domingo, 28 de julho de 2013

Recomendação de Filme #27

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador (Lasse Hallstrom) - 1993

Ainda na infância, antes mesmo de completar 10 anos de idade, um filme me marcou fortemente, principalmente por sua cena final. O nome deste filme descobri apenas uma década depois, ao me deparar por acaso com a inesquecível cena. Pois bem, o nome era Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador (What's Eating Gilbert Grape), e é a recomendação escolhida para esse domingo.


Gilbert Grape (Johnny Depp) é um jovem que vive numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Após a morte do pai, ele têm a difícil missão de cuidar do seu irmão mais novo Arnie (Leonardo DiCaprio), que possui deficiência mental, e da sua mãe, uma senhora obesa que nunca sai de dentro de casa devido seus problemas de saúde.

A família de Gilbert depende dele para tudo. Ele arruma um emprego numa mercearia e passa os dias entre o trabalho e os afazeres da vida doméstica, não suportando o cotidiano estressante. O diretor expõe com veracidade todo o tédio na vida de jovens de cidades interioranas, e o drama daqueles que recebem a tarefa de sustentar a família logo cedo.


Em um dado momento, aparece na história a jovem Becky (Juliette Lewis), que viaja junto da avó pelo país em um trailer. Ao se instalarem provisoriamente na pacata cidade, Gilbert acaba se apaixonando pela garota. A originalidade de Becky acaba encantando o jovem, que nunca havia conhecido alguém com tamanha personalidade e espírito alegre.

Esse contraste entre o rapaz quieto do interior e a menina descontraída da cidade é um prato cheio para uma relação amorosa tocante, sem ser piegas. Além do mais, ao adentrar na família de Gilbert, Becky acaba trazendo algumas mudanças significativas em seus comportamentos.


Sobre as atuações, vale a pena conferir o início da carreira de dois dos atores mais consagrados dos últimos anos, Johhny Depp e Leonardo DiCaprio. O segundo, aliás, apresenta uma das atuações mais marcantes do cinema, tendo sido inclusive indicado ao Oscar de ator coadjuvante. Não podemos esquecer ainda de Juliette Lewis, com sua presença firme e verdadeira. Por fim, Gilbert Grape é um belíssimo filme, que apesar de despretensioso, é cheio de qualidades e pode ser visto como uma lição de vida.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os 5 Melhores Filmes de Gus Van Sant

Nesse dia 24 de julho, o diretor e roteirista Gus Van Sant está completando 61 anos de idade. Nascido em Louisville, Sant iniciou a carreira nos anos 80 com filmes independentes, até alcançar a fama de vez com Garotos de Programa (My Own Private Idaho), em 1991. Abaixo, vocês conferem uma lista com os 5 melhores filmes do cineasta nesses quase 30 anos de carreira.

1 - Gênio Indomável (1997)


Gênio Indomável (Good Will Hunting) conta a história de Will (Matt Damon), um jovem rebelde que já teve passagens pela polícia, e que agora trabalha como servente em uma universidade de Boston. Depois que o professor Lambeau desafia os alunos a resolverem um teorema, Will se revela um gênio, sendo o único a conseguir resolver o complicado problema. Por determinação da justiça, ele precisa fazer terapia, mas debocha de todos os profissionais, até conhecer Sean (Robin Williams).


2 - Milk - A Voz da Igualdade (2008)

Milk - A Voz da Igualdade (Milk) mostra a vida de Harvey Milk, o primeiro político americano declaradamente gay a se candidatar para um cargo público. Após abrir sua loja de fotografia, Milk começa a reunir os homossexuais da região em busca de uma causa: a igualdade de direitos, passando a ser referência. A luta de Milk se tornou pública e recebeu tanto críticas como apoios.

3 - Elefante (2003)

Grande sucesso no Festival de Cannes de 2003, Elefante (Elephant) narra a história de dois jovens de uma escola secundária de Portland, que invadem o local munidos de um arsenal, provocando um verdadeiro massacre (o filme foi baseado no famoso Massacre de Columbine). Os diferentes ângulos impostos pelo diretor, e a forma não-linear do enredo, fazem do filme único.

