjIPUi3L_dH0ebIBdZoc3TTQjpEfaG_VxNT6hyv3HwfqigmTI3qZkdrVENl7SvQHymbWwWc8R_Nnx0GxVq1hPCykZC2GvPt0VNsAMS2Ujg_5HAwRJiqsd95vJDr5lCrl9czcS10q/s3000/kSG4snQUDWtbmdf0DpU9b28J1RH.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="2000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKPbB_cJfZydi-hbu_JxRr88sUC2fgqG_oa1bsjovpcungGyYz_Gt-FjIPUi3L_dH0ebIBdZoc3TTQjpEfaG_VxNT6hyv3HwfqigmTI3qZkdrVENl7SvQHymbWwWc8R_Nnx0GxVq1hPCykZC2GvPt0VNsAMS2Ujg_5HAwRJiqsd95vJDr5lCrl9czcS10q/w266-h400/kSG4snQUDWtbmdf0DpU9b28J1RH.jpg" width="266" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">Banalidade do mal é uma expressão criada pela teórica política alemã Hannah Arendt, cujo conceito casa perfeitamente com a história contada em Zona de Interesse, filme do diretor britânico Jonathan Glazer. A ideia de que o mal está tão enraizado na humanidade que as pessoas cometem atrocidades até mesmo sem querer, de acordo com o contexto que estão inseridas, e foi muito citada nos julgamentos dos oficiais nazistas após a Segunda Guerra, sob o pretexto de que tudo que eles fizeram nos campos de concentração tinham o respaldo da lei vigente na época.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkSHyHjMKlzeP7u6xb33fhLdLgABBZmUwYJgJDkLrC8OnM9G19ifG05Gp4TXYu6Vya47LoR5-lUGFbu8IKupfCzu1ysnwTmvrPcq_1wyG0SyE51W0t2ZHEnF2HkchwNGXSKRm4wRdrcdWLLAmfXuXgtFRPAe8o1loyrHhNwnlaJu3uLTx3qfi0FLGXJqWo/s1220/zona-de-interesse-filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="674" data-original-width="1220" height="354" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkSHyHjMKlzeP7u6xb33fhLdLgABBZmUwYJgJDkLrC8OnM9G19ifG05Gp4TXYu6Vya47LoR5-lUGFbu8IKupfCzu1ysnwTmvrPcq_1wyG0SyE51W0t2ZHEnF2HkchwNGXSKRm4wRdrcdWLLAmfXuXgtFRPAe8o1loyrHhNwnlaJu3uLTx3qfi0FLGXJqWo/w640-h354/zona-de-interesse-filme.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">A verdade é que as maiores atrocidades da humanidade não foram cometidas diretamente pelos vilões conhecidos dos livros de história, mas sim por pessoas comuns, que viviam suas vidas normalmente entre uma morte e outra. É o caso de Rudolf Hoss (Christian Friedel), que comanda o campo de concentração de Auschwitz, considerado o maior do período nazista. O filme começa nos ambientando na casa grandiosa onde Hoss vive com a esposa Hedwig (Sandra Hüller) e os filhos, com piscina e belos jardins, ao lado dos prédios precários onde judeus são mantidos em situações desumanas. Ho</span></span><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">ss e a família nadam no rio local em um dia quente, comemoram aniversários, recebem visitas e fazem planos a longo prazo para a residência. Tudo aparentemente normal, não fosse o que está do outro lado dos muros.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">Nós não vemos o campo em si, muito menos os prisioneiros, pelo menos não da maneira como estamos acostumados a ver em outros filmes do gênero. A única exceção são suas torres e alguns pedaços dos telhados que surgem por cima do muro.</span><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"> </span>O <span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">que incomoda o espectador é justamente saber de antemão o que está acontecendo do outro lado, e o quanto esta família parece alheia a tudo. Enquanto as crianças brincam na piscina, atrás podemos ver a fumaça dos crematórios subindo pelas chaminés, ou a fumaça dos trens chegando, que sabemos, novamente apenas pelo conhecimento prévio da história, estarem abarrotados com mais prisioneiros. Hedwig mostra à sua mãe as hortas e jardins que ela cultiva no pátio, enquanto gritos de pavor são ouvidos do lado de fora. E absolutamente ninguém se importa. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZygm15NYzBkBjv2AMjTh6orZJ3kV-tsKSdCnxA-IK7X7TIflAfdj42pky5ue0b18V0oAGIpido0OgwXJynCn308RBActoHNWITAgg8sAvBxEEoLJnFqTe5Kqwx6rZwQOqs3Nc7l1uOf0sFAxDfXjh42yvXKs45TBi5bEIMNTmojOaoA9m4jopqoRFdIvC/s888/zona-de-interesse-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="888" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZygm15NYzBkBjv2AMjTh6orZJ3kV-tsKSdCnxA-IK7X7TIflAfdj42pky5ue0b18V0oAGIpido0OgwXJynCn308RBActoHNWITAgg8sAvBxEEoLJnFqTe5Kqwx6rZwQOqs3Nc7l1uOf0sFAxDfXjh42yvXKs45TBi5bEIMNTmojOaoA9m4jopqoRFdIvC/w640-h360/zona-de-interesse-1.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">Um dos pontos principais a se destacar em Zona de Interesse é o som do filme. É um trabalho realmente impressionante. São tiros, gritos, tudo abafado, mas praticamente onipresente. Gosto também da fotografia do filme, com seus planos estáticos, como se fôssemos observadores de tudo que acontece à nossa frente.</span><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"> </span>O <span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">meu problema com o filme, é que em certo momento ele se torna um tanto quanto monótono. E antes que digam qualquer coisa, eu não tenho problema algum com filmes de ritmo lento, mas este definitivamente não funcionou comigo da mesma forma que funcionou com outras pessoas (e tudo bem). O diretor também utiliza alguns elementos experimentais que acabaram me afastando um pouco da história, como a história da menina que é mostrada sempre por uma câmera de visão noturna. Acredito que o filme é satisfatório na demonstração de sua ideia, e é bem fácil entendê-la, mas infelizmente peca no desenvolvimento.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4tCFOicyBzrphZIJihokDVRGG3ZdZjg1Iv-duzZj9Xyj2l8FtoulgD997w6M26zljTeKyDPz6YYQmGdQX4jBU6zdarK9yLuOGiahJuzsTp2DhVen7Plysf4JK46LtkVMGTpBJvEFeWItr9w0ixGnYbIl0-fJo4Z4hXdS23PNkSg0VtiMskNUcqFjXjxko/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4tCFOicyBzrphZIJihokDVRGG3ZdZjg1Iv-duzZj9Xyj2l8FtoulgD997w6M26zljTeKyDPz6YYQmGdQX4jBU6zdarK9yLuOGiahJuzsTp2DhVen7Plysf4JK46LtkVMGTpBJvEFeWItr9w0ixGnYbIl0-fJo4Z4hXdS23PNkSg0VtiMskNUcqFjXjxko/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></span></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-8791260681622354862024-02-19T13:19:00.000-08:002024-02-21T06:53:31.468-08:00Crítica: Os Colonos (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5eGa8DL4JoDwLSwfMrQYxyIew3OnrnQRpmjmT9qii6jtJQZI8ctA8b4fcYp39STo-ZbTPw4PJ7BxMbFoMPdDYeqx2k6fbiitLNKVyqgQYExcZUJOnLm4Af-c1KVIdCSJqht-lORj5GNLHe2KuTyeyMRFxA1JdDoQ4anJM6H5668MKaASCSukfd2w4qHj/s581/los%20colonos%20oster.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="394" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5eGa8DL4JoDwLSwfMrQYxyIew3OnrnQRpmjmT9qii6jtJQZI8ctA8b4fcYp39STo-ZbTPw4PJ7BxMbFoMPdDYeqx2k6fbiitLNKVyqgQYExcZUJOnLm4Af-c1KVIdCSJqht-lORj5GNLHe2KuTyeyMRFxA1JdDoQ4anJM6H5668MKaASCSukfd2w4qHj/w271-h400/los%20colonos%20oster.png" width="271" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Representante do Chile no Oscar de filme internacional em 2024, Os Colonos (Los Colonos) marca a estreia de Felipe Gálvez na direção de um longa metragem, e que grande começo. O silêncio na sala em que eu estava após a sessão acabar diz tudo, pois é um filme realmente duríssimo, que resgata uma parte da história chilena que havia sido esquecida, mas que de maneira geral</span><span style="font-family: verdana;"> trata do genocídio praticado pelos colonizadores europeus contra os povos nativos de toda a América do Sul.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil2spXi7JcCEW43Y4D_8gmCVJSMpzysQpElt7kYd4VkxLCVkIt5pKHeT1lsap59J1AatXiFKGDN95O2G3eZP-l_Z3epXnaYtcCHVDmarnsgvjtHXpaXI0NcSkqMBN6BKYcJuwWSj8u5wM91WzuRsPJL-gOg3WCABuvXKYT7wSX5BU1UN4FPv7ftoMGAx62/s2186/los-colonos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1230" data-original-width="2186" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil2spXi7JcCEW43Y4D_8gmCVJSMpzysQpElt7kYd4VkxLCVkIt5pKHeT1lsap59J1AatXiFKGDN95O2G3eZP-l_Z3epXnaYtcCHVDmarnsgvjtHXpaXI0NcSkqMBN6BKYcJuwWSj8u5wM91WzuRsPJL-gOg3WCABuvXKYT7wSX5BU1UN4FPv7ftoMGAx62/w640-h360/los-colonos.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme se passa em 1901, no sul do Chile, mais especificamente na região onde fica o arquipélago da Terra de Fogo. Neste local, três homens partem rumo à fronteira com a Argentina para realizar uma tarefa ordenada por José Menendéz (Alfredo Castro), um rico proprietário de terras que quer proteger suas propriedades dos indígenas, já que segundo ele, um grupo de nativos teria invadido suas terras e se alimentado de dezenas de suas ovelhas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O comandante da jornada é Alexander McLennan (Mark Stanley), ex-tenente do exército britânico e um grande mercenário, que ficou conhecido posteriormente como um dos mais mortais “caçadores de indígenas” da época. Ele leva junto na comitiva um capataz de Menendéz, Bill (Benjamin Westfall), além de Segundo (Camilo Arancibia), um mestiço que era conhecido pela ótima pontaria com armas de fogo. Segundo, aliás, é o personagem mais enigmático da trama, pois ao perceber que a ideia principal da jornada era assassinar a maior quantidade possível de indígenas, ele se vê num conflito interno muito grande. Ele evidentemente não quer fazer parte disso, mas ao mesmo tempo não tem escolha, então de certa forma ele tenta, no mínimo, não ser responsável direto por nenhuma atrocidade. Porém, ver tudo com os próprios olhos e não poder fazer nada já é algo que ele vai carregar pra sempre com ele, independente da sua culpa ou não.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2qbz58VqYfULffeFCt78IF5S8fR1r3GW949V-T4ZUXQHHAc5mXUYJqVtufjiybDmfYQ6kaVED9gomMOXugKfd9j88p6MyzQEnjuFU9dmPDU2_Vyl5RaN6894roGCO2gFH8NzTnQAJ_xrzTOzIq6Q1894Xyun8U2VCUtNNjsBT0B3RVyHQOhETefXm01MW/s756/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20113703.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="756" height="376" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2qbz58VqYfULffeFCt78IF5S8fR1r3GW949V-T4ZUXQHHAc5mXUYJqVtufjiybDmfYQ6kaVED9gomMOXugKfd9j88p6MyzQEnjuFU9dmPDU2_Vyl5RaN6894roGCO2gFH8NzTnQAJ_xrzTOzIq6Q1894Xyun8U2VCUtNNjsBT0B3RVyHQOhETefXm01MW/w640-h376/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20113703.png" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Os selk'nam, também conhecidos como ona ou onawo, eram um povo indígena que vivia no sul da Argentina e do Chile, em especial, na Terra do Fogo, e foram um dos últimos grupos nativos na América do Sul a ser encontrados por colonizadores europeus. O genocídio se deu não apenas por meio da violência extrema, mas também pela destruição de toda a sua cultura, dos seus meios de subsistência e através de epidemias trazidas pelo homem branco. Uma das histórias contadas no filme, inclusive remete a um banquete de carne envenenada que teria sido oferecido por Alexander McLennan aos indígenas, onde de uma só vez mais de 300 indígenas foram mortos. Os métodos eram muitos, mas a finalidade era um só, e a mais cruel possível.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Outro detalhe que o filme mostra, e que também foi verídico, era que os brancos sempre cortavam uma parte do corpo dos indígenas mortos para mostrar aos chefes e receberem suas recompensas, o que os motivava a matar cada vez mais, já que o retorno financeiro seria maior. Como disse no início, o filme é realmente duríssimo de assistir em alguns momentos, mas extremamente necessário como resgate histórico de um povo que foi apagado dos livros de história. Apesar do ponto de vista narrativo ser bem diferente, é impossível não lembrar vagamente de Assassinos da Lua das Flores, do Martin Scorsese, que também faz um resgate histórico de um massacre ocorrido contra um povo originário.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2sqtIzcPJbaTnyO6TSJZfoTJKs84hGmgU7Z5m5EYO-47aBoLEq-My6qz7ywzZ-H1x48cT1_DwYRSlqBUJNH5DafgecHgPsk9cMwzrXXVk2qxKMWVeGpPGTpxNzMfBxOtL6089vISY5L05pK5nqlJQN1BcnHxhgjKbErfgfOrxca5SeH219SunaS99GYcP/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2sqtIzcPJbaTnyO6TSJZfoTJKs84hGmgU7Z5m5EYO-47aBoLEq-My6qz7ywzZ-H1x48cT1_DwYRSlqBUJNH5DafgecHgPsk9cMwzrXXVk2qxKMWVeGpPGTpxNzMfBxOtL6089vISY5L05pK5nqlJQN1BcnHxhgjKbErfgfOrxca5SeH219SunaS99GYcP/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-6953184907214688582024-02-15T11:50:00.000-08:002024-02-19T07:27:21.356-08:00Crítica: Todo Mundo Ama Jeanne (2024)<p><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs_c5q6VjRKQY9xWlJlGtQz1_S3OX-8d6xLUtYjnZDZ6QttxHNd1INJ7xk2LQyg9krkYTW_TL5_1Dw83ZGe5z05HxLMtLenzgtHEW2DBmkkxb5_x_lBf3RKzmLL5ciWCML-EwdCsMTYAH4vT5ttjE5lgd5u-HrFb_pur9Z6k6dCVLMBBIsgUceEczrEBO_/s480/4134497.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="326" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs_c5q6VjRKQY9xWlJlGtQz1_S3OX-8d6xLUtYjnZDZ6QttxHNd1INJ7xk2LQyg9krkYTW_TL5_1Dw83ZGe5z05HxLMtLenzgtHEW2DBmkkxb5_x_lBf3RKzmLL5ciWCML-EwdCsMTYAH4vT5ttjE5lgd5u-HrFb_pur9Z6k6dCVLMBBIsgUceEczrEBO_/w271-h400/4134497.jpg" width="271" /></a></span></span></div><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Dirigido por Céline Devoux, Todo Mundo Ama Jeanne usa uma roupagem descontraída para abordar temas profundos como a depressão, as frustrações da vida adulta, e os conflitos internos que nos bloqueiam e nos </span><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">autossabotam.</span></span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgTjEPi275WZ1Ix3AYUAnLRqtFlOVgiOsBEd4yRUekFAMwCj-_-hXC0_JX6isphH59zMSbFRWzodo-vi3VtXi1h9F2NIIMMffVPU3xXzHcSOJ3d5Y6PyqriOmMVTv1MjHiwcEm1W0mNjcv5BH2DBatpIfKishKd3tFanyGr1FKDaW8S6m8xwHOSMylqAM4/s1220/Tutti-amano-Jeanne-003.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1220" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgTjEPi275WZ1Ix3AYUAnLRqtFlOVgiOsBEd4yRUekFAMwCj-_-hXC0_JX6isphH59zMSbFRWzodo-vi3VtXi1h9F2NIIMMffVPU3xXzHcSOJ3d5Y6PyqriOmMVTv1MjHiwcEm1W0mNjcv5BH2DBatpIfKishKd3tFanyGr1FKDaW8S6m8xwHOSMylqAM4/w640-h378/Tutti-amano-Jeanne-003.jpg" width="640" /></a></span></span></div><span style="font-family: verdana;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">O filme conta a história de Jeanne (Blanche Gardin), uma mulher que ficou famosa por criar um projeto audacioso para recolher plástico dos mares e diminuir drasticamente a poluição dos oceanos. No entanto, o projeto fracassou logo na inauguração, e além das críticas e das piadas na internet feitas em cima do caso, ela ainda ficou praticamente insolvente, já que colocou tudo que tinha de dinheiro neste projeto.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">Enquanto o título dá a entender que todos amam Jeanne, ela mesma parece se odiar, e mais do que isso, ela sente que todos ao redor a detestam e que sua presença não é bem vinda. Por conta disso, ela acaba criando uma espécie de capa protetora em volta de si, evitando contatos e interações. No entanto, ao viajar para</span><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"> Lisboa na tentativa de vender o apartamento que era de sua falecida mãe, ela conhece Jean (Laurent Lafitte), um homem de caráter extremamente duvidoso, mas que faz ela passar a enxergar as coisas com um pouco mais de lucidez.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4D6tQQWzHdt_93MZVxP37Gyrihd6v6ez3EtV8LfVg4eHZhVL48HI7JLViNXuVS5-cA10LjuY5amMOWCLSMCsU_QDmQvm_KjCSDGTS_2zD3GwVAUZBlSkbdBMkiOdqAsigHgCchTplR10Ixe1Ezfed4VV-PhNxlVBUDAtV8PTPhTmJ25ODgrTQzl7vMwp2/s728/toda-a-gente-gosta-de-jeanne-1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="728" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4D6tQQWzHdt_93MZVxP37Gyrihd6v6ez3EtV8LfVg4eHZhVL48HI7JLViNXuVS5-cA10LjuY5amMOWCLSMCsU_QDmQvm_KjCSDGTS_2zD3GwVAUZBlSkbdBMkiOdqAsigHgCchTplR10Ixe1Ezfed4VV-PhNxlVBUDAtV8PTPhTmJ25ODgrTQzl7vMwp2/w640-h338/toda-a-gente-gosta-de-jeanne-1.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Usando toda a sua criatividade, a diretora optou por usar um boneco animado como forma de transcrever as “vozes na cabeça” da personagem, e por vários momentos esta animação aparece (às vezes até demais), deixando claro o que passa na mente da personagem e toda a confusão que há dentro dela. Particularmente achei este artificio muito interessante, pois nos faz conhecer ainda mais as ideias e os pensamentos de Jeanne, e mostrar que ela é suscetível a erros e acertos igual a todos nós. Apesar dos temas abordados, é um filme leve, que encanta pela simplicidade.