terça-feira, 9 de abril de 2019

Crítica: Suprema (2019)


Ruth Bader Ginsburg fez história ao se tornar uma das primeiras mulheres a ingressar na Suprema Corte do Estados Unidos, um ambiente majoritariamente masculino até os anos 1960. Suprema (On The Basis of Sex), da cineasta Mimi Leder, conta um pouco da trajetória dessa grande mulher, e como ela conseguiu chegar onde chegou.



Primeiro dia de aula na Faculdade de Direito de Harvard. Centenas de homens caminham pelos corredores e no meio deles pouquíssimas mulheres, entre elas Ruth (Felicity Jones), que enfrenta o preconceito e as ridículas piadas machistas num lugar predominantemente masculino. Casada com Martin (Armie Hummer), um marido dedicado, que a apoia e a ajuda em tudo, ela precisa dividir seu tempo entre faculdade e os cuidados com a casa e a filha pequena.

É curioso perceber como, ao longo de todo o filme, a personagem costuma ser a única mulher nos ambientes, seja na faculdade, seja no trabalho. A diretora não perde a oportunidade de fazer um retrato da sociedade machista daquela época, onde todos os homens, de alguma maneira, tentavam diminuí-la por ser mulher. Na sala de aula ela precisava ser mais do que a melhor aluna para ser ouvida, nas entrevistas de emprego sempre havia algum motivo bobo para rejeitá-la, e mesmo assim, com toda dificuldade, ela foi conquistando seu espaço.



Motivada pelas grandes mudanças sociais que viam acontecendo, o grande desafio de Ruth foi enfrentar a Suprema Corte Norte-Americana com o intuito de mudar a legislação que discriminava os direitos dos homens e das mulheres, tentando fazer com que todos fossem iguais perante as leis, independente do sexo. Felicity Jones está incrível nesse papel desafiador, e passa bem a imagem de uma mulher aguerrida, que não desiste por nada nem ninguém.  Mais do que uma homenagem a esta grande jurídica, Suprema é um filme muito necessário numa época em que se discute muito sobre feminismo e direitos igualitários.