4 - Garotos de Programa

Garotos de Programa (My Own Private Idaho) conta a história de Mike Waters, que junto com Scott Favor, sai em uma jornada pelo estado de Idaho em busca de sua mãe. No percurso, os dois se envolvem com a prostituição e tem vários problemas por conta disso. Mike ainda é portador de Narcolepsia, doença que provoca ataques de sono profundo quando o mesmo tem emoções fortes. O filme aborda a homossexualidade de forma direta (Gus Van Sant é publicamente homossexual).


5 - Paranoid Park (2008)


Alex, um jovem de 16 anos, decide ir sozinho a um parque que é o paraíso dos Skatistas, onde é chamado por Scratch para uma volta de trem. Os dois se penduram no trem, e quando um guarda tenta afugentá-los, eles reagem, derrubando-o nos trilhos do trem. O fato culmina na morte do oficial, e Alex passa a ser atormentado por isso, contando tudo que aconteceu a uma amiga através de uma carta.

Divulgada primeira imagem da cinebiografia de Jimi Hendrix

Foi liberada nessa semana a primeira imagem de André Benjamin caracterizado como Jimi Hendrix, na cinebiografia do artista que deverá ser lançada nos Estados Unidos até o final desse ano.

Também conhecido como André 3000, o músico do grupo Outkast irá interpretar o lendário guitarrista em All Is By My Side
Curiosamente, All Is By My Side contará a história de vida de Hendrix sem utilizar nenhuma das suas músicas clássicas, já que o longa não obteve os direitos de uso de suas canções. Será utilizada apenas canções de outros artistas que também foram gravadas pelo guitarrista, como "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles, e "Hound Dog" do Elvis Presley.

Infelizmente ainda não há data prevista para o filme estrear nos cinemas brasileiros, mas certamente poderemos encontrar em breve no site de torrent mais próximo.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crítica: A Família Flynn (2012)


Depois de estrear no cinema com o humor infantil de American Pie e de fazer alguns filmes de qualidade duvidosa, o diretor Peter Weitz nos traz em A Família Flynn (Being Flynn) seu primeiro drama, e aborda a relação entre pais e filhos com uma competência surpreendente.




Nicholas Flynn (Paul Dano) é um jovem de 20 anos que desde criança sonha ser escritor, como o pai, Jonathan Flynn (Robert de Niro), que ele nunca conheceu pessoalmente. Deslocado socialmente, e vivendo sozinho após sua mãe cometer suicídio, Nicholas resolve seguir os passos da melhor amiga, e passa a trabalhar num abrigo para sem-tetos.

O abrigo é um fiel e triste retrato socioeconômico da população pobre dos Estados Unidos, e que poderia se encaixar facilmente em qualquer outro lugar do globo terrestre. O que Nicholas porém não esperava, era encontrar o próprio pai vivendo nessas condições precárias, dormindo na rua após ser despejado do lugar onde morava e demitido do emprego.




Com vários flashbacks, o filme retorna diversas vezes à infância de Nicholas, quando ele morava sozinho com sua mãe (Julianne Moore). Pouco a pouco vamos adentrando nesse conflito entre pai e filho, já que a imagem que Nicholas possuía do pai era extremamente diferente.

Apesar do grande nome do filme ser o experiente Robert de Niro, quem de fato rouba a cena é Paul Dano. O jovem brilha em um papel difícil, e mostra mais uma vez que é um dos bons nomes dessa nova geração de atores. O enredo não deixa de trazer alguns clichês, mas nada que atrapalhe o bom andamento do filme, que em certos momentos chega a emocionar. Dramático, mas ainda assim com boas pitadas de humor, trata-se de um ótimo passatempo.


domingo, 21 de julho de 2013

Recomendação de Filme #26

Sociedade dos Poetas Mortos (Peter Weir) - 1989


Em Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society), o experiente diretor Peter Weir narra brilhantemente a história real do professor John Keating (Robin Williams), e a relação com seus alunos numa instituição rígida e cheia de princípios na década de 50.

Em 1959, Keating retorna ao local onde estudou anos antes, mas agora como professor de Literatura, destinado a substituir outro que se aposenta. Bem conceituada e exigente, a Welton é uma escola preparatória para rapazes em regime de internato.