</span></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-8049150232209240322024-02-11T13:20:00.000-08:002024-02-21T07:23:00.408-08:00Crítica: Mamonas Assassinas - O Filme (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPIk6kcolf6WHrBHVp4yMUuoCtvTIGjU-aBB8DUePCN2N6xi9qFhJOZv8aMozaK7oMakUrNisZxekq8vNsfmhs0Bu2KOOHKH14Udyet0I0z0MuI8056ICQ3pLu-wO_2tPWHD5ONXmqAVT2L6-HgG010sFzL_MqiLTIiH0Hkie_Vstxc7HNTg5tt_FjInW6/s872/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20120110.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="872" data-original-width="586" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPIk6kcolf6WHrBHVp4yMUuoCtvTIGjU-aBB8DUePCN2N6xi9qFhJOZv8aMozaK7oMakUrNisZxekq8vNsfmhs0Bu2KOOHKH14Udyet0I0z0MuI8056ICQ3pLu-wO_2tPWHD5ONXmqAVT2L6-HgG010sFzL_MqiLTIiH0Hkie_Vstxc7HNTg5tt_FjInW6/w269-h400/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20120110.png" width="269" /></a></div><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Como bom fã dos Mamonas e de tudo que eles representaram para quem viveu a infância dos anos 1990, eu naturalmente criei boas expectativas para um filme que contaria a história de Dinho, Samuel, Sérgio, Bento e Julio nas telas. E justamente por ser fã, posso dizer com propriedade que Mamonas Assassinas - O Filme é um dos piores (se não o pior) filmes nacionais que eu já assisti na minha vida, e quase um desrespeito com a história dos cinco. </span><span style="font-family: verdana; font-size: 14.6667px; text-align: left; white-space-collapse: preserve;">São tantas coisas ruins no filme que é até difícil saber por onde começar, mas vamos lá.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwKaPtnOuReihPMcmblmjkij_PgyBDpvP4y_AWNCaccrZbHfo5vH4D6OjVO1o6frmMKTB7RQXuRABDQF3WMND89pO9UQJqpiPJ4vYybPgyuMWrF68Jg_m9_-JuxHnMJecsXnCx5aDEii2QiwpzLYIN2l_5zc-lFAfcHPrUtZgJP5DtenRhsg9Rh7wlEKPN/s882/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20115814.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="543" data-original-width="882" height="394" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwKaPtnOuReihPMcmblmjkij_PgyBDpvP4y_AWNCaccrZbHfo5vH4D6OjVO1o6frmMKTB7RQXuRABDQF3WMND89pO9UQJqpiPJ4vYybPgyuMWrF68Jg_m9_-JuxHnMJecsXnCx5aDEii2QiwpzLYIN2l_5zc-lFAfcHPrUtZgJP5DtenRhsg9Rh7wlEKPN/w640-h394/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20115814.png" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Começo pelo roteiro, que é uma bagunça generalizada, e parece um filme feito por um grupo de estudantes para apresentação de algum trabalho (e se eu fosse o professor daria nota zero). Só vendo para crer, mas absolutamente nada funciona desde o primeiro minuto. A transição entre uma cena e outra é absurda, e quem já assistiu Malhação na Rede Globo vai conseguir identificar rapidamente alguns artifícios idênticos que o diretor utiliza aqui nestas transições, que é a tal da musiquinha em volume decrescente que aparece em cada nova troca de cenário. Além disso, nada evolui, e nenhuma cena tem ligação com a próxima, sendo assim continuamente até o final.</span></p><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Os saltos temporais também não fazem o menor sentido, e há inúmeros erros de sequência, como um personagem segurando um copo e dois segundos depois sua mão estar vazia. Erros totalmente amadores. E por falar em amadorismo, o que são as atuações deste filme? Apesar dos atores principais serem fisicamente parecidos com os personagens reais, é difícil escolher quem está mais superficial em seu papel. A caracterização também está preguiçosa, como nas perucas ridículas que os personagens usam no início do filme, e até mesmo a cenografia se mostra extremamente relaxada, como se tivesse sido tudo filmado em cenários feitos para programas de comédia de baixo orçamento da televisão.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3WT5K-d2BnWuiABJNMI73F9Fq_j4IujivXFbfMYde-VJdUUjx7Vz3LOg6Mypb04t5NRMc1-boJGkwGRF0eG7dVRY54Mf7mNv7IV5-mpN_glOSxJlFAP5jikbgKo9HEyxBn3dKTipcVkKOSrZAsi5Md9RYeNagHY1goodLeLp1ByH4u8k7njHioODYkNZv/s1006/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20120940.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="1006" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3WT5K-d2BnWuiABJNMI73F9Fq_j4IujivXFbfMYde-VJdUUjx7Vz3LOg6Mypb04t5NRMc1-boJGkwGRF0eG7dVRY54Mf7mNv7IV5-mpN_glOSxJlFAP5jikbgKo9HEyxBn3dKTipcVkKOSrZAsi5Md9RYeNagHY1goodLeLp1ByH4u8k7njHioODYkNZv/w640-h320/Captura%20de%20tela%202024-02-21%20120940.png" width="640" /></a></div><p></p><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A trilha sonora, que na cinebiografia de uma banda era para ser no mínimo o ponto positivo, também é uma desgraça. O que dizer daquela sanfoninha da música do cantor Rubel, que o diretor insiste colocar em duas cenas dramáticas do filme? Além disso, todo o processo de criação da banda é mostrado da maneira mais artificial possível. É como se as composições tivessem surgido para eles como uma dádiva, pois do absoluto nada eles começam a “improvisar” e saem com as letras prontas, sendo cantada por todos. O roteiro ainda coloca algumas situações pontuais como justificativa para a escolha dos nomes de músicas, como um político chamado Celestino (Jumento Celestino), um xingamento (Cabeça de Bagre), ou até mesmo o apelido do homem que "roubou" a namorada de um deles (Lá vem o Alemão).</span></p><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">E se na comédia o filme já estava penoso de aguentar, quando ele tenta apelar para o drama, focando na história de “redenção” do Dinho, fica ainda mais cafona. Em uma das primeiras cenas do filme, ele é largado pela namorada no meio da rua supostamente por ser um "zé ninguém", numa cena digna de novela mexicana, onde ele sai gritando que um dia será famoso. E é basicamente isso que o faz perseguir a fama a partir de então. Há também outra cena dele com o pai cujos diálogos basicamente são retirados de uma palestra de coach motivacional. Ai, tenha santa paciência, viu. </span><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Para não ser injusto, a atuação do Ruy Brissac na segunda parte do filme, quando as cenas são mais centradas nos shows da banda, talvez seja a única parte boa do filme. Ele realmente incorpora aquela loucura já conhecida do Dinho nos shows, e isso acaba sendo legal de ver. No entanto, o desgaste já era tanto, que nem isso conseguiu salvar o filme de ser um desastre completo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXrE1wluJsA9Cr4CNL_5aL2G9S51isbWmjXGu9_H-URSWxFhIB-xo6JdFdJ9hMcgFHlMLcPu_fWgzPbDSmnpLAKEreRoWj6O5wWEav0ufM_3-QpKY5pGhcYNR6ZkiAt4MRLpFbenkhIvoVLIV1ee019OIPsYpvU2dBZBnRI0oDk3OpyA3FkH-R93lGZ7pe/s750/sadasd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXrE1wluJsA9Cr4CNL_5aL2G9S51isbWmjXGu9_H-URSWxFhIB-xo6JdFdJ9hMcgFHlMLcPu_fWgzPbDSmnpLAKEreRoWj6O5wWEav0ufM_3-QpKY5pGhcYNR6ZkiAt4MRLpFbenkhIvoVLIV1ee019OIPsYpvU2dBZBnRI0oDk3OpyA3FkH-R93lGZ7pe/w640-h426/sadasd.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Por fim, para selar o que já estava intragável, temos a adição de uma personagem feminina que namora um dos membros da banda, mas que dá em cima de outro de uma maneira grotesca. Eu confesso que eu ri demais do filme, mas não com ele. São tantas bizarrices que é até difícil imaginar que isso passou por alguma aprovação antes de chegar ao público. Certamente apostaram na nostalgia dos fãs, e o resultado nas bilheterias está aí para comprovar que de certa forma deu certo. Mas uma coisa é preciso dizer: os Mamonas não mereciam uma homenagem tão desagradável e mal feita como essa.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-family: verdana; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgXrWw-uVQ1lGXb3ki60frWr-zhxO_Fpm_VnrrY69Jxyrkmc9ECJSVuwNery60KIROpScPlSdJoH9Wy5fHqLn0EFPE9LlBM83axl0rwnk66YGV48tFHcqZQatrgoMObuqQNjq7vy1Hhh-7jka3DRHDoeECZlLsqHRL4Kt0IrrXFZyH7xtU9c6WoOZTj9By/s114/1%20estrela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgXrWw-uVQ1lGXb3ki60frWr-zhxO_Fpm_VnrrY69Jxyrkmc9ECJSVuwNery60KIROpScPlSdJoH9Wy5fHqLn0EFPE9LlBM83axl0rwnk66YGV48tFHcqZQatrgoMObuqQNjq7vy1Hhh-7jka3DRHDoeECZlLsqHRL4Kt0IrrXFZyH7xtU9c6WoOZTj9By/s1600/1%20estrela.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-9952590873699867532024-02-04T10:21:00.000-08:002024-02-06T09:29:14.436-08:00Crítica: Pobres Criaturas (2023)<div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0YEzNxYeLW3ezJi5XGrSTlq1UAif7Ft94i6CCTxCTAy1zdwjLfxT-efH2iVdRviDJw3HmpH4auw6NwuMhxDucDpdSNOq8qJ3q33mxeSObjm0INqMWTpLGFFf1iP5OZz3LE3h0n_mpmDCXcf46hPC4Gl30vNhhGQw96kkQAvWbS0s0nVbA0s0JL8LMTDN_/s660/5659_capa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="450" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0YEzNxYeLW3ezJi5XGrSTlq1UAif7Ft94i6CCTxCTAy1zdwjLfxT-efH2iVdRviDJw3HmpH4auw6NwuMhxDucDpdSNOq8qJ3q33mxeSObjm0INqMWTpLGFFf1iP5OZz3LE3h0n_mpmDCXcf46hPC4Gl30vNhhGQw96kkQAvWbS0s0nVbA0s0JL8LMTDN_/w273-h400/5659_capa.jpg" width="273" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Acompanho a filmografia do cineasta Yorgos Lanthimos desde Dente Canino (2009), mas confesso que não me atraía tanto o formato mecânico e exagerado com que ele sempre usou o "esquisito" para chocar o público. A única exceção até então era O Lagosta (2015), que eu sempre achei o seu trabalho mais maduro. Dito isso, que grande satisfação é poder sair da sessão de Pobres Criaturas (Poor Things) e ver que ele finalmente soube mesclar perfeitamente o seu surrealismo com uma história narrativamente excitante, apresentando aquela que não somente é disparado o seu melhor filme, como possivelmente é a grande experiência cinematográfica do ano.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvsjLCBfF2ehf-TP4htzqEYxVgH-pJryl525kUVhwV681wP_ASzCUqnwIQXILbCt1we4VEXVTVjqrBsAEtUS5g-iqrFDowocEcN7ve0oxd3IHxhxNWG2cc8K7Sf64ap22XXbYrtznX7GHgSgcOrOGLhSN257BowG1fn8K8G5OhUld5kFFYWd3uVe485wBv/s1280/Geral.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="773" data-original-width="1280" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvsjLCBfF2ehf-TP4htzqEYxVgH-pJryl525kUVhwV681wP_ASzCUqnwIQXILbCt1we4VEXVTVjqrBsAEtUS5g-iqrFDowocEcN7ve0oxd3IHxhxNWG2cc8K7Sf64ap22XXbYrtznX7GHgSgcOrOGLhSN257BowG1fn8K8G5OhUld5kFFYWd3uVe485wBv/w640-h386/Geral.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A trama acompanha Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem que é "ressuscitada" por um médico excêntrico e nada convencional, Godwin Baxter (Willem Dafoe), numa história que remete automaticamente ao clássico "Frankenstein" de Mary Shelley. Não entrarei em detalhes de como foi feito o processo para evitar spoilers, mas agora ela é literalmente uma criança no corpo de uma mulher adulta, e precisa voltar a conhecer o mundo que a rodeia pelos olhos de um ser em desenvolvimento. Nas cenas iniciais, onde o diretor usa uma fotografia preto e branco, é possível ver Bella neste seu processo de aprendizagem, onde ensaia suas primeiras palavras e até mesmo desenvolve aos poucos a habilidade de andar, ao mesmo tempo em que teima violentamente quando é contrariada e proibida de fazer coisas simples, como sair na rua e brincar.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Enclausurada nesta mansão gigantesca, mas que ao mesmo tempo parece extremamente claustrofóbica, Bella passa a querer descobrir outros prazeres da vida, e a curiosidade dela em torno do que acontece fora das quatro paredes da mansão só aumenta na medida em que ela vai amadurecendo seus pensamentos. Isso faz com que ela se junte ao advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), que nitidamente só quer se aproveitar dela, sobretudo na parte sexual, e decide levá-la para uma aventura por vários cantos da Europa com a desculpa de fazê-la ter novas experiências.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO47Z3N7zF6zDnDycdmJuy-tKIwG94f64WsRtFplE4hIlH9uZO4FAKiH2tB6UJF7-hyyVHM1dwboz3CdehHcMVWJ5lLpImnGE77MpWVVMQYhDeqhHWUiDSYmKiWKRzPsAXDtnuv4e4ldCQKgSq8IDu_-fFbTGYk9bBboGHcMZUTb2xkLuZ_Z8Dl9PQ8YSW/s1210/pobres_criaturas_critica_2__c4qjmua0w.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="544" data-original-width="1210" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO47Z3N7zF6zDnDycdmJuy-tKIwG94f64WsRtFplE4hIlH9uZO4FAKiH2tB6UJF7-hyyVHM1dwboz3CdehHcMVWJ5lLpImnGE77MpWVVMQYhDeqhHWUiDSYmKiWKRzPsAXDtnuv4e4ldCQKgSq8IDu_-fFbTGYk9bBboGHcMZUTb2xkLuZ_Z8Dl9PQ8YSW/w640-h288/pobres_criaturas_critica_2__c4qjmua0w.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Nesta aventura, Bella descobre acima de tudo os prazeres do corpo, mas ao mesmo tempo também vai aprendendo conceitos básicos de uma vida em sociedade. Esta parte do filme em especial é engraçadíssima, pois temos uma personagem que ainda está aprendendo sobre a "polidez" da sociedade, sobre o que pode ou não pode falar em público, e sobre o que é aceitável ou não fazer em frente a outras pessoas, e enquanto ela aprende tudo isso, acaba constrangendo todos ao redor. Consigo enxergar uma crítica mordaz de Lanthimos à forma como vivemos moldados em nossos próprios tabus e regras bobas de etiqueta.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">E por falar em tabu, eu tenho presenciado um fenômeno estranho nas redes sociais ultimamente, onde os jovens parecem estar ficando cada vez mais conservadores em relação a cenas de sexo em filmes e séries, algo que eu nunca tinha visto igual. Basta uma rápida pesquisa com o nome do filme no "twitter" para ver opiniões puritanas e vazias sobre esta questão. Sim, Pobres Criaturas tem muitas cenas de sexo, tanto que o filme ganhou classificação +18 na sua distribuição, mas absolutamente nenhuma cena é gratuita. O sexo, inclusive, é parte crucial no desenvolvimento da personagem e no que o diretor quer passar em relação a isto, e não há nada de apelativo, pelo contrário.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufGxKW4CIzt_sVmgFwayVuJfMOzZW63xKG6PdMpKpif80HVRe1FjA6_hk5jRkYrWopBxHrf4KjUH7JkIaiUdNBQHsNPpCSXZcpeU9whZrAoMPgvHsm1miwIjolSa0V5Y42eDPtpkqD3OhxhjoLLn-LKsmfrqBOIXOFMmfIL2E-Vnxmj9zBiFqhwOZnsXL/s1008/pobres-criaturas-foto7.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="567" data-original-width="1008" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufGxKW4CIzt_sVmgFwayVuJfMOzZW63xKG6PdMpKpif80HVRe1FjA6_hk5jRkYrWopBxHrf4KjUH7JkIaiUdNBQHsNPpCSXZcpeU9whZrAoMPgvHsm1miwIjolSa0V5Y42eDPtpkqD3OhxhjoLLn-LKsmfrqBOIXOFMmfIL2E-Vnxmj9zBiFqhwOZnsXL/w640-h360/pobres-criaturas-foto7.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 400;">É fascinante assistir o
desenvolvimento em tempo real de Bella através dos novos sentidos
