segunda-feira, 29 de julho de 2019

Crítica: O Rei Leão (2019)


Em 1994, a Disney lançou um dos filmes de animação mais queridos da história do cinema, "O Rei Leão", que mudou os rumos do gênero e encantou toda uma geração. 25 anos depois, a mesma história, com os mesmos personagens, está de volta às telas, mas dessa vez num formato diferente, que torna tudo muito mais realista.


Minha expectativa para refilmagens costuma ser sempre baixa, porque é impossível olhá-las sem querer comparar o clássico com o atual (o que geralmente gera decepções), mas posso dizer que ao assistir o novo filme de Mufasa, Simba e companhia, eu saí do cinema encantado e de alma lavada, depois de chorar no mínimo umas quatro vezes. É óbvio que existe um forte apelo nostálgico em todo o filme, não teria como ser diferente, mas é exatamente isso que o torna tão gigante.

Desde a primeira cena (que aliás, é a única parte do filme que não é feita na computação gráfica), fica bastante evidente a utilização da mesma trilha sonora do primeiro filme, e isso para mim foi um dos principais acertos desta produção. Quem se emocionou da primeira vez vai se emocionar ainda mais revivendo cada canção. Mas não é somente a trilha sonora que é idêntica, mas também praticamente todos os diálogos dos personagens e grande parte das cenas. Tudo extramente fiel.



O enredo, para quem não conhece, começa mostrando o nascimento de Simba, o filho do rei Mufasa, que um dia herdará todas as terras do pai. Mas quando Scar, seu tio, arma para matar Mufasa e assumir o trono, Simba precisa fugir para sobreviver, levando consigo uma culpa que ele nunca mais vai conseguir esquecer. Na sua jornada, ele acaba conhecendo Timão e Pumba, uma dupla composta por um Javali e um Suricato, e a amizade dos dois o fazem enxergar a vida de uma outra maneira, muito mais otimista.

O legal de O Rei Leão são justamente as mensagens que ele tenta passar. A máxima de que "coisas ruins acontecem, mas você precisa aprender e crescer com elas", mesmo parecendo discurso de coach, continua sendo o mote central da história e é muito bem elaborada. A clássica canção "Hakuna Matata" explica bem essa ideia de não se preocupar com as coisas que acontecem, de não focar nos problemas e seguir em frente".



É estranho falar de elenco num filme sem figuras humanas, mas o filme possui vozes marcantes e intensas, num trabalho impecável de todos os envolvidos. Beyoncé é a estrela principal, brilhando na voz de Nala, a melhor amiga de Simba. O próprio Simba é dublado por Donald Glover, e tem também o excelente Chiwetel Ejiofor, dando voz ao vilão Scar. Na lista ainda tem os comediantes Seth Rogen e Billy Eichner que dão vida aos encantadores Timão e Pumba.

Por fim, O Rei Leão é uma experiência única, uma ode à vida, e um exemplo de enredo que nunca vai envelhecer. Vale muito a pena para todos os públicos, desde a geração que não teve contato com o primeiro filme, até os que, como eu, assistiram incontáveis vezes numa fita VHS (a verde, de preferência).


quarta-feira, 10 de julho de 2019

Crítica: Rocketman (2019)


Com o sucesso estrondoso de Bohemian Rhapsody, filme que conta a trajetória de Freddie Mercury na banda Queen, abriu-se um novo nicho de mercado na indústria cinematográfica: o das cinebiografias de artistas consagrados do rock, e o nome da vez, que ganha uma homenagem intimista e muito bem montada, é o de Elton John.



Elton John (ou Reginald Dwight antes da fama), é interpretado por Taron Egerton, que incorpora o ícone da música de forma primorosa em uma atuação de gala. O enredo de Rocketman, dirigido por Dexter Fletcher, conta a trajetória do artista britânico desde sua tímida infância, passando pelos altos e baixos da carreira, até chegar ao verdadeiro estrelato.

Desde criança ele já demonstrava uma grande aptidão para a música, principalmente por piano, que sempre foi sua verdadeira paixão. Mesmo sem apoio dos pais, ele seguiu firme no sonho de ter uma carreira musical de sucesso, e não demorou muito para começar a conquistar o seu espaço. Dos bares britânicos para o mundo, a carreira de Elton John explodiu e levou ele a tocar em estádios lotados.



O filme não tem medo de ser um musical clássico, com muitas coreografias e cenas bem animadas, mas também tem espaço para um forte apelo dramático, principalmente na questão das drogas. O filme inclusive começa com John justamente em um centro de reabilitação, e mostra a partir dessa perspectiva a dificuldade que o artista teve para lidar com a fama e o uso abusivo de drogas que o ajudavam a perder a timidez e ser um homem menos solitário.

Uma das partes mais bacanas da trama é acompanhar a parte criativa das músicas, principalmente sua parceria com o letrista e melhor amigo Bernie (Jamie Bell). Há que se elogiar também o figurino, parte essencial na carreira de Elton John e que, aqui, não poderia ficar de fora, bem como toda a ambientação da época.



Por fim, Rocketman é um filme bastante honesto em tudo que propõe. Suas metáforas visuais encantam tanto quem é fã do artista como quem está tendo contato com suas obras pela primeira vez.