Nesse ínterim, Todd Anderson (Ethan Hawke) chega para seu primeiro ano como aluno. Tímido e inseguro, Todd é irmão de um brilhante ex-aluno e passa a dividir o quarto com Neil Perry (Robert Sean Leonard), estudante aplicado e talentoso, mas que é pressionado por um pai que controla cada uma de suas atividades. Juntam-se ainda aos dois Charlie Dalton (Gale Hansen), de espírito independente, ousado e um tanto anárquico, Knox Overstreet (Josh Charles), descontraído e romântico e Steve Meeks (Allelon Ruggiero), o de natureza mais de acordo com às convenções tradicionalistas da escola. 

Juntos, eles formam a típica turma de adolescentes ingênuos dos anos 50, empenhados nos estudos, mas que não deixam de burlar a vigilância da escola e encontrar espaço para a diversão.



Para os rapazes, Keating seria apenas um novo professor igual a todos os outros. Porém, já na primeira aula, eles percebem que não é bem assim, e Keating passa a chamar a atenção pelo uso de métodos nada convencionais. O novo professor adota uma metodologia de ensino que desperta a sensibilidade dos alunos através de poesia, fazendo-os pensar de forma autônoma e crítica sobre a sociedade e principalmente a escola, que insiste em ditar como devem pensar e se comportar. O estilo nada ortodoxo de Keating causa impacto nos outros lecionadores, e principalmente nos alunos, que passam a refletir sobre o que querem da vida.

Influenciados pelas suas ideias, os alunos decidem reabrir um grupo de leitura de poesia criado por Keating quando ele era aluno da instituição, denominada como a Sociedade dos Poetas Mortos. É magnifico esse crescimento dos personagens ao longo de enredo, e a descoberta de cada um sobre aquilo que mais desejam na vida, coisa que antes era vilipendiada pelos mais próximos.



O elenco é nada menos que crucial para o andamento da história. Jovens atores (alguns que seguiram carreira como Ethan Hawke, e outros que fizeram do filme sua unica e prazerosa experiência nos cinemas) contracenam com firmeza ao lado de Robin Williams, que com seu jeito excêntrico, consegue personificar o personagem com maestria e desenvoltura.

Por fim, trata-se de um filme atemporal, que faz e ainda fará sentido por muitos anos, abordando dramas pessoas que se encaixam em qualquer contexto. O que se vê são pessoas sendo pressionadas para alcançar um consenso ultrapassado de que os jovens precisam estudar em uma faculdade renomada para que sejam alguém na vida, fazendo exatamente aquilo que a sociedade espera que façam, e a luta de cada um pela quebra desse paradigma. Brilhante, fantástico, emocionante!


Os 10 melhores filmes com Robin Williams

Nascido na cidade de Chicago, Robin Williams alcançou a fama ao interpretar o alienígena Mork na série Mork & Mindy, ainda no final dos anos 70. No cinema, seu primeiro sucesso veio somente em 1987, com o filme Bom Dia, Vietnã, onde ele já mostrava sua veia humorista no papel do inesquecível locutor de rádio Adrian Cronauer. 

De lá para cá, Williams faria parte de uma enorme lista de sucessos do cinema, muitos deles verdadeiros clássicos. É impossível falar do ator sem lembrar de filmes como O Homem Bicentenário, Sociedade dos Poetas Mortos, Patch Adams, e  Uma Babá Quase PerfeitaUma de suas performances mais famosas é em Gênio Indomável, filme que lhe rendeu o único Óscar da carreira, de ator coadjuvante. 

Em sua homenagem, o Cinema Arte traz uma lista com os dez filmes mais memoráveis da sua extensa carreira. Confira:

1 - Gênio Indomável (1997)

Dirigido por Gus Van Sant, Gênio Indomável (Good Will Hunting) conta a estória de Will, um jovem rebelde que teve passagens pela polícia, e agora trabalha como servente em uma universidade de Boston. Por trás do uniforme de limpeza, ninguém imagina que está um verdadeiro gênio da matemática. O fato é descoberto após o professor Lambeau desafiar os alunos a resolverem um complicado teorema, e somente Will conseguir. Por determinação da justiça ele deve fazer terapia, mas debocha de todos os profissionais que se aproximam, até enfim se identificar com Sean, vivido por Robin Williams.


2 - Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

Em Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society), Robin Williams é John Keating, um professor de poesia nada ortodoxo de uma escola rígida com regime de internato. Com sabedoria, Keating incentiva seus alunos a perseguirem seus ideais, não deixando que ninguém (principalmente a escola) dite o que cada um deve pensar e fazer. Ditado pela filosofia Carpe Diem, ("Aproveite o dia"), o filme é repleto de citações literárias, sendo uma gratificante obra sobre a linha tênue existente entre disciplina e liberdade.