e do confronto direto que ela tem com a realidade à sua frente, e perceber principalmente o quanto isto vai mudando a sua visão de mundo. Ao mesmo tempo que ela testemunha as coisas belas e simples da vida humana, como a bondade e o valor da amizade, ela simultaneamente descobre o lado ruim e cruel, quando por exemplo se depara com uma favela onde crianças estão morrendo de fome e ninguém do "lado de fora" parece se importar. Este episódio, inclusive, é um divisor de águas na personalidade da protagonista, e posso dizer que é onde ela verdadeiramente se torna humana, de fato. Além disso, ela passa a enxergar com o passar do tempo o quanto pessoas ao seu redor podem ser manipuladoras e o quanto ela mesmo está sendo vítima da exploração dos outros, sobretudo do próprio Duncan, e ao bater de frente com isso acaba sendo taxada de louca e demoníaca.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 400;">Se o roteiro por si só já é provocador e muito bem elaborado para manter a nossa atenção, a parte estética é definitivamente o que faz o filme ser tão impactante. Nada aqui é convencional, desde o uso de câmeras angulares e "olho de peixe", até os cenários impecáveis em cada um dos seus detalhes. Temos a mansão onde Bella foi "criada", cheia de curvas nas paredes e nos tetos e recheada de animais bizarros que também foram criados em laboratório por Godwin, temos uma Lisboa pré-modernista com carros voadores, temos um navio luxuoso e cheio de salas grandiosos e cheias de cores vivas, uma Alexandria desértica cuja formação lembra as cidades suspensas de Os Senhor do Anéis, e por fim uma Paris cinzenta e nevada. É um trabalho brilhante da direção de arte, que faz o filme ser uma experiência inesquecível e absurdamente imersiva na tela grande.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 400;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV0Z0LX6iwsi1xcL603vRd7GzTLpgxOeG8Te_NxEUQcEB_YqeTHqPFjiGpwaXkVsDst2wJ7V929QFlMjN3XhdW8cox2pAHbBQ9oL0snjbZ-YIng96wEX5EK01cIl00PMQndaNfa-nScuzRL0Wql3CFSnQgjojHhqUDca0sc6Prdo-BY938K5HMJYoBYmrs/s1280/Godwin.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV0Z0LX6iwsi1xcL603vRd7GzTLpgxOeG8Te_NxEUQcEB_YqeTHqPFjiGpwaXkVsDst2wJ7V929QFlMjN3XhdW8cox2pAHbBQ9oL0snjbZ-YIng96wEX5EK01cIl00PMQndaNfa-nScuzRL0Wql3CFSnQgjojHhqUDca0sc6Prdo-BY938K5HMJYoBYmrs/w640-h426/Godwin.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Se o papel de Bella necessitava de uma atriz que fizesse ela soar verdadeira em meio aos seus exageros, Emma Stone não poderia ter sido uma escolha mais acertada. É inacreditável o quanto ela se doa para o papel, e o quanto ela muda de acordo com cada nova experiência e descoberta da personagem. Apesar de não ser o coadjuvante com mais tempo em tela, Willem Defoe também tem uma presença única e impactante, e em cada aparição sua o filme se engrandece.Gostei também da participação do Mark Ruffalo, apesar de ser um personagem deveras caricato. <span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 400;">Por
fim, Pobres Criaturas é muito mais do que uma história de
autoconhecimento e amadurecimento, mas um filme que nos faz sair da zona
de conforto ao nos propor algo que foge completamente do habitual.</span></span> </span><br /><span style="font-family: verdana;"></span></div><p style="text-align: justify;"></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmhAOqF2Yk6SU1bYzrc7CNMqjP7JB_IcOGiHaipUHI5A6yZDSzC33GK4kFqN8hyiGNg3KU3G3VXhTQqWvt1jgOGj1vyQP7iyQoMUq7UsjjOxLAVjDWydDQ2WIBD-LVFA-FuyeQ2HATO87JvxMHyD_6yKO5eVAQjp4ZRgJ4Uf3fO7wLRWuPasMaG_RJdtv1/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmhAOqF2Yk6SU1bYzrc7CNMqjP7JB_IcOGiHaipUHI5A6yZDSzC33GK4kFqN8hyiGNg3KU3G3VXhTQqWvt1jgOGj1vyQP7iyQoMUq7UsjjOxLAVjDWydDQ2WIBD-LVFA-FuyeQ2HATO87JvxMHyD_6yKO5eVAQjp4ZRgJ4Uf3fO7wLRWuPasMaG_RJdtv1/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><span style="font-weight: 400;"></span></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-5454633891064317092024-02-02T07:07:00.000-08:002024-02-02T10:27:45.212-08:00Crítica: Todos Nós Desconhecidos (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBmeRgB4uGqShL3USjp_03NRTSrOSo8fw90RLkAH078tHJ5mbOUQ2QGBYB2HZcvGngfb0ZFB2pm-Wzy59iFuuQQTwgFuz2R8qM5D-8Zi1azWSHq6fuSlDZI-3fC__MTXF2JagisyxO9sYPKKpFixgUCqilT1jMXyU6V2Fvk-7NXRtv4Qcs8ibzfIUHsnS4/s755/all_of_us_strangers.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="755" data-original-width="504" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBmeRgB4uGqShL3USjp_03NRTSrOSo8fw90RLkAH078tHJ5mbOUQ2QGBYB2HZcvGngfb0ZFB2pm-Wzy59iFuuQQTwgFuz2R8qM5D-8Zi1azWSHq6fuSlDZI-3fC__MTXF2JagisyxO9sYPKKpFixgUCqilT1jMXyU6V2Fvk-7NXRtv4Qcs8ibzfIUHsnS4/w268-h400/all_of_us_strangers.jpg" width="268" /></a></div><p><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">De todas as sensações que o cinema pode nos proporcionar, acredito que uma das melhores é a surpresa. Aquilo que acontece quando você não espera absolutamente nada de um filme e sai da sessão completamente arrebatado, como se tivesse acabado de ver algo que irá mudar a sua vida. Exageros à parte (ou não), Todos Nós Desconhecidos (All of Us Strangers) realmente que me deixou sem palavras durante os créditos finais, e tenho certeza que ainda vai reverberar muito tempo dentro da minha cabeça.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCHYP1JLsaihQuhlt1jusxUCLgc07Tpe-0CW2whKtYjj9TvfwCMmZq_7rRpjgdyL-YT3D-2T8hxh6FF8mVC4wBBXIyW9wjGGXJCSnUEg-1JIRfegLMie7AHJ_bBP6KbtXiF4fj_Bz93KqtEkPdJmRL8MoXvxAzcJgC3x18MmpHGp0aQKbRt6qLjcbjTSjf/s1024/O-final-de-All-Of-Us-Strangers-explicado-o-que-1024x650.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="1024" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCHYP1JLsaihQuhlt1jusxUCLgc07Tpe-0CW2whKtYjj9TvfwCMmZq_7rRpjgdyL-YT3D-2T8hxh6FF8mVC4wBBXIyW9wjGGXJCSnUEg-1JIRfegLMie7AHJ_bBP6KbtXiF4fj_Bz93KqtEkPdJmRL8MoXvxAzcJgC3x18MmpHGp0aQKbRt6qLjcbjTSjf/w640-h406/O-final-de-All-Of-Us-Strangers-explicado-o-que-1024x650.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><span style="font-family: verdana;"></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Tratando a solidão da vida adulta de uma maneira melancólica e poética,o filme acompanha Adam (Andrew Scott), um roteirista que mora em um prédio recém construído nas proximidades de Londres. Ele passa seus dias escrevendo e bebendo sozinho, dentro do seu próprio mundo particular e isolado. O prédio em que vive ainda é pouco habitado, e certo dia ele conhece o seu único vizinho, Harry (Paul Mescal), que mora em outro andar. Imediatamente surge uma química entre eles e ambos passam a fazer companhia um para o outro, unindo as suas próprias "solidões".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Paralelo a este relacionamento que surge entre os dois, Adam faz visitas constantes a um casal (Jamie Bell e Claire Foy), que aos poucos se revelam ser na verdade os pais de Adam. No entanto, logo dá para perceber algo estranho: eles aparentam ser mais novos do que ele. A partir de então fica bastante claro a relação de Adam com seus pais, mas não entrarei em mais detalhes para não lançar spoilers. O que posso dizer é que o "retorno" que Adam faz ao seu próprio passado traz uma conexão única com os pais, abordando traumas e assuntos não resolvidos de anos atrás. Um deles é o próprio fato dele ser homossexual e ter finalmente a chance de "sair do armário" para a mãe. Esta, inclusive, é uma das cenas mais bonitas do longa, principalmente pela reação dela. Alguns outros temas também vem à tona, como o bullying que ele sofria na escola e escondia do pai, ou até mesmo segredos pequenos da infância mas que se tornaram muito maiores após a vida adulta. Tudo isso tendo por trás uma atuação incrível e segura de Andrew Scott, e uma trilha sonora que para mim já está entre as mais belas do ano. Apesar da pouca aparição em tela, eu também gostei muito da atuação da Claire Foy (mais conhecida pela série The Crown).</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6_psXWn83bSzXv14VY3DAmh1rMIGoPqDG1CqD97lkrQP44b_pLEVKOYSGLpNSmkskNxFjWW66V3RNdEAPKU46gnJZGwayObz7-kkESmVJmYrFYah9Ot2zvYCjl2h7Q18ci6YWNS3lQbc96Tc2Donn1bCLesF18l5ZIG1LkQxs1g18_vsw1fgcZ3wTRFRX/s1400/images-1.fill.size_1400x787.v1703184509.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="786" data-original-width="1400" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6_psXWn83bSzXv14VY3DAmh1rMIGoPqDG1CqD97lkrQP44b_pLEVKOYSGLpNSmkskNxFjWW66V3RNdEAPKU46gnJZGwayObz7-kkESmVJmYrFYah9Ot2zvYCjl2h7Q18ci6YWNS3lQbc96Tc2Donn1bCLesF18l5ZIG1LkQxs1g18_vsw1fgcZ3wTRFRX/w640-h360/images-1.fill.size_1400x787.v1703184509.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por fim, Todos Nós Desconhecidos é um filme sobre as nossas memórias, sejam elas felizes ou dolorosas, e o quanto elas nos moldam a ser quem somos. Um mergulho no subconsciente do ser humano, com um final dilacerador. Brilhante trabalho do diretor Andrew Haigh, que com poucos recursos e um elenco de apenas quatro atores, conseguiu fazer um dos trabalhos mais grandiosos e comoventes do ano.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNDV98fW52YMMHIQz5MROq0GBfKiM-VE9JFeU8JmkkmUlQWB5ZIB1pnZGhpW6rM-lU6Uw_oW9qo2_mNYrVMxMK2cQTLduxGQ2bJztRlv3FS6LTPEpSiElQ-cBHEyiU3eRfMCqrV6RygKoy8hnFT_bp__i_TlcSo5wGsCG-J0L8QMpITydxzodc9TGS7uQI/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNDV98fW52YMMHIQz5MROq0GBfKiM-VE9JFeU8JmkkmUlQWB5ZIB1pnZGhpW6rM-lU6Uw_oW9qo2_mNYrVMxMK2cQTLduxGQ2bJztRlv3FS6LTPEpSiElQ-cBHEyiU3eRfMCqrV6RygKoy8hnFT_bp__i_TlcSo5wGsCG-J0L8QMpITydxzodc9TGS7uQI/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-50756691903235475762024-02-02T05:28:00.000-08:002024-02-02T05:28:23.024-08:00Crítica: Inshallah a Boy (2023)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii8stvAerdnWtxS99yX2SskjZ33r3y4o7MQrUjObkETfIj4Xjl89olvtYhIge23rKToyZp8WRqKdhQqriE1Tr5Be88wDlaWbWJ_aPabr810ycEgXW265b9gykAGUYmMr00_zODOL-bSAdYy6vgmXhTRGRaxAgand_rT1kUstdKGeOy56dCHuJd5eaOAsXp/s420/_315x420_eaf4180076e36c35ec80bec4dc269ba40be747d0298bc69587c80f1aa9ba5a26.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="315" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii8stvAerdnWtxS99yX2SskjZ33r3y4o7MQrUjObkETfIj4Xjl89olvtYhIge23rKToyZp8WRqKdhQqriE1Tr5Be88wDlaWbWJ_aPabr810ycEgXW265b9gykAGUYmMr00_zODOL-bSAdYy6vgmXhTRGRaxAgand_rT1kUstdKGeOy56dCHuJd5eaOAsXp/w300-h400/_315x420_eaf4180076e36c35ec80bec4dc269ba40be747d0298bc69587c80f1aa9ba5a26.jpg" width="300" /></a></div> </span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">C</span>om histórias muito humanas e personagens bastante complexos, o cinema </span></span>realizado nos países do Oriente Médio sempre me impressionou positivamente, e é indiscutivelmente um dos melhores do mundo. </span></span>Não por acaso, muitos dos filmes lançados na região tem em comum o fato de trazerem mensagens diretas sobre as injustiças cometidas contra as mulheres diante de leis arcaicas e dominadas pelo machismo, provando que o cinema pode sim ser uma ferramenta de mudanças e avanços sociais. Inshallah a Boy, submissão da Jordânia ao Oscar de filme internacional deste ano, é mais um ótimo exemplo disto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaUr7jJwrSr7XIZmbOUO42yO5moX6JzsXSFfhuC8mzI6NiNRemDRnM6DZTW6F9yEAD04K1JKIIMVq2pIfPJ4ZxmJDBgcY04NHLxSHCimO62M4bM58D8EsbXEHSQTDtTH5ys6Zc_wCzdD6j1BZzkxf0rCAoBLLrkBSw3lFmUtWA1VR3lENKfQkxYqfxUZiA/s600/Inshallah-a-Boy2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaUr7jJwrSr7XIZmbOUO42yO5moX6JzsXSFfhuC8mzI6NiNRemDRnM6DZTW6F9yEAD04K1JKIIMVq2pIfPJ4ZxmJDBgcY04NHLxSHCimO62M4bM58D8EsbXEHSQTDtTH5ys6Zc_wCzdD6j1BZzkxf0rCAoBLLrkBSw3lFmUtWA1VR3lENKfQkxYqfxUZiA/w640-h426/Inshallah-a-Boy2.png" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme acompanha a história de Nawal (Mouna Hawa), uma mulher que acabou de perder o marido repentinamente. Diante do luto, ela ainda precisa cuidar da filha pequena e lutar para garantir os seus direitos à herança, pois de acordo com as leis do país, a família do marido falecido tem direito a praticamente tudo que ele possuía já que o casal não teve um filho homem. O caso vai parar na justiça, em uma ação perpetrada pelo seu cunhado, Rifqi (Hitham Omari). A partir desse fato inicial, acompanhamos a protagonista em uma verdadeira “descida ao inferno”, como é absolutamente comum nesse tipo de filme, onde precisa enfrentar tudo e todos para ter o mínimo do que lhe é de direito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Nawal trabalha como cuidadora de idosos, e na residência onde ela está trabalhando no momento, acaba conhecendo Lauren (Yumma Marvan), uma mulher de espírito livre que rechaça viver da maneira tradicional, não aceita ser submissa ao marido, e tem voz ativa na defesa dos direitos das mulheres. Quando Lauren descobre estar grávida de um menino, logo a história das duas mulheres se conectam fortemente, em um roteiro que aparentemente é previsível mas que leva a vários caminhos tortuosos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3B0F7j9p1JnFCdeCUXk2Fmb-cTX_DPkjrPucERO-O8c2cINYmNPUMousYzwYbL4BiHb9B97Y2PlxbJW4CbWx1nycJL5h-NrQWgdgb5k6U_lcwXF9xILh6pQQ8nAfUSI_Y7RTTUrYXXypxzpSWtFKQkRKCapVU4WhnP43nhfJQQtF82cm46WlYnTk2GNMc/s910/1687774358-e1696700040199.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="910" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3B0F7j9p1JnFCdeCUXk2Fmb-cTX_DPkjrPucERO-O8c2cINYmNPUMousYzwYbL4BiHb9B97Y2PlxbJW4CbWx1nycJL5h-NrQWgdgb5k6U_lcwXF9xILh6pQQ8nAfUSI_Y7RTTUrYXXypxzpSWtFKQkRKCapVU4WhnP43nhfJQQtF82cm46WlYnTk2GNMc/w640-h360/1687774358-e1696700040199.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em seu filme de estreia, o diretor Amjad Al Rasheed segue uma linha quase convencional, mas de forma alguma soa superficial. Pelo contrário, o filme consegue pôr o dedo na ferida e nos causar um sentimento de revolta diante de um sistema tão desigual para homens e mulheres. E por mais que o tema já pareça batido, ele ainda é extremamente necessário. Se aqui no Brasil algumas leis ainda são ultrapassadas, como a lei da laqueadura que foi alterada só no ano passado e que até então exigia o consentimento de um cônjuge para ser feito o procedimento, imagina em países onde mulheres não tem direito nem mesmo a escolher o que vestir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKSa5m3Ct7GRPkivhKc-WF-aDIkXOxI-v916ML0aNXjIBJASYhkLD8xDmjgZDy5LppnBzE71v6RvUbiIDyR1XA949ThSm4IErHlCOfUouWLDwoajT0lXO87dQZeS0xK3AP8yroJuhX-jWGkXz62W12AFz4QRiSBgSLkB8J_35lbVkmo7OxmnLOksLQanIB/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKSa5m3Ct7GRPkivhKc-WF-aDIkXOxI-v916ML0aNXjIBJASYhkLD8xDmjgZDy5LppnBzE71v6RvUbiIDyR1XA949ThSm4IErHlCOfUouWLDwoajT0lXO87dQZeS0xK3AP8yroJuhX-jWGkXz62W12AFz4QRiSBgSLkB8J_35lbVkmo7OxmnLOksLQanIB/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div></span></div>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-82575573155482742692024-02-01T17:48:00.000-08:002024-02-02T09:31:13.636-08:00Crítica: Ferrari (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdtOS3AXrGaMjx8flG6LAZlrwW7FXFEsCZq3qEEcXrjKR2OVcE8UqcRBCY0aceTPnbYZ40NtEL3UWanyiv7pQwWgPCo7cwlJiOPEPryOnPRYrqEIJgx5vyUjVb3c9-KJxWzMeaR9GVlkJi7wE6hGL57Y93MnWFXbS-vbsHQPm4htPywcsRngMG93NEVjyj/s1388/Ferrari_Poster_Diamond-Films.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1388" data-original-width="945" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdtOS3AXrGaMjx8flG6LAZlrwW7FXFEsCZq3qEEcXrjKR2OVcE8UqcRBCY0aceTPnbYZ40NtEL3UWanyiv7pQwWgPCo7cwlJiOPEPryOnPRYrqEIJgx5vyUjVb3c9-KJxWzMeaR9GVlkJi7wE6hGL57Y93MnWFXbS-vbsHQPm4htPywcsRngMG93NEVjyj/w273-h400/Ferrari_Poster_Diamond-Films.jpg" width="273" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Conhecido por seus thrillers policiais (Fogo Contra Fogo, O Informante, Inimigos Públicos), o diretor Michael Mann desta vez resolveu se aventurar no mundo das cinebiografias, trazendo um filme tão enérgico quanto qualquer um dos seus outros trabalhos, mas focando no drama e na paixão do italiano Enzo Ferrari pela alta velocidade ao contar</span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"> um recorte na vida do empresário e criador da scuderia Ferrari.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHTTxcHA8xwVaI8ebm_crABxps3-egMJHS01C_KWs48T0u-3kUVcG1CvRCJvfxETn7clOO2Au4rZQEN3-7ZrexBknSHFleY9QcQFFUycBNHmsOlQ3OpSMjKtVS6jCAGFKwvLpcaURKF8pFsIoyGh3A2V1qF99JpPoE3fVr20l35Uh2IILisE0uzhvNiMO6/s1280/Ferrari_Diamond-Films_Credito-Lorenzo-Sisti-1-scaled-e1705493965757.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="854" data-original-width="1280" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHTTxcHA8xwVaI8ebm_crABxps3-egMJHS01C_KWs48T0u-3kUVcG1CvRCJvfxETn7clOO2Au4rZQEN3-7ZrexBknSHFleY9QcQFFUycBNHmsOlQ3OpSMjKtVS6jCAGFKwvLpcaURKF8pFsIoyGh3A2V1qF99JpPoE3fVr20l35Uh2IILisE0uzhvNiMO6/w640-h428/Ferrari_Diamond-Films_Credito-Lorenzo-Sisti-1-scaled-e1705493965757.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O roteiro se passa em 1957, momento em que Enzo (Adam Driver) e sua esposa Laura (Penélope Cruz) enfrentam a iminente falência da empresa que haviam construído há 10 anos atrás. Além disso, eles acabaram de passar pela trágica perda do filho pequeno, e também estão tendo que lidar com o luto em meio a todo o caos. Logo fica evidente que o casal tem uma relação praticamente de fachada, já que não existe mais nada entre eles além dos negócios. Enzo inclusive tem uma vida dupla com </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Lina (Shailene Woodley)</span>, às escondidas de Laura, onde possui um outro filho.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A figura de Enzo apresentada por Michael Mann é de um homem extremamente frio, egocêntrico e inescrupuloso. Nada empático, ele só quer ver o resultado dos seus negócios, doa a quem doer. Quando um dos pilotos morre em um grave acidente, ele imediatamente já tem um substituto nas mãos, pois não pode perder tempo e nem dinheiro. Sua ambição em 1957 era ganhar a icônica “Mille Miglia”, uma corrida de longa distância que atravessava várias regiões da Itália, já que isso era crucial para vender mais carros e impulsionar novamente a montadora. Curiosamente, a edição de 1957 foi a última da corrida, já que após um acidente fatal que vitimou o piloto Alfonso de Portago e vários outros espectadores na beira da estrada, o governo italiano resolveu proibi-la de vez.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRZN3WDESMDPN3gwBDSMOBDuz9W4Ixc7-Ggj02o83Vqu3l7lQF18KVvatbPrMa98zRS92mVVyYS8rlOuFp8Fj8HrWkbn6VYQh9DAK0VIZGzQa3Am2X5KaNpy0uO9khclnMs3pCLT27jPup5AN9qNXEWG7pNr-XMPPRc8mLlbEdTC-u7uo3QB9o4DxlwKpR/s970/filme-ferrari-com-gabriel-leone-ganha-trailer-e-data-de-estreia-foto-2-970x550.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="970" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRZN3WDESMDPN3gwBDSMOBDuz9W4Ixc7-Ggj02o83Vqu3l7lQF18KVvatbPrMa98zRS92mVVyYS8rlOuFp8Fj8HrWkbn6VYQh9DAK0VIZGzQa3Am2X5KaNpy0uO9khclnMs3pCLT27jPup5AN9qNXEWG7pNr-XMPPRc8mLlbEdTC-u7uo3QB9o4DxlwKpR/w640-h362/filme-ferrari-com-gabriel-leone-ganha-trailer-e-data-de-estreia-foto-2-970x550.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O grande destaque do filme é a atuação firme e segura de Penélope Cruz como Laura Ferrari. Adam Driver por sua vez está quase no piloto automático, mas não compromete. O mesmo não se pode dizer de Shailene Woodley, que é uma verdadeira decepção (mais uma vez em sua curta carreira) em um papel completamente deslocado. Tecnicamente o filme tem cenas muito bem feitas, com vários planos aéreos e câmeras frenéticas durante as corridas, mas uma das cenas em específico me causou um enorme estranhamento, com o uso de um CGI inacreditavelmente ruim para um filme de orçamento tão grande. Por fim, Ferrari acaba sendo um filme que nitidamente poderia ter ido muito mais além, sobretudo quando falamos em estudo de personagem, mas ainda assim entretém pelo alto nível de adrenalina e imersão para quem gosta de automobilismo.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaIN-2UVpiCGPytcsC-AEh_Srii1HiOHeKeIMYtv1dnYnu7FavpeAHd5Vm3ISfX3U3AYa5Vt1C7vA-OI4XCvJdEoH7wXTW3832qElC_g7Bt_fi9PpmmzvQpQn9C1UVwMFhy9qJOZrqoOFcScbdBUJbrE13498SSLeZLxV7CuTi-5catiGjuImKzcGgSaca/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaIN-2UVpiCGPytcsC-AEh_Srii1HiOHeKeIMYtv1dnYnu7FavpeAHd5Vm3ISfX3U3AYa5Vt1C7vA-OI4XCvJdEoH7wXTW3832qElC_g7Bt_fi9PpmmzvQpQn9C1UVwMFhy9qJOZrqoOFcScbdBUJbrE13498SSLeZLxV7CuTi-5catiGjuImKzcGgSaca/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><span style="font-family: verdana;"></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-35432807254559999382024-01-24T13:28:00.000-08:002024-01-24T13:28:30.251-08:00Crítica: Quem Fizer Ganha (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVHsTfX2Cg33lV9uXVIPrPnPgav9HGqK1Vfw2PTszRON0TngW1EV72NH-yqTD-CYzYGNv4yok_d7KCXAFXKT-I3eQGr-Sc7EO8LtnPcncSqxCbT2M9kSlUp2YBlWQZfVNCup9zjCTWKS_y4mMvtnZbxK2YjnlTeIHsOzQJv1mrAmXBjZSgy3iAuoKWBctY/s2000/MV5BNDIwNWQwYTktZGQwYS00NzNjLThhNDMtODBlYmI5N2E0NjM0XkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ@@._V1_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1334" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVHsTfX2Cg33lV9uXVIPrPnPgav9HGqK1Vfw2PTszRON0TngW1EV72NH-yqTD-CYzYGNv4yok_d7KCXAFXKT-I3eQGr-Sc7EO8LtnPcncSqxCbT2M9kSlUp2YBlWQZfVNCup9zjCTWKS_y4mMvtnZbxK2YjnlTeIHsOzQJv1mrAmXBjZSgy3iAuoKWBctY/w266-h400/MV5BNDIwNWQwYTktZGQwYS00NzNjLThhNDMtODBlYmI5N2E0NjM0XkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ@@._V1_.jpg" width="266" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em 2001, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de futebol masculino, a seleção da Austrália goleou a Samoa Americana por um sonoro placar de 31x0. Até hoje, esta é considerada a maior goleada de um jogo oficial realizado entre duas seleções. Vendo potencial na história, o diretor Taika Waititi (de Jojo Rabbit) resolveu fazer uma comédia em cima disso, e o resultado é <i>Quem Fizer Ganha (Next Goal Wins)</i>.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj73E7jS2Uxl0xZG4-8zmpXNh5ElneHUQ79EuXQMtbZ2PtCX7X-MKxhQuk2tqRBueptRhON18Y05LpSJ62Pfc2oVZAEEiLHQFho7J-sYi7aRjnseKrLhKjImCMlCY9Wd9Nqj8G-Csh6oPECO41R6IboXHFwudxwvghIIOmzqdEtdGtazRK0VoVzPtfdTXoW/s1500/next-goal-wins.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="860" data-original-width="1500" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj73E7jS2Uxl0xZG4-8zmpXNh5ElneHUQ79EuXQMtbZ2PtCX7X-MKxhQuk2tqRBueptRhON18Y05LpSJ62Pfc2oVZAEEiLHQFho7J-sYi7aRjnseKrLhKjImCMlCY9Wd9Nqj8G-Csh6oPECO41R6IboXHFwudxwvghIIOmzqdEtdGtazRK0VoVzPtfdTXoW/w640-h366/next-goal-wins.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme inicia mostrando os gols desta partida histórica, e logo faz uma breve introdução sobre a cultura e a rotina do povo de Samoa Americana, uma ilha minúscula no meio da Oceano Pacífico e que atualmente conta com uma população estimada em 44 mil pessoas. Última colocada no ranking da FIFA (Federação Internacional de Futebol), a seleção de Samoa Americana não é composta por nenhum jogador profissional, sendo formada basicamente por pessoas do povo, que tem dois ou três empregos comuns, e apenas gostam de futebol e se juntam para defender as cores do país quando é preciso.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O enredo tem aquela estrutura básica e já conhecida, que visa apresentar um grupo de pessoas sem aptidão alguma para o esporte mas que mesmo assim são determinadas em tentar fazer o seu melhor quando incitadas. Quem chega para comandar a seleção após o placar vergonhoso contra a Austrália é Thomas Rongen (Michael Fassbender), que recebe a missão praticamente como se fosse um castigo da Federação Norte-Americana por seus péssimos resultados. Mesmo contrariado, Rongen desembarca na ilha para treinar a seleção para as próximas eliminatórias, e aos poucos acaba se enturmando com todos os moradores, ouvindo suas histórias e tirando o melhor que consegue de cada um.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3yE0QtT_ZFgPO52HqjvH5YdAXDCZ9Q5H-TnvSauZRRh7RCDwkKkdruLv9aIfTWO3x2nEIG1ZBhfaN2ibbRxsdX8lWe9sgLHmIq1bkd-UmI8Jtz88jpzLTnYrzL08H-7aZmI-igfyUwMIModbrpUdODC4XhW5AeITRmCk20uqcdzeu9kFeq0gbJy-eipdH/s1080/ARTS-Next_Goal_Wins-COURTESY-OF-TIFF-web.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="1080" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3yE0QtT_ZFgPO52HqjvH5YdAXDCZ9Q5H-TnvSauZRRh7RCDwkKkdruLv9aIfTWO3x2nEIG1ZBhfaN2ibbRxsdX8lWe9sgLHmIq1bkd-UmI8Jtz88jpzLTnYrzL08H-7aZmI-igfyUwMIModbrpUdODC4XhW5AeITRmCk20uqcdzeu9kFeq0gbJy-eipdH/w640-h314/ARTS-Next_Goal_Wins-COURTESY-OF-TIFF-web.jpg" width="640" /></a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">O tom da comédia me lembrou (com muitas ressalvas) o humor da série Ted Lasso, até pelo tema envolvido. Michael Fassbender parece bem à vontade em um papel que não é costume vê-lo fazer, e eu adorei essa sua veia cômica. Único ponto negativo em relação ao elenco é a participação pífia da Elizabeth Moss, que aparece uma vez ali, outra acolá, e tem basicamente uma ou duas linhas de diálogo o filme inteiro, sendo na verdade um grande desperdício. </span>O jeito que Waititi trata algumas tradições do povo da ilha também tem o humor um pouco duvidoso. Se as vezes parece que o diretor quis trazer esses elementos para mostrar um pouco da cultura local, ao mesmo tempo ele parece querer ridiculariza-los. Ainda assim, é uma comédia que consegue entreter, apesar dos defeitos evidentes.</span></div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQetNlmT1xueON6cIom9i35dfEjxB5EDMyH10YtM7z37ViRlMlMz8yfLrsqCpKTYv-N2oou8Yo1T0vuhWWHZqX6fJNTmkWAV191utfWYkvZiFvGAmvpftVdB1SAJcFGNaF2YSLJL-GWz8WgJXVDVN-D-jF6a72cfnDzJKqZUNWMkUvBwsaXwiVkjvPF9g/s114/2%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQetNlmT1xueON6cIom9i35dfEjxB5EDMyH10YtM7z37ViRlMlMz8yfLrsqCpKTYv-N2oou8Yo1T0vuhWWHZqX6fJNTmkWAV191utfWYkvZiFvGAmvpftVdB1SAJcFGNaF2YSLJL-GWz8WgJXVDVN-D-jF6a72cfnDzJKqZUNWMkUvBwsaXwiVkjvPF9g/s1600/2%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-22535146206515781752024-01-23T09:19:00.000-08:002024-01-27T15:24:49.336-08:00Crítica: El Castigo (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTdVm-yuX-AlYaRPE3kbSzDcklm006pdhJCiwB5YfsU0lbkAV-e-qUbEdyZz3qfaajMrZnpWtpNkk_yTnLDkqoiCImjgl0nO2WaOnl0yBIpO19fKtLpyuZEvL1RKoVBLST2SYEjGok8mSHXAdXY4lAOJNxb5dVpem51ngpkOmrRqapHMqmP4bGW8YN3QCP/s1024/el-castigo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="718" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTdVm-yuX-AlYaRPE3kbSzDcklm006pdhJCiwB5YfsU0lbkAV-e-qUbEdyZz3qfaajMrZnpWtpNkk_yTnLDkqoiCImjgl0nO2WaOnl0yBIpO19fKtLpyuZEvL1RKoVBLST2SYEjGok8mSHXAdXY4lAOJNxb5dVpem51ngpkOmrRqapHMqmP4bGW8YN3QCP/w280-h400/el-castigo.jpg" width="280" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Com um dos finais mais impactantes que assisti nos últimos tempos, El Castigo, do chileno Matías Bize (de A Vida dos Peixes), é um filme que brilhantemente trabalha a questão da maternidade e suas responsabilidades, culpas e medos, mas além disso foca também nas relações pessoais e nos sentimentos conflitantes que muitas vezes somos obrigados a esconder por anos debaixo do véu da rotina.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1_rnXPP51RXKgIWIeGult78xfMAwsK9cXiyife-NPPXeC1cEGP8xsvc-iYsRvikJ4oGMwsHlPZtJrCHGkw_UztbJ2txW_Ja8K0-_BoL0EiKdRDWQ9v_iT5RI-IQHXSNDCU-PC7TvmtKSE6WyGMbIAbLAF4t_aZpYNRFxvzy0WjTl9Sz0qHdUE2Z415QLk/s640/el-castigo%20(1).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="640" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1_rnXPP51RXKgIWIeGult78xfMAwsK9cXiyife-NPPXeC1cEGP8xsvc-iYsRvikJ4oGMwsHlPZtJrCHGkw_UztbJ2txW_Ja8K0-_BoL0EiKdRDWQ9v_iT5RI-IQHXSNDCU-PC7TvmtKSE6WyGMbIAbLAF4t_aZpYNRFxvzy0WjTl9Sz0qHdUE2Z415QLk/w640-h334/el-castigo%20(1).jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Conduzido na forma de um grande plano sequência, o roteiro nos apresenta Ana (Antonia Zegers) e Mateo (Nestor Cantillana), um casal que está dentro do carro indo para um almoço na casa da mãe dela. Há algo estranho no ar, e logo percebemos que o filho do casal, Lucas, também estava no carro, mas foi deixado há poucos metros atrás, na beira da estrada, possivelmente como forma de castigo por algum ato indisciplinar na viagem. Os motivos vão sendo explicados no decorrer da trama, mas ao voltarem para pegar o menino, eles percebem que ele simplesmente desapareceu. </span><span style="font-family: verdana;">Após uma rápida e ineficaz procura, Ana e Mateo decidem chamar a polícia para ajudá-los, e enquanto os agentes fazem as buscas com ajuda de reforços e até de cães farejadores, não somente a história vai sendo finalmente desvendada como toda a relação deste casal em relação ao filho.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Através dos diálogos,</span><span style="font-family: verdana;"> múltiplos sentimentos vem à tona. </span><span style="font-family: verdana;">Fica claro que Ana é responsável pela educação quase integral do filho, e por consequência, é também a responsável pelas broncas e reprovações, enquanto Mateo é visto como o "pai bom", pois praticamente só está com o filho nas horas de lazer. Até mesmo na hora de recriminá-lo por algo errado, ele também se mostra muito mais flexível do que a mãe. </span><span style="font-family: verdana;">No meio disto, outros pontos também passam a ser debatidos entre eles, até que Ana revela uma dura opinião que ela guarda há anos dentro de si: a de que ela não queria ter tido filhos, e desde que isso aconteceu nunca mais conseguiu ser feliz.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A pressão que sempre foi exercida pela sociedade em cima das mulheres para que elas tenham filhos, fez com que isso se tornasse quase uma obrigação para elas, mesmo que não fosse o desejo. De alguns anos para cá esta realidade vem sendo mudada, mas não tem como negar que ela ainda existe, mesmo quando recai indiretamente. Uma mulher que não quer ter filhos por opção pessoal ainda é vítima de inúmeras críticas, e o assunto ainda é quase um tabu. </span><span style="font-family: verdana;">O diretor aborda este tema com extremo realismo, e tenho certeza que muitas pessoas irão se identificar.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2dptSuPbTnRQ2zT0sUeiabsdVTev2uwJhPdqCSk0k61qOIw-E4_C8uZFbBlozH7xFQwkE7bpU7dIA3kBgt1_Rz2g1GBwyJ8HPE4FF_6Jh0cGtLDitHFGjGLkKwJWf1nOAulETKHnL0k1YJkcQryhs8l2ZgOOhEbmuY0U-SYwKqFlh-_K-3ROLBsyPLEr/s1280/el-castigo-1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2dptSuPbTnRQ2zT0sUeiabsdVTev2uwJhPdqCSk0k61qOIw-E4_C8uZFbBlozH7xFQwkE7bpU7dIA3kBgt1_Rz2g1GBwyJ8HPE4FF_6Jh0cGtLDitHFGjGLkKwJWf1nOAulETKHnL0k1YJkcQryhs8l2ZgOOhEbmuY0U-SYwKqFlh-_K-3ROLBsyPLEr/w640-h360/el-castigo-1.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">El Castigo é um filme denso, impactante, e que vai construindo sua tensão aos poucos. Por ser um filme em que os diálogos e as expressões dos atores comandam as emoções do espectador, era imprescindível ter um bom elenco por trás, e a atuação de Antonia Zerges é simplesmente fenomenal. É possível sentir toda a dor e a angústia que ela carrega por estar inserida numa vida que ela não queria, mas que se viu obrigada a estar. Ela deixa claro que ama o filho mais do que tudo, isso é importante frisar, mas tem a coragem de dizer que seria mais feliz se não o tivesse tido, pois sabe que sua vida nunca mais foi a mesma. É uma personagem à beira do precipício, que não consegue mais sentir nada, apenas tristeza, e que finalmente parece ter tido a coragem de colocar isso para fora.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi52RnIQ3gdVA0hfFoEB0at2IKDFKehHMdMpn3HHZ-jpYuhRrliSJHauyuCDyhwGS7NIBPtOh9TA7DBemp_WLolm_T9ylgcHNhzzQ7tvbddXE7I2nZPJi-jcTTPDKkMuQ4dm4IMKT9q8W0f34UlSC7CsGisEQoQMPA5QQ_LUDaNkJ7GQ74k1HEZWAQFedQP/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi52RnIQ3gdVA0hfFoEB0at2IKDFKehHMdMpn3HHZ-jpYuhRrliSJHauyuCDyhwGS7NIBPtOh9TA7DBemp_WLolm_T9ylgcHNhzzQ7tvbddXE7I2nZPJi-jcTTPDKkMuQ4dm4IMKT9q8W0f34UlSC7CsGisEQoQMPA5QQ_LUDaNkJ7GQ74k1HEZWAQFedQP/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-47891469727233562892024-01-19T05:47:00.000-08:002024-01-19T05:47:33.034-08:00Crítica: A Cor Púrpura (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPux47MTcTFymREq0SB8iwa4UVH3u4mkX_rV3_MZZF6J_VD4YjJZfQauq_yc_dr5pTJKXngsVIIm23mU83txhd8G3dTLIRunsyG2Z0dpLz1SuwOsTANq7WMFn0wFxSmGTtHWjTMrmMFP6sUize8WXyl9rkxYqaK37GoAIyJk10e2i5Ow3rxMQa7Ds-3APM/s442/79bea80cd662dd8e00d3fc682182cdd4_300x442.