3 - Tempo de Despertar (1990)

Em Tempo de Despertar (Awakenings), Robins Williams dá vida a Malcolm Sayer, um neurocirurgião que trabalha em um hospital psiquiátrico de Nova Iorque. Lá encontram-se pacientes que, aparentemente, estão catatônicos. Após estudar a doença, Sayer passa a achar que eles estão apenas adormecidos, e que uma droga usada em pacientes com Mal de Parkinson pode resolver. Como "cobaia" ele utiliza Leonard Lowe, vivido por Robert de Niro, que estava adormecido há décadas. Após um quadro de melhora estável, Leonard passa a sofrer efeitos colaterais perigosos e o tratamento passa a ser deixado de lado.


4 - O Homem Bicentenário (1999)

Ficção Científica dirigida por Chris Columbus, O Homem Bicentenário (Bicentennial Man) conta a estória de Andrew, um robô que é comprado para realizar tarefas diárias de uma família, mas que aos poucos vai apresentando traços característicos de um ser-humano, com curiosidade, inteligência, emoções e personalidade própria. Sua saga pela liberdade e pelo direito de se tornar um ser-humano mortal é o grande mote do filme que encanta pela simplicidade e pelo enredo poético.


5 - Patch Adams - O Amor é Contagioso (1998)

Baseado na história real do médico Hunter Doherty Patch Adams, o filme é uma grande lição de vida. Após tentar o suicídio e ser voluntariamente internado em um hospital psiquiátrico, Patch Adams decidi mudar de vida e descobre o dom de poder ajudar os outros usando o seu bom humor. Depois de formado em medicina, ele utiliza métodos pouco convencionais de tratamento: o uso do bom humor para fazer com que as pessoas tenham um período feliz nos seus últimos dias de vida.



6 - O Pescador de Ilusões (1991)

Jack Lucas (Jeff Bridges) é um ex-astro da rádio que vive bêbado, deprimido e com forte sentimento de culpa após um ouvinte seu, seguindo literalmente seus conselhos, ter matado várias pessoas em um bar. Depois de uma noite na rua, ele acaba fazendo amizade com Parry (Williams), um ex-professor de história medieval que se transformou num mendigo, e que vive em um mundo imaginário. O filme rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante para Robin Williams.



7 - O Som do Coração (2007)

Crescido em um orfanato e dotado de um dom musical impressionante, August Rush se apresenta nas ruas de Nova York ao lado do divertido Wizard (Robin Williams). Contando apenas com seu talento musical, August decide usá-lo para reencontrar seus pais, ambos músicos.


8 - Bom Dia, Vietnã (1986)

Em 1965, o Dj Adrian Cronauer (Williams) é recrutado para comandar o programa de rádio das forças armadas dos Estados Unidos no Vietnã. Irreverente, ele agrada os soldados, mas enfurece Steven Hauk, o segundo-tenente que sentia uma necessidade de provar sua hierarquia. Movido pela inveja, ele tenta prejudicar Cronauer, mas a popularidade dele é tão grande, que acaba sendo protegido pelos altos escalões.



9 - Uma Babá Quase Perfeita (1993)

Daniel Hillard, um homem separado, é impedido pela ex-mulher de ver os filhos. Ele tem então uma inusitada ideia: se disfarçar de babá para poder acompanhar de perto a vida dos filhos. Ele é aceito para o emprego e passa a cuidar dos filhos, usando o nome de Sra. Euphegenia.



10 - Jumanji (1995)

Jumanji é um clássico absoluto da Sessão da Tarde. Nesse filme, Robin Williams é Alan Parrish, um empresário que descobre enterrado um curioso jogo de tabuleiro. Ao jogar com uma amiga, ele descobre que o jogo é diferente de qualquer coisa antes vista, já que a cada jogada de dados acontecem situações mágicas e perigosas, com elementos reais.

sábado, 20 de julho de 2013

Especial Dia do Amigo: 10 amizades inesquecíveis do cinema.

"Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito", já dizia a canção. E nesse dia 20 de julho, dia internacional da amizade, é essencial lembrarmos daqueles que estão sempre do nosso lado, ajudando nas tarefas mais difíceis, e nos acompanhando nas horas boas e ruins.