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="300" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPux47MTcTFymREq0SB8iwa4UVH3u4mkX_rV3_MZZF6J_VD4YjJZfQauq_yc_dr5pTJKXngsVIIm23mU83txhd8G3dTLIRunsyG2Z0dpLz1SuwOsTANq7WMFn0wFxSmGTtHWjTMrmMFP6sUize8WXyl9rkxYqaK37GoAIyJk10e2i5Ow3rxMQa7Ds-3APM/w271-h400/79bea80cd662dd8e00d3fc682182cdd4_300x442.jpg" width="271" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Lançado em 1982 pela escritora norte-americana Alice Walker, A Cor Púrpura logo se tornou um dos livros mais importantes sobre a discriminação racial, o abuso sexual e o machismo pungente numa época onde mulheres não tinham direito algum. Três anos depois Steven Spielberg levou a história aos cinemas, com um filme que chegou a concorrer a 11 Oscars. A obra de Spielberg elevou ainda mais a importância dos temas abordados, sendo um filme duro e pesado de assistir, mas ainda assim extremamente belo, sobretudo pelas ótimas participações de Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey. Após se tornar um musical de sucesso na Broadway, em 2023 chegou a vez da história ganhar novamente as telas, agora sob a direção de Blitz Bazawule, e com produção do próprio Steven Spielberg em conjunto com Oprah Winfrey e Quincy Jones (também produtor do primeiro filme).</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdd8Zgzw5K-oHod54_0eH0Wpn0NjXwVRQQPI3_ynq8R9QsHd5fmV8iThR2sOzJ6QGyM7Ld_1KLeuDAmF3Il-vyqOrFvPORbzqbXbjmKWF_zh07J2R5k3Ws4-jSLyybhPhf1bE1zizu27UIw4qcOw1Bh63gBRxbL_8gZOz_AH9InMR3H2coldYzrF9lmOd1/s1024/color-purple-still-646d20fdb17c4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdd8Zgzw5K-oHod54_0eH0Wpn0NjXwVRQQPI3_ynq8R9QsHd5fmV8iThR2sOzJ6QGyM7Ld_1KLeuDAmF3Il-vyqOrFvPORbzqbXbjmKWF_zh07J2R5k3Ws4-jSLyybhPhf1bE1zizu27UIw4qcOw1Bh63gBRxbL_8gZOz_AH9InMR3H2coldYzrF9lmOd1/w640-h360/color-purple-still-646d20fdb17c4.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A história acompanha Celie (interpretada por Phylicia Mpaci quando jovem e por Fantasia Barrino quando adulta) e Nettie (Halle Bailey quando jovem e Ciara quando adulta), duas irmãs que vivem com o pai na costa da Geórgia, sul dos Estados Unidos. Elas acabam sendo separadas quando Celie é obrigada a casar com um homem mais velho (Colman Domingo), e Nettie foge de casa após sofrer abusos do pai. Por anos Nettie tenta se corresponder por cartas com a irmã, mas todas são interceptadas e escondidas pelo marido de Celie, cortando completamente qualquer vínculo que ainda poderia existir entre as duas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Além de viver praticamente enclausurada dentro de casa, onde passa os dias fazendo os afazeres domésticos, Celie ainda sofre com a violência e os abusos do marido, que exige que ela esteja a todo momento disponível para ele. A vida dela passa a mudar quando ela conhece a cantora de blues Shug Avery (Taraji P. Henson), que vem até a cidade para algumas apresentações e fica hospedada na casa do casal. Ao mesmo tempo ela também conhece Sofia (Danielle Brooks), que se torna sua nova nora, e que por sua vez tem um jeito muito leve de levar a vida, completamente livre das amarras machistas que a sociedade da época impunha.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65-TXyN4NyzhE9m8fHPL0fHp6gA89-Pkr6TT1vr6207b6256ytzaN6-ErRv0WsgAKgXNWQZ0hO3snwYyl1Hq5EvgYwlWC-M4-gubrm3SNTiWL3pgnFDZh6-32c2socXM9PPGmkSPBHItNR5I8Exrmy2KF9d_Z61GZZERinDsc-nXRnrj2UuHA0FPqb_cf/s681/The-Color-Purple-Trailer-04-052223-51b54318803547c48f30a1d599896571.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="383" data-original-width="681" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65-TXyN4NyzhE9m8fHPL0fHp6gA89-Pkr6TT1vr6207b6256ytzaN6-ErRv0WsgAKgXNWQZ0hO3snwYyl1Hq5EvgYwlWC-M4-gubrm3SNTiWL3pgnFDZh6-32c2socXM9PPGmkSPBHItNR5I8Exrmy2KF9d_Z61GZZERinDsc-nXRnrj2UuHA0FPqb_cf/w640-h360/The-Color-Purple-Trailer-04-052223-51b54318803547c48f30a1d599896571.jpeg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O roteiro inegavelmente dá uma boa suavizada na história original, sendo acima de tudo um filme sobre a perseverança e a fé de uma personagem diante das dificuldades. Mas o que mais incomoda de fato é a sua execução. Por muitos momentos, os saltos temporais não dão tempo suficiente para que a história seja desenvolvida como deveria, e muita coisa importante, tanto do livro como do filme anterior, acaba ficando de fora. Em outras palavras, é tudo muito atropelado, e isso inclusive tira todo o impacto que a cena final deveria ter. Os números musicais até encantam em boa parte do tempo, mas alguns parecem meio dissonantes do que está sendo contado na história. O grande mérito do filme acaba ficando apenas na questão técnica, como nos figurinos e na bela fotografia de Dan Laustsen, mas narrativamente é decepcionante.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK2kRPkeLQwWPj8c4-rqONlaLU8NSytLMdAEKUYZubOCoYJEOd_PkfT13EQn7eGeC2wBKDMRS56G6QV-UUAZncwRP_iUCSODSW5RXDylcv_lcmHc3VJOyYXc3FyhhPLGY9DmdDEQiXv-2jhO7iZj1O6FaTTDDmAu0IqplFo8yIXu-8V4bjVLWDxvxBJTNg/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK2kRPkeLQwWPj8c4-rqONlaLU8NSytLMdAEKUYZubOCoYJEOd_PkfT13EQn7eGeC2wBKDMRS56G6QV-UUAZncwRP_iUCSODSW5RXDylcv_lcmHc3VJOyYXc3FyhhPLGY9DmdDEQiXv-2jhO7iZj1O6FaTTDDmAu0IqplFo8yIXu-8V4bjVLWDxvxBJTNg/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-61605116304030167852024-01-16T10:28:00.000-08:002024-01-18T09:19:27.926-08:00Crítica: The Old Oak (2023)<p style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg790ExVSY5lHXP7gPl6qNgDIJ5xmoHE-j_Iy3Cj7j9fheMtnO5LXXgK2OJpkm1mFeNQxFCdBBP9Yyn40C3xdmEYHUXs9j7we-bCeKmvFfbFrc62symTs9M927I8cIcrmYPbNyf_w59fBAIUG_8pr_F48bVDkrnCrMmKFxYO6Hwi7ZBDKF7nYQbCAqp1ZNk/s362/imagem.bmp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="362" data-original-width="235" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg790ExVSY5lHXP7gPl6qNgDIJ5xmoHE-j_Iy3Cj7j9fheMtnO5LXXgK2OJpkm1mFeNQxFCdBBP9Yyn40C3xdmEYHUXs9j7we-bCeKmvFfbFrc62symTs9M927I8cIcrmYPbNyf_w59fBAIUG_8pr_F48bVDkrnCrMmKFxYO6Hwi7ZBDKF7nYQbCAqp1ZNk/w260-h400/imagem.bmp" width="260" /></a></span></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Depois de 57 anos dedicando sua vida ao cinema, o britânico Ken Loach anunciou que <i>The Old Oak</i> infelizmente será o seu último filme da carreira. Aos 87 anos de idade, ele é um dos nomes mais importantes quando se fala em cinema político e de relevância social, e grande parte de sua obra trata justamente dos dilemas da classe operária e da camada mais pobre da população. Inclusive, dois dos seus melhores filmes foram feitos recentemente, onde Loach tratou temas como a burocracia para conseguir uma justa aposentadoria (Eu, Daniel Blake) e a precarização do mercado de trabalho atual (Você Não Estava Aqui). </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Já em
The Old Oak, o ponto central novamente são as desigualdades e as
injustiças intrínsecas da sociedade, mas desta vez abordando também a
importante e pungente questão da imigração.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUmmnWjCqlASyGhuDEkZXy8bxDQaX2qxChZmSFMuCThW2LuFbkzR7QCt0SaWgw7tBzzAoyS6hcIhxV6_ljzeo2qMXh542mj9hU25xWdDn7ApJFq5YcTc75EHWZKmfjcEjQ_dDu-DzFyo6OMRchqtmWxjmibpOQmZ0ENEqSuXGag03KtmWNOSSE01YkhwEW/s960/o_pub_the_old_oak_ken_loach_img654e235c90d18.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="541" data-original-width="960" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUmmnWjCqlASyGhuDEkZXy8bxDQaX2qxChZmSFMuCThW2LuFbkzR7QCt0SaWgw7tBzzAoyS6hcIhxV6_ljzeo2qMXh542mj9hU25xWdDn7ApJFq5YcTc75EHWZKmfjcEjQ_dDu-DzFyo6OMRchqtmWxjmibpOQmZ0ENEqSuXGag03KtmWNOSSE01YkhwEW/w640-h360/o_pub_the_old_oak_ken_loach_img654e235c90d18.jpeg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Situado em um pequeno vilarejo no noroeste da Inglaterra, o filme inicia com a chegada de uma van no local, que está trazendo refugiados sírios que irão viver no bairro. A presença deles logo desperta a ira de um dos moradores, que imediatamente passa a provocar o grupo e chega a quebrar a câmera fotográfica de Yara (Ebla Mari), uma das refugiadas. Decidida a consertar o objeto que para ela tem muito valor sentimental, Yara pede ajuda para TJ Ballantyne (Dave Turner), o dono do The Old Oak, o único pub ativo da cidade, que imediatamente se mostra solícito com o grupo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O The Old Oak é conhecido por ser o único local onde o povo local ainda consegue se reunir para conversar, beber uma cerveja e relaxar, mas é também o local onde o proprietário ouve os maiores absurdos xenofóbicos vindos por parte dos moradores. A grande revolta dos locais em relação aos novos vizinhos é reflexo do desalento e da desesperança que eles enfrentam ao viverem há mais de 40 anos esquecidos pelo governo, depois que a mina local que dava sustento à cidade foi encerrada. Veja bem, evidente que há sim sinais de xenofobia e preconceito religioso, mas o que Loach consegue fazer é também trazer o ponto de vista destas pessoas, por mais odioso que ele seja. O que eles não conseguem enxergar é que as pessoas que ali estão refugiadas e recebendo ajuda de organizações não governamentais também são vítimas de sistemas cruéis, além de estarem fugindo de cenários devastadores como a fome e a guerra. E é basicamente sobre esta falta de empatia que o filme discorre, mas também da solidariedade que aflora em outros.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDJ5q6WLTjT3Aj9QnfrcCcYNCRP5DPSnsLnt6P3dcOfAJb2vYKr_nsRRLIuMxyGttlJwUbnrwd8hEilAeFTrnWIww2FxxNTT1mOVHpf5SeUrrOpf5j_e0GRsvWNvSTjKNplIu4JyoWsKhtBU1L7wmnMKiILTbeKYmykArnPTjD89yDkinuKlNqirSZFwLm/s728/o-pub-the-old-oak-4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="728" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDJ5q6WLTjT3Aj9QnfrcCcYNCRP5DPSnsLnt6P3dcOfAJb2vYKr_nsRRLIuMxyGttlJwUbnrwd8hEilAeFTrnWIww2FxxNTT1mOVHpf5SeUrrOpf5j_e0GRsvWNvSTjKNplIu4JyoWsKhtBU1L7wmnMKiILTbeKYmykArnPTjD89yDkinuKlNqirSZFwLm/w640-h338/o-pub-the-old-oak-4.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Infelizmente nem tudo são flores neste trabalho de Loach, e o filme me afastou um pouco quando senti que ele queria manipular as emoções do espectador muito mais do que deveria. Há uma necessidade de forçar um choro aqui, outro acolá, e isso acaba atrapalhando o desenrolar da história. As atuações também me pareceram um tanto superficiais, deixando com que o filme caísse no marasmo muito cedo. A mensagem está ali e não deixa de ser importante, mas longe de ter a mesma força que já foi possível ver em outros filmes do diretor.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7heDVYuxLTEX3npaS8Qa3RziOosC9FTfVuEzQVOHQbmPFQG0TJFxIE00S7jJif85hQ4hR6Yu_2YiFSE4f9REZsKn6H-m4akFOePb5YAEpEfCwlgl740LqNFqoXPV5z5vRNFysp0GhtDUx-6iASmFchPiIGzECriT3_-CfjgYkljwvUX5xH352vDE-84d3/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7heDVYuxLTEX3npaS8Qa3RziOosC9FTfVuEzQVOHQbmPFQG0TJFxIE00S7jJif85hQ4hR6Yu_2YiFSE4f9REZsKn6H-m4akFOePb5YAEpEfCwlgl740LqNFqoXPV5z5vRNFysp0GhtDUx-6iASmFchPiIGzECriT3_-CfjgYkljwvUX5xH352vDE-84d3/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><br /><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-56311720226577180192024-01-10T05:07:00.000-08:002024-01-18T05:22:04.137-08:00Crítica: Concrete Utopia (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUESfX2sEwv3S-r7Ok74PcVwbKCuDmeo13Mtu7dNfYnXnVMHpamhVOt9X6NGD4PCiW14TuDFzkJMdcnL_bycSGOnjKyXD9aIEqIgKrXBCgeC5eEjyr_rwnbGJtijSGGbKxuLK9uu8zh8e7D_WhaNFvkFCGvBGOM3FWp-i-258tWTfWCFPX2vqDKB4YuV25/s420/0244319.jpg-c_310_420_x-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="310" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUESfX2sEwv3S-r7Ok74PcVwbKCuDmeo13Mtu7dNfYnXnVMHpamhVOt9X6NGD4PCiW14TuDFzkJMdcnL_bycSGOnjKyXD9aIEqIgKrXBCgeC5eEjyr_rwnbGJtijSGGbKxuLK9uu8zh8e7D_WhaNFvkFCGvBGOM3FWp-i-258tWTfWCFPX2vqDKB4YuV25/w295-h400/0244319.jpg-c_310_420_x-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="295" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Muita gente vai olhar as informações deste filme e pensar que se trata de mais uma obra de catástrofe "hollywoodiana", como tantas que são lançadas anualmente nos cinemas, sobretudo pelo nome traduzido para o Brasil: </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><i>Sobreviventes - Depois do Terremoto</i></span>. Representante da Coreia do Sul pro Oscar de filme internacional em 2024, o filme do diretor Tae-hwa Eom mostra sim uma catástrofe de proporções inimagináveis, mas de uma maneira mais complexa e profunda do que se costuma ver em filmes do gênero, criando uma alegoria distópica recheada de crítica social.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiswazbrGya7zs_AC5I260slJP53nR5bWGvHypIDA1wgv7debma8MCADKc_s6bSJsmt9Nw4Zc1-xHAFsajSb_5Zz0WBrDA5k5Huuj_x5mV3KfU-vKJfgs2G5V6yJwVfKEzg47QF1Fv4CX10J34E0I2ZU7W9Vvy-mKAuTWT70iq1IOlju8Xx0Cok8HyZFrzw/s910/concreteutopia_01.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="910" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiswazbrGya7zs_AC5I260slJP53nR5bWGvHypIDA1wgv7debma8MCADKc_s6bSJsmt9Nw4Zc1-xHAFsajSb_5Zz0WBrDA5k5Huuj_x5mV3KfU-vKJfgs2G5V6yJwVfKEzg47QF1Fv4CX10J34E0I2ZU7W9Vvy-mKAuTWT70iq1IOlju8Xx0Cok8HyZFrzw/w640-h360/concreteutopia_01.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O diretor inicia o filme discorrendo sobre como as grandes cidades foram aos poucos se transformando em "selvas de pedra", onde prédios cada vez mais altos foram se aglomerando e criando toda a paisagem urbana que nós conhecemos hoje. Isso é feito através de entrevistas e matérias televisivas do passado, que mostram o porquê das pessoas terem optado gradativamente de viver em apartamentos ao invés de casas. A introdução logo dá lugar ao grande acontecimento do roteiro: um terremoto destruidor que acaba com a cidade de Seul inteira, deixando todos os prédios no chão, com exceção de um.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O conjunto de apartamentos Hwang Gung é o único que fica misteriosamente de pé, e os moradores precisam não apenas reconstruir a vida em meio aos destroços e lutar por recursos, mas também lidar com centenas de sobreviventes dos outros condomínios que querem invadir e morar no local para fugir do frio dilacerante que faz na rua. Essa premissa cria um embate moral muito interessante, que serve para mostrar sobretudo como nós humanos lidamos em situações extremistas. Ao mesmo tempo que vemos o lado mais egoísta e covarde das pessoas, </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">que cria uma escalada de violência tão nociva quanto o próprio desastre que iniciou tudo, </span>vemos também o lado da solidariedade e da empatia, e o filme consegue apresentar muito bem essa dualidade.<br /></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilcrRoWDHasq553XywiKGDIGkAP-ut5mij_WOSEtWouU-ABStc0dVF8U80lQdWJHFmKOZl3yzWoVYVIJuFCRVK3fWkfLVoZbBZLpzOqrfQWAcsm9IMT-ZCj-hfNxQEWKwpGsZEo-DaA-GAuZvNPHjGgWdBjPr0OHQw652kVAursnLPSAZMIFjigJ_nc2VG/s681/Still_press-still_10.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="383" data-original-width="681" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilcrRoWDHasq553XywiKGDIGkAP-ut5mij_WOSEtWouU-ABStc0dVF8U80lQdWJHFmKOZl3yzWoVYVIJuFCRVK3fWkfLVoZbBZLpzOqrfQWAcsm9IMT-ZCj-hfNxQEWKwpGsZEo-DaA-GAuZvNPHjGgWdBjPr0OHQw652kVAursnLPSAZMIFjigJ_nc2VG/w640-h360/Still_press-still_10.jpg" width="640" /></a></div><p></p><p><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O diretor não define heróis e vilões
nesta história, ficando a cargo do espectador tomar seu próprio
partido. Afinal, é impossível não analisar como se estivéssemos na mesma
situação, e eu confesso que não sei como reagiria. O único ponto que ficou bem deslocado foi o humor que é utilizado em alguns momentos, principalmente no início, e que não encaixou legal com a história. É um filme que vai gerar entretenimento pelo capricho nos cenários e pelas grandiosas cenas de ação, mas que vai sobretudo gerar reflexão sobre o comportamento humano e suas controvérsias.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRJksdLpBR3dyUiIsRlLyQ6ha5N3MZKXN4RoRlHZo6JEqzizuCNiZac47g33JRKDRPX1K3PnpkOSH_tW0OIBGKAo5ByGwP7gKwFLEbl-05vfBgnwaFQ0DSTFaOk1S46SlO3aYI21sjIXpv6BL27_5ujkmBS2T6XFmPcwMUyQn3gvGnIvM4tURwzHO1VGNz/s114/4%20estrelas.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRJksdLpBR3dyUiIsRlLyQ6ha5N3MZKXN4RoRlHZo6JEqzizuCNiZac47g33JRKDRPX1K3PnpkOSH_tW0OIBGKAo5ByGwP7gKwFLEbl-05vfBgnwaFQ0DSTFaOk1S46SlO3aYI21sjIXpv6BL27_5ujkmBS2T6XFmPcwMUyQn3gvGnIvM4tURwzHO1VGNz/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-5787985473322819662024-01-09T05:26:00.000-08:002024-01-10T08:32:28.154-08:00Crítica: 20 Days in Mariupol (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaueH9T3BoOuhEzAX53rYxu8V9548dj5BuG8_ZvWsnMDdf46F3D0z7g2IDpkUTvhtN7cBhAiRZi5w_8BMSbhcb5JkymCejY6bBx_gsSAsOCsxu-PcLbgiq3CrzRX1t4uTFg1-eZ0xVNXOY2rIazd0Xc12OF-4Jqf4MbL-rm1bqaTOnoU3wyImQmtg9JFUp/s377/71tZdxDlZQL._SY445_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="377" data-original-width="286" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaueH9T3BoOuhEzAX53rYxu8V9548dj5BuG8_ZvWsnMDdf46F3D0z7g2IDpkUTvhtN7cBhAiRZi5w_8BMSbhcb5JkymCejY6bBx_gsSAsOCsxu-PcLbgiq3CrzRX1t4uTFg1-eZ0xVNXOY2rIazd0Xc12OF-4Jqf4MbL-rm1bqaTOnoU3wyImQmtg9JFUp/w304-h400/71tZdxDlZQL._SY445_.jpg" width="304" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Assim como eu, você que está lendo isso provavelmente nunca teve e nem vai ter a dimensão real do que é vivenciar uma guerra, e temos que agradecer todos os dias por isso. Por mais que alguns digam que vivemos inseridos em uma "guerra diária", por conta da violência urbana, jamais podemos comparar uma coisa com a outra. Acredito que nada pode ser mais desesperador do que ver sua cidade completamente destruída por bombas, seus amigos e conhecidos sendo mortos na sua frente, e não ter para onde correr. Do ucraniano </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Mstyslav Chernov,</span> <i>20 Days in Mariupol</i> acompanha um grupo de três jornalistas, incluindo o próprio Mstylav, que registraram de forma brutal o início da invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJqFSG7yoQhw0veFUwEq_6emvqZn-qKnome9qvmDURbVBv1IlIzlrhH2QpJBOAiF4ZPQTHqPHpYjmUpAZtffPbIWhMB3H25X8QDXYHgJ93A5eCexKGxKewQ6bgCPkiREme9zMNKS3CpUzghuRRZnLoDsZ8Shv5VwDzLTz9W67ZX_2s1gQobaQ19rRAi6pj/s1024/13mariupol-review-qjzl-jumbo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="684" data-original-width="1024" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJqFSG7yoQhw0veFUwEq_6emvqZn-qKnome9qvmDURbVBv1IlIzlrhH2QpJBOAiF4ZPQTHqPHpYjmUpAZtffPbIWhMB3H25X8QDXYHgJ93A5eCexKGxKewQ6bgCPkiREme9zMNKS3CpUzghuRRZnLoDsZ8Shv5VwDzLTz9W67ZX_2s1gQobaQ19rRAi6pj/w640-h428/13mariupol-review-qjzl-jumbo.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Estima-se que o cerco russo na cidade estratégica de Mariupol levou mais de 25 mil pessoas a óbito, e as câmeras mostram isso da forma mais próxima e sufocante possível. Com exceção do desfoque que é dado nos rostos dos mortos, todo o resto é mostrado sem filtro. São inúmeros corpos jogados pelas ruas e enterrados em grandes valas abertas, além de mutilações diversas causadas pelos estilhaços das bombas. Além disso, as filmagens também registram o desespero das vítimas e a angústia dos seus familiares, e todo o esforço conjunto dos profissionais de saúde e dos soldados, que precisam lidar com o caos instaurado e os poucos recursos disponíveis. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Muito se discute sobre o limite do que pode ser retratado em vídeo numa situação como essa, mas eu não vejo de forma alguma o filme como sensacionalista. Pelo contrário, são imagens duríssimas sim, mas que precisam ser mostradas, principalmente para aqueles que ainda acham que uma guerra pode ser divertida igual no videogame. E diferentemente do que a Rússia tentou argumentar, são imagens reais, não são encenações. É o pesadelo de uma guerra mostrado da forma mais crua possível, e justamente por isso dói tanto.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiikjuQH66Hg79VerkTzdTU4QRBzJBdXzTSaLdyrXxomCPganFGTDjQmg-uZZDUYnymAudNJkh-yiDEu6QQyCqzDowNd7LwPq3ysoEKaVOFQfXU5YHg87O7PMjJM8sbp3biG9vqNrsmh8ssRaH0a-B48fAEDNTXh_Klu3cojDkJl0y8_M5qB1Buob7XvVSY/s640/20%20Days%20in%20Mariupol%20(2023)%20-%20Cr%C3%ADtica%20-%20Copia%20-%20Copia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiikjuQH66Hg79VerkTzdTU4QRBzJBdXzTSaLdyrXxomCPganFGTDjQmg-uZZDUYnymAudNJkh-yiDEu6QQyCqzDowNd7LwPq3ysoEKaVOFQfXU5YHg87O7PMjJM8sbp3biG9vqNrsmh8ssRaH0a-B48fAEDNTXh_Klu3cojDkJl0y8_M5qB1Buob7XvVSY/w640-h360/20%20Days%20in%20Mariupol%20(2023)%20-%20Cr%C3%ADtica%20-%20Copia%20-%20Copia.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">É de se admirar a coragem destes jornalistas, que se mantiveram firmes na linha de frente para registrar cenas que poderiam ter passado batidas, e que só rodaram o mundo por causa deles. Em alguns momentos, foi possível sentir tensão e medo como se eu mesmo estivesse no local, principalmente quando passam aviões no céu e ninguém sabe onde irá cair a próxima bomba. O único ponto negativo foi a narração em off feita pelo jornalista, num tom que ao meu ver não combinou e soou forçado em diversos momentos.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por fim, 20 Days in Mariupol é acima de tudo um filme denúncia, que se torna ainda mais doloroso se pensarmos que isso está acontecendo agora mesmo, não só na guerra da Ucrânia, mas também em outros conflitos como a guerra entre Israel e Palestina. </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Assim
como em todas as guerras históricas que se tem notícia, quem sofre
verdadeiramente com tudo são vidas inocentes, muitas vezes crianças,
enquanto os verdadeiros responsáveis estão vivendo em segurança e muito
tranquilos por acharem que estão fazendo o certo. E isso causa um sentimento de revolta indescritível.</span></span></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCRS5eQSgpr9qYCQ4UOhFBgPAlpu7ubj_6_0f7hDWbv0EIrJfP1q0IEx_Wb6VBOT7lkrz1ikBCA8kI9T59ecSRHoYr78njkU7ydgZJyb9lqOB-30BtVqSLxZ6bHEX-nCMrXriIhuNYjSoK4ESaVADC-3gWTVwgC6IXr1uDAYM_XfzeHRTJ0BlrIBLf9zjI/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCRS5eQSgpr9qYCQ4UOhFBgPAlpu7ubj_6_0f7hDWbv0EIrJfP1q0IEx_Wb6VBOT7lkrz1ikBCA8kI9T59ecSRHoYr78njkU7ydgZJyb9lqOB-30BtVqSLxZ6bHEX-nCMrXriIhuNYjSoK4ESaVADC-3gWTVwgC6IXr1uDAYM_XfzeHRTJ0BlrIBLf9zjI/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></span></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-23062482970937202362024-01-08T05:24:00.000-08:002024-01-08T05:24:08.867-08:00Crítica: Propriedade (2023)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBkyGiU29keSQ7AAAm_VWb_8CZjF-QiD3ZrCcUYIQvcpKwXa1ijp_SF3vpugLshP7C5i5evMeeoCtD1wfCGIeqpNvMSjjq2ULkdLaXfaF5HkA6f648V87TZSs59hTgzgQK7zfYvcVPFpmhl7EnKhepVHtHckrijnAW9prtg7V61yrNGbO_V5l2libiKNgC/s750/propriedade-meio-amargo-poster-500x750.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBkyGiU29keSQ7AAAm_VWb_8CZjF-QiD3ZrCcUYIQvcpKwXa1ijp_SF3vpugLshP7C5i5evMeeoCtD1wfCGIeqpNvMSjjq2ULkdLaXfaF5HkA6f648V87TZSs59hTgzgQK7zfYvcVPFpmhl7EnKhepVHtHckrijnAW9prtg7V61yrNGbO_V5l2libiKNgC/w266-h400/propriedade-meio-amargo-poster-500x750.jpg" width="266" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Incômodo, sufocante e provocador. Assim eu começaria definindo Propriedade, filme do diretor pernambucano Daniel Bandeira, que através de uma situação específica disserta de forma simbólica sobre a luta de classes, e disseca a face mais crua da barbárie humana, desafiando a nossa moral diante do que passa na frente dos nossos olhos.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxi0qJbgliXyk01HqhGVDnZDzpjrOjkJV0YyIKFcJcW6QioxFFnQroM0jj_JVqkaZ5bVkUkYhFzD7q993zHfRDjjgAan6xNZPMDOAT_lqs9JXBD3OQ-p9ahJ_ksiu8H2BKEt4bCKm6suFiBtPepOyw8B-W16MgpHLGE_GB-6CbHoBjdXaw8t6zWvpZHEmh/s1024/propriedade-meio-amargo-1-1024x576.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxi0qJbgliXyk01HqhGVDnZDzpjrOjkJV0YyIKFcJcW6QioxFFnQroM0jj_JVqkaZ5bVkUkYhFzD7q993zHfRDjjgAan6xNZPMDOAT_lqs9JXBD3OQ-p9ahJ_ksiu8H2BKEt4bCKm6suFiBtPepOyw8B-W16MgpHLGE_GB-6CbHoBjdXaw8t6zWvpZHEmh/w640-h360/propriedade-meio-amargo-1-1024x576.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme inicia mostrando o casal de classe média alta Roberto (Tavinho Teixeira) e Teresa (Malu Galli), que vivem junto com a filha adolescente em uma casa de alto padrão. Teresa é uma estilista de sucesso, mas está vivendo reclusa desde que uma situação de violência urbana aconteceu com ela. Tentando aliviar a cabeça da esposa e fazer com que ela esqueça um pouco este trauma, Roberto planeja passar um fim de semana na fazenda da família. Além disso, faz questão de comprar um carro totalmente blindado para dar de presente à ela, para que ela possa se sentir mais segura para conseguir voltar a sair de casa.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Quando o casal chega na fazenda, logo se depara com algo assustador, mas imediatamente o filme corta para um flashback, que apresenta outra narrativa que em poucos minutos irá convergir com esta. Nesta história paralela, acompanhamos os trabalhadores desta fazenda, que possuem um regime praticamente análogo a escravidão, e que do nada recebem a notícia de que o local será fechado para virar um hotel e eles terão que ir embora. Para piorar, eles não terão os documentos liberados enquanto não acertarem suas dívidas, mas como pagar se o "salário" que recebem é em refeições e teto para dormir? Naturalmente uma rebelião inicia entre eles, em uma escalada de violência que sai completamente do controle.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDDDasz4BpOCnBUgCA1LAyO86DZO5cYLkCMPheZCL8GgZjwkuW60JD4yFEDz2rEOQaX4IvHEithl6g2I_-PAGuUqJFdIUUt0ZAFGC6x77PwEWhxqV56exBHbuClFgWRGoxP4IChpJsZv1_2wJK8gVwU3Ch4TcWTUXB68l6xaUCKcdJC-BP5JqCZsk9GKnb/s1440/PROPRIEDADE_55.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="1440" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDDDasz4BpOCnBUgCA1LAyO86DZO5cYLkCMPheZCL8GgZjwkuW60JD4yFEDz2rEOQaX4IvHEithl6g2I_-PAGuUqJFdIUUt0ZAFGC6x77PwEWhxqV56exBHbuClFgWRGoxP4IChpJsZv1_2wJK8gVwU3Ch4TcWTUXB68l6xaUCKcdJC-BP5JqCZsk9GKnb/w640-h360/PROPRIEDADE_55.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Quando o grupo ataca o casal dono da fazenda, Teresa consegue escapar e se refugia no carro, que por um motivo muito curioso ela não consegue ligar. O veículo acaba virando uma fortaleza intransponível, e o grupo de trabalhadores passa o restante do filme tentando mil e uma alternativas para forçá-la a sair lá de dentro, torturando-a fisica e mentalmente. Enquanto isso, muitos embater acontecem entre eles mesmos, já que alguns aparentemente são adeptos do diálogo enquanto outros querem matá-la a qualquer custo. Mas é evidente que a situação já chegou em um ponto onde não há como tentar resolver de forma razoável, e todos, absolutamente todos, sairão perdendo disso.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O que pesou negativamente no filme para mim, é o fato dele ser bem controverso em seus pontos de vista. Naturalmente eu ficaria do lado dos trabalhadores em uma situação de injustiça, mas aqui, não tem como defender as suas ações. Por mais que o diretor trabalhe bem os motivos da revolta, e nos faça ter empatia por eles, a reação jamais pode ser tão desproporcional como acaba acontecendo. A comparação com Bacurau, de Kléber Mendonça Filho, é inevitável pela premissa, mas diferentemente do filme de Kléber, aqui não temos um mal a ser combatido, propriamente dito, e os personagens parecem muito mais irracionais em suas atitudes, como . Tenho certeza que a intenção do diretor não era "demonizar" um dos lados, sobretudo o dos trabalhadores, mas é o que de certa forma acaba acontecendo.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik7S70v0x2G2GhP3qQUFHOmkUN5FHGpW6tN5NTuoXs9BlAutLNqoD4tkR_zRTCmT1Woq5S8NkHx53cvgHsTdmxeDAAbsV6v2u1FWrBGdFTWlS5BRtEAOhlvHMw6gPhM0Kf4qjDmLSYsHUGccNhOqgfN7Wcl32I0T9nloM9zmZnYf5xpH9LPdHoODMIrJhe/s570/propried_f01cor_2022110059.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="239" data-original-width="570" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik7S70v0x2G2GhP3qQUFHOmkUN5FHGpW6tN5NTuoXs9BlAutLNqoD4tkR_zRTCmT1Woq5S8NkHx53cvgHsTdmxeDAAbsV6v2u1FWrBGdFTWlS5BRtEAOhlvHMw6gPhM0Kf4qjDmLSYsHUGccNhOqgfN7Wcl32I0T9nloM9zmZnYf5xpH9LPdHoODMIrJhe/w640-h268/propried_f01cor_2022110059.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Em termos de suspense, o filme cumpre magistralmente o seu papel, pois é impossível não ficar absolutamente angustiado com tudo que está acontecendo. Destaco também a atuação da Malu Galli, que está incrível na pele desta personagem que não tem quase nenhuma fala, mas possui uma expressividade no olhar que impressiona e fala por si só. Propriedade é daqueles filmes que ficam presos na cabeça dias após assisti-lo, tamanha intensidade, e que certamente ainda vai gerar bons debates.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5D24KpG34XCC8LqLNyMV1nVhK17veUcsY_fOF3iXe0yrGqBv5_X5XsdRTfshVtxi8DOFAEGKCBTkLXhQIZTIs7SqYOrwZnJ7PKltqIQB0vnRZv-jkNA4VlLOtsOLZJ3jgFUILTLK67Tchu5n0T9rwZQ6rZOSpfRzTgqVOCIZy3d0wWpE9dJVvlVPLoJ1a/s114/3%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="27" data-original-width="114" height="27" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5D24KpG34XCC8LqLNyMV1nVhK17veUcsY_fOF3iXe0yrGqBv5_X5XsdRTfshVtxi8DOFAEGKCBTkLXhQIZTIs7SqYOrwZnJ7PKltqIQB0vnRZv-jkNA4VlLOtsOLZJ3jgFUILTLK67Tchu5n0T9rwZQ6rZOSpfRzTgqVOCIZy3d0wWpE9dJVvlVPLoJ1a/s1600/3%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><span style="font-family: verdana;"></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-91051387188269582182024-01-07T09:30:00.000-08:002024-01-08T05:24:38.386-08:00Crítica: O Melhor Está por Vir (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9KRBUo8vmayTxRrXPrd1VyE_WuQrcFngYeahbNZ4tcoaJliXll__h2CXDEwqgGZu3t9rkQfnVOcvxbR3wUsuZqiRF2AJz1w6nboUFGRQ8xzzyf7qiNDZBN3zlSiPAMz4p2ntv1Vl-EZaEO_dyuAJP3McIvXCk8ajraMM4eFeJKNN8pEUoel0DuzxSqqn/s1024/Poster-O-MELHOR-ESTA-POR-VIR-694x1024.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="694" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9KRBUo8vmayTxRrXPrd1VyE_WuQrcFngYeahbNZ4tcoaJliXll__h2CXDEwqgGZu3t9rkQfnVOcvxbR3wUsuZqiRF2AJz1w6nboUFGRQ8xzzyf7qiNDZBN3zlSiPAMz4p2ntv1Vl-EZaEO_dyuAJP3McIvXCk8ajraMM4eFeJKNN8pEUoel0DuzxSqqn/w271-h400/Poster-O-MELHOR-ESTA-POR-VIR-694x1024.jpg" width="271" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Com cinquenta anos de carreira completados em 2023, Nanni Moretti pode ser considerado facilmente um dos cineastas mais notáveis da história do cinema italiano, e eu sou um grande admirador do seu trabalho desde O Quarto do Filho (2001). Em <i>O Melhor Está por Vir</i>, Moretti mais uma vez abusa da ironia, e utiliza a metalinguagem de forma muito sagaz para criticar a forma de fazer e consumir cinema hoje em dia.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNDHimYBo6NSAOgPd97wNbJmF_60G_PI5sjohCaT9L0hWtOv8hcmcB8nQbvF_ND72oXaEQS9GdORN6kezwsG1TAPKsMehS2f5hNp4Cp-mfr7BXBjLNOi4C1DW3BqXmE795dRjmms3kHq373V5hoaCByQexzXgMgWv4RGPVAQje8JbhuSmMl0-dRS_HZV14/s1024/o-melhor-esta-por-vir_2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="741" data-original-width="1024" height="464" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNDHimYBo6NSAOgPd97wNbJmF_60G_PI5sjohCaT9L0hWtOv8hcmcB8nQbvF_ND72oXaEQS9GdORN6kezwsG1TAPKsMehS2f5hNp4Cp-mfr7BXBjLNOi4C1DW3BqXmE795dRjmms3kHq373V5hoaCByQexzXgMgWv4RGPVAQje8JbhuSmMl0-dRS_HZV14/w640-h464/o-melhor-esta-por-vir_2.jpg" width="640" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Na trama acompanhamos o diretor de cinema Giovanni, que assim como na maioria dos filmes de Moretti, é interpretado pelo próprio diretor. Giovanni está tentando rodar um filme que se passa na Itália dos anos 1950, e que acompanha um grupo militante do Partido Comunista Italiano. </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">A presença de um circo vindo de Budapeste, e consequentemente da amizade feita pelos membros com o povo da vila, faz com que o grupo entre</span> em conflito com a própria ideologia, ao comprar a luta do povo húngaro contra a invasão hostil do seu país executada pela União Soviética.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ao longo de todo o filme, acompanhamos os bastidores desta gravação e dos obstáculos que atrapalham Giovanni nas filmagens das cenas, além dos obstáculos que ele mesmo cria por ser exigente demais e não aceitar mudar sua visão original do roteiro. Quem tem os maiores embates com ele sobre isso é sua própria mulher, Paola (Margheritta Buy), que trabalhou a vida inteira como produtora de seus filmes. O casamento também está em crise por uma série de fatores, é e outra coisa que Giovanni precisa lidar em meio ao caos. Moretti utiliza o artifício do "filme dentro do filme" para despejar em tela várias reflexões sobre o cinema, a política e o grande conflito que existe entre gerações, sobretudo quando ele auxilia um diretor em ascensão no seu longa de ação.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoVW2gfM92054VyMwINCOToZ92M0jTE2zKhWJAfy5pK0EnHjhnThu4_vdyyDOYB5W34b08fLpUbpk3F0Qih8MRClOVKdRxWbCtQ27kChV15slA3Ab59nHj8ZwCLAKDZZ1L2aYzhsoqNvawExKbAPWt9f0JjnR4NGAyv4vLFS8gxEI-9I4ZaRtNO8bZQ3yU/s888/0694184.webp.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="655" data-original-width="888" height="472" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoVW2gfM92054VyMwINCOToZ92M0jTE2zKhWJAfy5pK0EnHjhnThu4_vdyyDOYB5W34b08fLpUbpk3F0Qih8MRClOVKdRxWbCtQ27kChV15slA3Ab59nHj8ZwCLAKDZZ1L2aYzhsoqNvawExKbAPWt9f0JjnR4NGAyv4vLFS8gxEI-9I4ZaRtNO8bZQ3yU/w640-h472/0694184.webp.jpeg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Talvez a grande cena do filme, e que concentra boa parte da crítica que Moretti tenta apresentar, seja a que Giovanni se encontra com executivos da Netflix, que querem comprar seu filme. No entanto, para ele ter a obra lançada nos 190 países em que a Netflix tem cobertura (os executivos frisam bem esse número expressivo), ele precisa abrir mão de uma série de liberdades artísticas, ficando a mercê deste novo jeito de fazer cinema, baseado em algoritmos. Obviamente ele não aceita as mudanças, e prefere continuar com um orçamento precário, mas com um filme verdadeiro e 100% seu. Com um final "Felliniano", Moretti brinca com as possibilidades do real e do abstrato no cinema, culminando em um belíssimo ensaio metafórico sobre a arte.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXqC5Fdej5W8egx-hQwJO3XVa7_ziAVjiQ_p2fdLF3uzPuSdXYRJofvPVJcXZHuO1eAfxjvqvkA7r04LwYmIEEU2Eq1I1YTMOFq50mZkfvSVXXoBKewyTmWkEN0LdrZhlG_aRp6sunH1iOWdaGgVzATCKxafSn_uK0s_W98XakdzTo_M1SGZaqhPOt-7rk/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXqC5Fdej5W8egx-hQwJO3XVa7_ziAVjiQ_p2fdLF3uzPuSdXYRJofvPVJcXZHuO1eAfxjvqvkA7r04LwYmIEEU2Eq1I1YTMOFq50mZkfvSVXXoBKewyTmWkEN0LdrZhlG_aRp6sunH1iOWdaGgVzATCKxafSn_uK0s_W98XakdzTo_M1SGZaqhPOt-7rk/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><span style="font-family: verdana;"></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-41189906348411598362024-01-06T09:41:00.000-08:002024-01-08T05:24:26.491-08:00Crítica: A Memória Infinita (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjePuV30Xl5N5F_rRN5z6UQeKY9-zFI4_FBKBm3Z98xy5wAqCoUUulpuVeE8XvGyMBmYmPFxa-CdBropSsTP3TkK9T8ATwX81GXNzSk9moJh96wlb07nl6k0ZQ94oLEWQCaPZgQE26d2kFMbigEX_PzPqu5gfUDFk5YvCdkRuhl3i_ocKHMA-6z_5uwCNK6/s739/20231023-a-memoria-infinita-papo-de-cinema-cartaz.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="739" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjePuV30Xl5N5F_rRN5z6UQeKY9-zFI4_FBKBm3Z98xy5wAqCoUUulpuVeE8XvGyMBmYmPFxa-CdBropSsTP3TkK9T8ATwX81GXNzSk9moJh96wlb07nl6k0ZQ94oLEWQCaPZgQE26d2kFMbigEX_PzPqu5gfUDFk5YvCdkRuhl3i_ocKHMA-6z_5uwCNK6/w271-h400/20231023-a-memoria-infinita-papo-de-cinema-cartaz.jpeg" width="271" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Depois do maravilhoso <i>O Agente Duplo</i>, a cineasta chilena Maite Alberdi volta a tocar no sensível tema da velhice, mas dessa vez sob a ótica de alguém que está sofrendo com o duro processo de perda de memória causado pelo Mal de Alzheimer. A Memória Infinita (La Memoria Infinita) é um retrato intimista e comovente da doença, mas vai muito além disso, e fala também de como o resgate da memória é fundamental não somente na esfera individual, mas sobretudo no coletivo, quando faz questão de relembrar o passado sangrento do Chile.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdQRv1Q-71UIpcVUAJKnsbVXLZ4Qx6ODtgBhBag2cJsymUV3ToEGow48jyUcFkWvkyUe1VQaKZwCbsnMqtlqhgUqHjOnllRRewvUxPLaXk1yRSHrZEyyYKaeQSBxiYokUAw0JZ8NIHIeGNnvBP-MLfPd2s7olO9fIOxiFPoGr8UzU4hbClOCiFLCUkwzZT/s710/20231027-memoria-infinita-papo-de-cinema-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="710" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdQRv1Q-71UIpcVUAJKnsbVXLZ4Qx6ODtgBhBag2cJsymUV3ToEGow48jyUcFkWvkyUe1VQaKZwCbsnMqtlqhgUqHjOnllRRewvUxPLaXk1yRSHrZEyyYKaeQSBxiYokUAw0JZ8NIHIeGNnvBP-MLfPd2s7olO9fIOxiFPoGr8UzU4hbClOCiFLCUkwzZT/w640-h360/20231027-memoria-infinita-papo-de-cinema-2.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span class="HwtZe" lang="pt"><span class="jCAhz ChMk0b"><span class="ryNqvb">O documentário conta a história de amor entre Augusto Góngora, um jornalista combativo que registrou a realidade chilena durante a ditadura de Pinochet, inclusive de forma clandestina e colocando sua própria vida em risco, e Paulina Urrutia, uma famosa atriz que chegou a ser Ministra da Cultura há poucos anos atrás, e que ainda segue ativa na carreira teatral. O filme mistura filmagens feitas pela equipe de Alberdi com cenas caseiras filmadas pela própria Paulina, sobretudo no período da pandemia de Covid-19, onde o casal precisou ficar isolado. Apesar de ter sido uma alternativa emergencial para seguir com o projeto, isso deixou o filme com um aspecto ainda mais íntimo.<br /></span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span class="HwtZe" lang="pt"><span class="jCAhz ChMk0b"><span class="ryNqvb">A questão principal do filme é justamente mostrar o paradoxo que há em relação a Augusto, um homem que por anos lutou para que a memória triste de seu país não fosse apagada, mas que agora vê a sua própria memória se esvaindo aos poucos. E através das imagens de arquivo (muitas delas feitas por ele mesmo), livros e fotos, Augusto vai reconstituindo um pouco do que ele era, e o filme vai usando isso para montar quase um documentário tributo ao jornalista, que faleceu em maio do ano passado.</span></span></span> </span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKi2eTgB7jnbA3Q55CGneN6OuCXtkqh0xNm_ktSyjqW8wiGUS9OPINUvTYgt5t9s6gSoGEFURv-iCWe7uRjojGp3EH5PBXg-TTSnuwFR33aL1odIfY2upsdjtJ67MpyE82eqtC62ofnNbbgm8MJk2YwmCXHYVVVDrBVYL9hIrmueiMnKDNWggoUYqBFtz2/s750/20231027-memoria-infinita-papo-de-cinema-750x422.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="750" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKi2eTgB7jnbA3Q55CGneN6OuCXtkqh0xNm_ktSyjqW8wiGUS9OPINUvTYgt5t9s6gSoGEFURv-iCWe7uRjojGp3EH5PBXg-TTSnuwFR33aL1odIfY2upsdjtJ67MpyE82eqtC62ofnNbbgm8MJk2YwmCXHYVVVDrBVYL9hIrmueiMnKDNWggoUYqBFtz2/w640-h360/20231027-memoria-infinita-papo-de-cinema-750x422.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O início do filme é bastante cativante, mas ele acaba ganhando ares bem dramáticos quando a falta de memória, a confusão mental, e os ataques de raiva consequentes disso aumentam com o tempo, mostrando a realidade crua da doença e o quanto ela afeta a vida de quem também está junto. Só quem já teve algum parente com Alzheimer, sabe a dor de ver a pessoa amada se tornar uma outra completamente diferente, além dela esquecer até mesmo de você. E isso também é mostrado de forma muito emocional. Maite Alberti demonstra mais uma vez uma aptidão única para abordar temas profundos com extrema delicadeza. É um filme lindo em sua essência, ainda que relativamente triste.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicw-U1_3ETV7elbujjFNb3wXIui4VwKHsZRC3emMEWKFLs7JVLKn5jZ-bGLCTLpe-j_h49r7jaK1KjCuQM4tYZg4UTsLQrgx7K28TOCidR4cWoP9KVJyVY0CJ6FtA72Qx2KH43VQN69jO2RdnUY4mZ7_pgr1N3TyvEhWMHUNU9o3pK88uAgJ8os31T-bWl/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicw-U1_3ETV7elbujjFNb3wXIui4VwKHsZRC3emMEWKFLs7JVLKn5jZ-bGLCTLpe-j_h49r7jaK1KjCuQM4tYZg4UTsLQrgx7K28TOCidR4cWoP9KVJyVY0CJ6FtA72Qx2KH43VQN69jO2RdnUY4mZ7_pgr1N3TyvEhWMHUNU9o3pK88uAgJ8os31T-bWl/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-8842200259237156972024-01-05T09:15:00.000-08:002024-01-05T09:15:15.590-08:00Crítica: A Sociedade da Neve (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqCUES8on0zufeR4fToamt6wcfDth7qeGSgg9pCI3Ncnm9okr3yMEHA0emes7cFACJLTLBLjDhqIlsOfEUUEGz_174_luDfszEQ408Kg7R2Kg2URLnG6Hy1Uqd5Ppg8NzYwk-8G_pFe2jlEZjHJ19siwzQ6rMXDnO89MtuEjY-F-Y8q4hGQ3D7p_5MVwU/s2844/poster-imagenes-sociedad-nieve-3117144.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2844" data-original-width="1920" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqCUES8on0zufeR4fToamt6wcfDth7qeGSgg9pCI3Ncnm9okr3yMEHA0emes7cFACJLTLBLjDhqIlsOfEUUEGz_174_luDfszEQ408Kg7R2Kg2URLnG6Hy1Uqd5Ppg8NzYwk-8G_pFe2jlEZjHJ19siwzQ6rMXDnO89MtuEjY-F-Y8q4hGQ3D7p_5MVwU/w270-h400/poster-imagenes-sociedad-nieve-3117144.jpg" width="270" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A "Tragédia dos Andes", como posteriormente ficou conhecida, é uma das histórias de sobrevivência mais comoventes e impressionantes que se tem notícia. Meu primeiro contato com ela foi no final dos anos 1990, quando li um livro que contava detalhes de tudo que aconteceu, antes mesmo de assistir o clássico <i>Vivos</i> dirigido por Frank Marshall e estrelado por Ethan Hawke. Escolhido para representar a Espanha no Óscar de melhor filme internacional em 2024, A Sociedade da Neve (La Sociedad de la Nieve) traz novamente a história à tona, e de uma maneira grandiosa nas mãos do diretor J. A. Bayona.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig9SqJ4NcfrXdbpL-4Js-0dzm4GnRXXIzdE1mEJDla7AZWLVJWeNl9wqo8185frY_fodUCTgRtTbm-VQ8-RCzxqYPNCs8z20GIIt8dgwJHSoY6APrvQEQAssgtXGYqQ5_jyG079RFsefwEFtXHsIeQAUSNabiJLYzER8Ph66fEzDVPZ2k-NEUDG_GN_0zf/s696/a-sociedade-da-neve-filme-festival-de-veneza-quando-lanca.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="376" data-original-width="696" height="346" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig9SqJ4NcfrXdbpL-4Js-0dzm4GnRXXIzdE1mEJDla7AZWLVJWeNl9wqo8185frY_fodUCTgRtTbm-VQ8-RCzxqYPNCs8z20GIIt8dgwJHSoY6APrvQEQAssgtXGYqQ5_jyG079RFsefwEFtXHsIeQAUSNabiJLYzER8Ph66fEzDVPZ2k-NEUDG_GN_0zf/w640-h346/a-sociedade-da-neve-filme-festival-de-veneza-quando-lanca.jpeg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em 13 de outubro de 1972, um avião partiu do Aeroporto de Carrasco no Uruguai em direção ao Chile, levando um time de jovens jogadores de rugby junto com seus familiares e amigos, e mais cinco tripulantes, totalizando 45 passageiros no total. Ao passar por cima da Cordilheira dos Andes, o avião perdeu o controle e acabou caindo na imensidão das montanhas nevadas. Apesar da violência do acidente, um grupo de pessoas conseguiu sobreviver à queda, e durante 72 dias lutaram para se manter vivas, em meia a fome e a um frio brutal.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Assim como fez em <i>O Impossível, </i>onde ele narra a chegada do tsunami que devastou a Tailândia em 2004, aqui
o diretor também consegue fazer brilhantemente a transição entre a calmaria e o
desespero de uma situação inesperada. Se no primeiro vemos um casal tendo as férias interrompidas pela tragédia,</span> aqui acompanhamos jovens atletas que estão extremamente animados com a tão sonhada viagem ao Chile. A cena do acidente é extremamente angustiante e realista, e o excelente trabalho técnico acaba criando uma imersão impressionante. Outro ponto a exaltar é a visão quase contemplativa que o diretor faz das montanhas, sempre mostrando a grandiosidade delas em comparação com o tamanho dos restos do avião. Há inclusive uma cena em que outro avião passa por cima e a gente chega a se questionar como ele não viu os sobreviventes, mas logo a câmera mostra toda a imensidão vista de cima, e logo conseguimos entender o porquê.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Um dos pontos que mais chocam nesta história, e que sempe foi motivo de controvérsias, é o fato dos sobreviventes terem comido a carne dos mortos para conseguir sobreviver. Bayona não deixa que isso seja o principal elemento da narrativa, e consegue trabalhar esse fato com muito respeito, equilibrando a questão moral e deixando claro que apesar de terem praticado "canibalismo", em nenhum momento eles perderam a humanidade e o respeito por aqueles mortos. Há que se destacar também o elenco, todo composto por atores desconhecidos, o que é um grande acerto da direção, já que isso deixa o filme muito mais crível. </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">No entanto, se o diretor acerta em cheio no desenvolvimento dos personagens e da relação entre eles,
por outro lado ele exagera um pouco a mão na dramaticidade, soando até
um pouco meloso demais em algumas cenas mais longas. Outro artifício que
não parece ter encaixado bem foi a narração em off, feita pelo personagem Nando, e que as vezes parece um pouco deslocada do restante.</span></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfuTBd8h1YRGZQ8BY96WNtHT70soFGgmEmIiKgsNSCapzr0unPSM-uskGXpwBMYHPuV31FHaV_nLQl7rNFSsz2OtBUG1joDWOZt93FkMmqt8tjZX9aJ4P6GHOr0JdHgmT0UjL8F8ZnHBt5nQ_tmaUyINEbq874kIOsrxyyRoH8q-XDruInePMRWz37N9LV/s1200/04135617771205.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfuTBd8h1YRGZQ8BY96WNtHT70soFGgmEmIiKgsNSCapzr0unPSM-uskGXpwBMYHPuV31FHaV_nLQl7rNFSsz2OtBUG1joDWOZt93FkMmqt8tjZX9aJ4P6GHOr0JdHgmT0UjL8F8ZnHBt5nQ_tmaUyINEbq874kIOsrxyyRoH8q-XDruInePMRWz37N9LV/w640-h480/04135617771205.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Para além de uma história que evidencia os 16 "heróis" que sobreviveram, A Sociedade da Neve acaba sendo principalmente uma homenagem a todos os mortos, com seus nomes sendo estampados e registrados em tela através de subtítulos. No total, foram 29 óbitos, contando os que faleceram na queda e aqueles que morreram depois por não suportarem as adversidades. Um filme tenso e potente, de uma história que jamais será esquecida.<br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIpsMpj-IN7SyDfm2X9xrPWlEnOeTiK2iuteMLTLBiBE0v9qcIo_RAzs4RiDZmAaxoiYq3oKQMMT9wuvDyIxI2Q2xLY5fUTaL7EN5bBh4xEswx_AS9lJ-ummFJmr1dw4dPAQ7UEuiEzVL1EwIwLKfbsIYwXg37gtZsSsOgeZ3ZdYVHT7dLk3WW1BXC5E0L/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIpsMpj-IN7SyDfm2X9xrPWlEnOeTiK2iuteMLTLBiBE0v9qcIo_RAzs4RiDZmAaxoiYq3oKQMMT9wuvDyIxI2Q2xLY5fUTaL7EN5bBh4xEswx_AS9lJ-ummFJmr1dw4dPAQ7UEuiEzVL1EwIwLKfbsIYwXg37gtZsSsOgeZ3ZdYVHT7dLk3WW1BXC5E0L/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><span style="font-family: verdana;"></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-21846231511886625672024-01-04T09:11:00.000-08:002024-01-08T09:18:55.112-08:00Crítica: Perfect Days (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6otrfZ9fFIqlczkEqxeSsCCDvm2FQ8XpAD8v5KWEl3kKBSrb0VwmaJudNfuMo5yRUd9qgB1Oju2y1qkBwq9p9wELm-_YIH4skSjqUor7E9x8tf8tFrMPKzG1DB0ZJ_Cl7sDo6FUiJJow1u1zB4KBvPAY63gWLKUoCKomj0p7h1L12vRrdsL5mB4AMsJAH/s458/imagem.bmp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="458" data-original-width="308" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6otrfZ9fFIqlczkEqxeSsCCDvm2FQ8XpAD8v5KWEl3kKBSrb0VwmaJudNfuMo5yRUd9qgB1Oju2y1qkBwq9p9wELm-_YIH4skSjqUor7E9x8tf8tFrMPKzG1DB0ZJ_Cl7sDo6FUiJJow1u1zB4KBvPAY63gWLKUoCKomj0p7h1L12vRrdsL5mB4AMsJAH/w269-h400/imagem.bmp" width="269" /></a></div><br /><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana;">Inicialmente, antes de falar do filme em si, preciso começar esta crítica dizendo o quão gratificante é ver um dos meus diretores favoritos filmando com tanta paixão </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">no alto dos seus 78 anos de idade</span>. Responsável por obras-primas como "Asas do Desejo", "Paris, Texas" e "No Decurso do Tempo", Wim Wenders tem uma sensibilidade ímpar em seus trabalhos, tanto nas histórias de ficção como nos documentários, e isso é o que não falta em Perfect Days, um dos filmes mais bonitos que vi nos últimos anos.</span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana;"> </span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdadT_h8sSJFBCW7b_ad9vX9RrAEptJeUtRG75baLXu038W5pOh8uUvF8oGKSNYucJPgrc32E_CUmA495hUApV0X42-iq0y1nFCNtLeaAoHl2GsJZusUQ5dy1zZvdIRv9UwstTwJYI85tnNvo3QeE6S2NNydiYjDXvhqLiBZ4rJA-a8AAf_SYfGKkdl7KR/s800/perfect-days-2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="491" data-original-width="800" height="392" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdadT_h8sSJFBCW7b_ad9vX9RrAEptJeUtRG75baLXu038W5pOh8uUvF8oGKSNYucJPgrc32E_CUmA495hUApV0X42-iq0y1nFCNtLeaAoHl2GsJZusUQ5dy1zZvdIRv9UwstTwJYI85tnNvo3QeE6S2NNydiYjDXvhqLiBZ4rJA-a8AAf_SYfGKkdl7KR/w640-h392/perfect-days-2.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A trama acompanha Hirayama (Koji Yakusho), um senhor de meia idade que trabalha limpando banheiros públicos em Tóquio. A rotina de Hirayama é idêntica a de qualquer um de nós: ele acorda cedo, faz sua higiene pessoal, e antes de sair não esquece de regar suas plantinhas. São gestos lentos e silenciosos, que de forma automática se repetem dia após dia, e isso é mostrado com bastante paciência pelo diretor. E apesar de não parecer, Hirayama aparenta ser muito feliz nesse seu modo de viver, sendo um homem simples e de pouquíssimas palavras. </span></p><p id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"> </span></p><p id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">As interações de Hirayama com o mundo externo são episódicas, assim como são as nossas. Se pararmos para analisar nosso dia a dia, também temos várias interações que depois irão passar despercebidas, com pessoas que muitas vezes nós nunca mais veremos. Nas duas horas de filme ele interage de forma mais longa apenas com o colega de trabalho Takashi e sua namorada, além de uma sobrinha que vai passar um tempo com ele após brigar com a mãe. Nada grandioso, mas tudo emocionalmente potente.<br /></span></p><p id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"> </span></p><p id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Apaixonado por música, Hirayama sempre vai e volta do trabalho ouvindo suas fitas cassetes favoritas, que vão de Rolling Stones a Lou Reed, de Patti Smith a Van Morrison, e o trabalho musical é apaixonante, fazendo toda a diferença no filme. Além das fitas cassetes, ele também usa uma máquina analógica para tirar fotos de árvores e plantas, e passa o tempo lendo livros que compra em um sebo, o que mostra ainda mais como é um homem pouco dado às modernidades.</span></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><br /></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-a2c6890b-7fff-e595-a0c6-9a0592e3cf27" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10dRwgt3g9Oukri9p4659s65JM1OJqRnvYZ7Fg6OmJTrcUafcCf0QgJYRaBfmaSo6VX6suyCyYhx3fjDCX1WhgBCYZfpZPNIdR5zpbBysgKe3ojo48QUyLfxYRT9Vg7jy9SPTD9kAWayHhlVMeRYNp9jVQSuMA3qrc7jhzXS5YKARkYGlawpM_33STySE/s1000/Perfect-Days-002.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="725" data-original-width="1000" height="464" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10dRwgt3g9Oukri9p4659s65JM1OJqRnvYZ7Fg6OmJTrcUafcCf0QgJYRaBfmaSo6VX6suyCyYhx3fjDCX1WhgBCYZfpZPNIdR5zpbBysgKe3ojo48QUyLfxYRT9Vg7jy9SPTD9kAWayHhlVMeRYNp9jVQSuMA3qrc7jhzXS5YKARkYGlawpM_33STySE/w640-h464/Perfect-Days-002.jpg" width="640" /></a></span></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Alguns podem dizer que é um filme onde "nada acontece", e na verdade eles não estariam tão errados. No entanto, o diretor mostra essa rotina de um homem comum com tanta sensibilidade, que é impossível não se emocionar e não parar para refletir sobre nós mesmos e as nossas próprias rotinas. Vencedor do prêmio de melhor ator em Cannes, </span><span style="font-family: verdana;">Koji Yakusho está realmente brilhante no papel, e eu confesso que ficaria mais horas e horas acompanhando a rotina dele, sem problema nenhum. Perfect Days traz a solidão do mundo moderno em sua essência, de forma contemplativa e poética, e acaba sendo um filme grandioso justamente nessa sua simplicidade.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBy6j6CYqfUV8bK9IqdDuWPtZp_OgFVRKgYYa5xzdvYRXnSyDk94FgeRrkdvNiVwcRvM0atsl4FIOme395FKgtXIgZdOu3PQXBUyFllzSooKUZrftbjElRwKzRoqDqEq79KmahfIhgCJemyEPwIGsGeJOkIxstOlh2ZHIUTu6ioX7CJ3ETNB4FWlaynDeB/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBy6j6CYqfUV8bK9IqdDuWPtZp_OgFVRKgYYa5xzdvYRXnSyDk94FgeRrkdvNiVwcRvM0atsl4FIOme395FKgtXIgZdOu3PQXBUyFllzSooKUZrftbjElRwKzRoqDqEq79KmahfIhgCJemyEPwIGsGeJOkIxstOlh2ZHIUTu6ioX7CJ3ETNB4FWlaynDeB/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><p></p><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-20860772431068764882024-01-02T22:30:00.000-08:002024-01-03T05:58:47.924-08:00Crítica: Amerikatsi (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQwTcUlUK7uogoB5lTD7ahWgpSdESl-i0c12U5nkK2F976Ga9LkR5W78VI0J2AXrgEAFg21cqHjrEHCOHNEtoy9T3Bxl0F_JcmHDS-RqUTkPRoJGPW3WoZRmIZmHJh3u52dNetz50SQS7yQXdBXYCU8MtD0SlkD1YdgJxx9UvLOm7rdY70syk7gPmoWPz-/s318/imagem.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="318" data-original-width="223" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQwTcUlUK7uogoB5lTD7ahWgpSdESl-i0c12U5nkK2F976Ga9LkR5W78VI0J2AXrgEAFg21cqHjrEHCOHNEtoy9T3Bxl0F_JcmHDS-RqUTkPRoJGPW3WoZRmIZmHJh3u52dNetz50SQS7yQXdBXYCU8MtD0SlkD1YdgJxx9UvLOm7rdY70syk7gPmoWPz-/w281-h400/imagem.bmp" width="281" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Representante da Armênia no próximo Óscar de melhor filme internacional, Amerikatsi usa um tom satírico e quase fabulesco para falar sobre os traumas pesados que o povo armênio carregou ao longo de todo século XX, desde o genocídio orquestrado pelo Império Turco-Otomano entre 1915 e 1923 até a longa sequência em que ficou sob o regime da União Soviética após a Segunda Guerra Mundial.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGO3KHQXcHGUSabkJIY8EXgJ1oDE7qO3ss64xWueNxp-ocCMbHhRi2t8aQQyZBQaiEVVYHe6jlsjUWymplQzk6nTMYg_n3pweYS5T0-kQPv3nnDoew4-dBCTqhTci6mP6zqiVK9loUNiDsfxP7cM797Qfdw0Nb_MTHVEZpk4ISpajRk4P_njLcBzWrnVw/s1600/amerikatsi_01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGO3KHQXcHGUSabkJIY8EXgJ1oDE7qO3ss64xWueNxp-ocCMbHhRi2t8aQQyZBQaiEVVYHe6jlsjUWymplQzk6nTMYg_n3pweYS5T0-kQPv3nnDoew4-dBCTqhTci6mP6zqiVK9loUNiDsfxP7cM797Qfdw0Nb_MTHVEZpk4ISpajRk4P_njLcBzWrnVw/w640-h360/amerikatsi_01.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme acompanha Charlie (interpretado pelo próprio diretor Michael A. Goorjian), que saiu refugiado da Armênia em 1915 quando ainda era criança. Antes de partir, ele ainda viu sua mãe ser morta de forma covarde e violenta, com um tiro na cabeça, algo que o traumatizou pelo resto da vida. Mais de 30 anos se passaram, e após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética de Josef Stalin tomou conta da Armênia e decidiu repatriar as vítimas daquele período que ainda estivessem vivas. Um deles acaba sendo o próprio Charlie, que decide voltar ao país após décadas vivendo nos Estados Unidos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Logo que Charlie chega no país, ele percebe que a realidade é completamente diferente da que foi oferecida. Acusado de ser um espião americano e de trazer a propaganda capitalista para o país, ele é condenado a ir para os campos de trabalhos forçados na Sibéria, mas por um acaso do destino acaba ficando no próprio território armênio, em uma prisão soviética, onde junto com outros presos irá ajudar na reconstrução de um muro. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Durante a prisão, ele passa os dias na grade assistindo a vida de um casal que mora em um prédio ao lado. </span><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">Charlie
usa esse "vouyerismo" para driblar a própria solidão da cela, se
alimentando no mesmo momento que o casal como se estivesse na mesa
junto, simulando conversas, e até mesmo festejando junto quando eles
recebem visitas.</span> O homem vigiado é conhecido como Tigran, e é um dos guardas que cuida da prisão lá do alto de uma torre. Aspirante a artista, ele é apaixonado por pintar, mas precisa fazer isso de forma muito escondida, já que o exército proíbe terminantemente o seu tipo de arte. E a relação que se cria à distância entre Charlie e Tristan é bem interessante de acompanhar.<br /></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj3XFbsZ6HyDe7xsCfNOS8iEFgla8q9xvrvZS7v1HX0ggPcWSDN3fOA0Rtvd_Bguhn0x7t3ffjTpaqtvuispa8RS2HE5XZuI5-rzDBWh8TZoQDnblINb1Z-nPTY7DrcB41j1c8EsLTiPaupCIcu-apeOy2hhaHAnGKEtVF6LbBmkkvgiRhn1U49UnJEJ0m/s715/Amerikatsi-2_t715.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="715" height="390" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj3XFbsZ6HyDe7xsCfNOS8iEFgla8q9xvrvZS7v1HX0ggPcWSDN3fOA0Rtvd_Bguhn0x7t3ffjTpaqtvuispa8RS2HE5XZuI5-rzDBWh8TZoQDnblINb1Z-nPTY7DrcB41j1c8EsLTiPaupCIcu-apeOy2hhaHAnGKEtVF6LbBmkkvgiRhn1U49UnJEJ0m/w640-h390/Amerikatsi-2_t715.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"> </span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-family: verdana;">O filme tem um humor muito peculiar, que no início até pode incomodar um pouco, mas não deixa de apresentar com muita solidez o drama deste povo que por um longo período de tempo não conseguiu ter um lugar no mundo para chamar de seu. </span>Dedicado ao avô do diretor, que muito provavelmente deve ter tido sua história usada como influência para o roteiro, Amerikatsi é uma história agridoce sobre a guerra e o verdadeiro conceito de liberdade. <br /></span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvInjc_c7Q6nsHFWJIeZ9slnXqTu3_-oSqTHEWa_601gqI62SkjN6n6kqWjUGWFIqhWwSnkSatkJ-Zwd0Fm9fp47996Kbi4oT0jhCWBJmVF6bVYRLPtEhzQ7CDvrxFkTo4sCwqGJmw3nfJuZDoP24NQsiuuGygN-71nzxs3s40hlSLzjQXzBWZleTQfA3x/s114/4%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="26" data-original-width="114" height="26" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvInjc_c7Q6nsHFWJIeZ9slnXqTu3_-oSqTHEWa_601gqI62SkjN6n6kqWjUGWFIqhWwSnkSatkJ-Zwd0Fm9fp47996Kbi4oT0jhCWBJmVF6bVYRLPtEhzQ7CDvrxFkTo4sCwqGJmw3nfJuZDoP24NQsiuuGygN-71nzxs3s40hlSLzjQXzBWZleTQfA3x/s1600/4%20estrelas.jpg" width="114" /></a></span></div><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4298552137802653280.post-31484288940665681792024-01-01T15:00:00.000-08:002024-01-02T08:01:05.523-08:00Crítica: Io Capitano (2023)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzx5Q2PBJTdj0iNIlGPTlwP9A6uGf6Sw2_wm1vrbvANyjark3UmTLm1162RQ_wBLBMFlt8YKKj1W1pq_1LfCPd1S3BMSG08GG4HRHEDmg0X_8alxrvuU2LqA64xgbkAIqXFvGR89LHmfiqyYFYE_n6lT9QU2C1ZL5jJkGsF8Z8Fs4tybWHVMfsVMIzKZ3T/s1200/io-capitano-locandina-low.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="840" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzx5Q2PBJTdj0iNIlGPTlwP9A6uGf6Sw2_wm1vrbvANyjark3UmTLm1162RQ_wBLBMFlt8YKKj1W1pq_1LfCPd1S3BMSG08GG4HRHEDmg0X_8alxrvuU2LqA64xgbkAIqXFvGR89LHmfiqyYFYE_n6lT9QU2C1ZL5jJkGsF8Z8Fs4tybWHVMfsVMIzKZ3T/w280-h400/io-capitano-locandina-low.jpg" width="280" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O tema da imigração tem sido recorrente no cinema europeu, principalmente pelo fato do continente estar vivenciando desde 2015 a maior onda de refugiados após a Segunda Guerra Mundial. São milhares de pessoas que todos os dias se arriscam para fugir de guerras e do estado de pobreza extrema em seus países de origem, com intuito de tentar levar uma vida digna nos grandes centros, e <i>Io Capitano</i>, novo filme do italiano Matteo Garrone, aborda esta questão de forma angustiante, em um dos filmes mais tensos e necessários do ano.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRq-0i60TnhB5cWVlmc3eZ-GNB5Cl39am6fE4qVbGwFBCSjadmVKqR2VtObwJhf5UpbA-rOygAQvrBPG2QYQQBnwt_aDpobc46vLwCNtsy4CrENtOD-ZVtjgrmyXE9cx2xrbxhwJIqNX4Yc0qNNBeiZi9EuAHpyd2sBbazQmYr8f25aJLeexew9XOSs_ms/s1200/foto-io-capitano-4-low-1200x620.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="620" data-original-width="1200" height="330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRq-0i60TnhB5cWVlmc3eZ-GNB5Cl39am6fE4qVbGwFBCSjadmVKqR2VtObwJhf5UpbA-rOygAQvrBPG2QYQQBnwt_aDpobc46vLwCNtsy4CrENtOD-ZVtjgrmyXE9cx2xrbxhwJIqNX4Yc0qNNBeiZi9EuAHpyd2sBbazQmYr8f25aJLeexew9XOSs_ms/w640-h330/foto-io-capitano-4-low-1200x620.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Vencedor do Leão de Prata em Veneza, e escolhido para representar a Itália no Óscar de melhor filme internacional, o filme acompanha Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall), dois jovens senegaleses que decidem guardar algumas economias para fugir do país e tentar ganhar a vida na Europa. Ao contrário de outros imigrantes que fogem de guerras, eles aparentemente vivem numa certa tranquilidade, e a principal motivação é melhorar a vida da família e tentar ma carreira musical. Mesmo contando com a negativa da família, eles partem às escondidas de Dakar rumo à Síria, onde irão começar a jornada pelo deserto do Saara, tendo como meta alcançar o sul da Itália. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ao longo de duas horas, acompanhamos a odisseia destes meninos, que precisam enfrentar não somente os perigos naturais do percurso, como a maldade humana no seu estado mais puro, na pele de policiais e rebeldes que se aproveitam da situação de desespero para enriquecer às custas das pessoas, ou usá-las em trabalhos forçados. O roteiro tem muita sobriedade e conduz tudo como se fosse uma grande aventura. O primeiro ato contextualiza e apresenta muito bem estes dois personagens e suas motivações, o que ajuda a criar uma empatia instantânea por eles. Já o segundo ato ganha ainda mais força ao mostrar a jornada dos dois, os perigos, os sofrimentos, mas sobretudo a resiliência de continuarem firmes em suas missões. O último ato é o mais tenso de todos, principalmente quando Seydou precisa se responsabilizar pela vida de centenas de imigrantes como ele, ao comandar um barco pelo mar mediterrâneo (daí o nome do filme).</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPzLZwQiTcJCRpJBaZ_Ex9ibg8yCL2lcZmvt_jheM3u6qA6MIwj2qb6Wm_Y8CxEUUNgAn2TRJkQBHUvjhyphenhyphenb806IgvbqBDHH_Or2g1Zq5W9O356DSRSVoKmAGkArt1cS711-Zwo4WVmJSfXrxrkn73vu-YiKZAerxBu3KHBZtZETfrXpOefOZ5R2bEtEAyt/s600/929ba54b7e6fe6c650333894a4678896.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPzLZwQiTcJCRpJBaZ_Ex9ibg8yCL2lcZmvt_jheM3u6qA6MIwj2qb6Wm_Y8CxEUUNgAn2TRJkQBHUvjhyphenhyphenb806IgvbqBDHH_Or2g1Zq5W9O356DSRSVoKmAGkArt1cS711-Zwo4WVmJSfXrxrkn73vu-YiKZAerxBu3KHBZtZETfrXpOefOZ5R2bEtEAyt/w640-h426/929ba54b7e6fe6c650333894a4678896.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Mais do que a jornada física, os protagonistas passam também por uma jornada de amadurecimento. Afinal, eles saíram de seu vilarejo com uma esperança quase ingênua, sem ter a mínima noção do que poderiam encontrar pelo caminho, e ao final já eram pessoas completamente diferentes. Mas ainda assim, com o mesmo coração e a mesma humanidade. O prêmio de melhor atuação estreante em Veneza foi justíssimo para Seydou Sarr, que está impecável, em uma das atuações masculinas mais fortes que vi este ano. É um filme doloroso, impactante e visceral, que grita, assim como seu personagem principal no final, por soluções.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9RXAMXfudrwCPYpIzkyyejx5xEfso_FzI2hVpSkBcqdNsJOhc8UHCEJlpuDPYKIHABm-DwsfDPq564UIsfA9cDzwySkQbM2rhglyFSrU2klDnPzJ78k6BFEGxJISlJ0JJyok9ytDI_GKcADYap9IrEIXgsiwswEEATLsmZRHdyrjvAtsWfmaDnfdHRnf1/s114/5%20estrelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="25" data-original-width="114" height="25" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9RXAMXfudrwCPYpIzkyyejx5xEfso_FzI2hVpSkBcqdNsJOhc8UHCEJlpuDPYKIHABm-DwsfDPq564UIsfA9cDzwySkQbM2rhglyFSrU2klDnPzJ78k6BFEGxJISlJ0JJyok9ytDI_GKcADYap9IrEIXgsiwswEEATLsmZRHdyrjvAtsWfmaDnfdHRnf1/s1600/5%20estrelas.jpg" width="114" /></a></div><span style="font-family: verdana;"></span><p></p>Rafael Menegonhttp://www.blogger.com/profile/16897868325020153706noreply@blogger.com0