No cinema já foram expostos diversos exemplos clássicos desse sentimento fraternal. Resolvi então, em comemoração à data, criar uma lista com as 10 duplas de amigos mais marcantes do cinema.



1 - Bruno e Shmuel, em O Menino do Pijama Listrado

Relações de amizades nascem até mesmo nos momentos menos propícios, como no meio de uma guerra. E a história entre Bruno e Shmuel descrita no filme O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas) é uma das mais encantadores do cinema. Bruno é filho de um oficial nazista, e acaba conhecendo o menino judeu Shmuel, correspondendo-se através de uma cerca que separa a casa da família alemã do campo de concentração. A relação doce entre os dois acaba levando a um grave desfecho.


2 - Toto e Alfredo, em Cinema Paradiso

Para uma verdadeira amizade, não há diferença de idade. Isso já foi abordado em vários filmes, mas poucas vezes de forma tão sensível e emocionante como em Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso), do cineasta Giuseppe Tornatore. Toto é um menino apaixonado pela sétima arte, que de tanto frequentar o cinema local, acaba firmando amizade com o projetista, um senhor de idade rabugento e mau humorado que acaba se deixando levar pela doçura do menino.


3 - Amir e Hassan, em O Caçador de Pipas

Um relação de amizade, quando verdadeira, não se esvai com o tempo. Em O Caçador de Pipas (The Kite Runner), temos a história de Amir e Hassan, dois garotos áfegãos que crescem juntos, mas que por motivos de diferenças acabam se separando. Após 20 anos, morando nos Estados Unidos, Amir retorna ao Afeganistão para tentar consertar o ocorrido no passado entre os dois.


4 - João Grilo e Chicó, em O Auto da Compadecida

Clássico do cinema nacional, O Auto da Compadecida mostra a relação de amizade entre João Grilo e Chicó, dois amigos que vivem na região semi-árida do nordeste e lutam diariamente pelo pão de cada dia, usando de truques para enganar os outros moradores da cidade de Taperoá.


5 - Shrek e Burro Falante, em Shrek

Há tempos que os filmes de animação passaram a trazer lições de vida nos seus enredos, e Shrek é apenas mais um dos exemplos. Trata-se da história de amizade entre o incomodativo Burro Falante e o rabugento ogro Shrek, sendo uma lição de que amizades verdadeiras podem existir apesar das diferenças gritantes entre os dois.


6 - Germain e Margueritte, em Minhas Tardes com Margueritte

De um lado um senhor simples e intelectualmente ignorante, do outro uma senhora doce e apaixonada por livros. Dessa relação de opostos nasce uma das mais belas amizades já descritas nas telas dos cinemas, entre duas pessoas de idades, ideais e formações diferentes, que se completam em tardes de sol no banco de uma praça.


7 - Frodo e Sam, em O Senhor dos Anéis

Uma das maiores produções do cinema, a trilogia O Senhor dos Anéis (Lord of the Rings) traz junto uma das maiores lições de união e companheirismo. Frodo e Sam formam uma forte amizade, enfrentando juntos aventuras inesquecíveis e perigosas, nunca deixando de lado um ao outro.


8 - Thelma e Louise, em Thelma & Louise

Cansadas da vida monótona que viviam, as amigas Thelma e Louise resolvem deixar tudo para trás e seguir de carro pelas estradas dos Estados Unidos, vivendo aventuras antes impensáveis por ambas.


9 - Ernesto Guevara e Alberto Granado, em Diários de Motocicleta

Dirigido pelo brasileiro Walter Salles, Diários de Motocicleta narra a aventura de Enestro "Che" Guevara pela América, na companhia de seu amigo inseparável Alfredo. É nessa viagem que Che, ao constatar a miséria que algumas pessoas enfrentam dia-dia, resolve pôr em prática seus ideais revolucionários que o fizeram ficar conhecido mundialmente.


10- Georges e Harry, em O Oitavo Dia

Harry é um empresário estressado, que vive apenas para o trabalho, sem família. Certo dia, vagando pelas ruas com seu carro, Harry atropela Georges, um rapaz com síndrome de down, e acaba levando-o para casa para ajudar-lo. Com o tempo, a amizade cresce de tal forma que Harry não consegue mais se desvencilhar de George.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Crítica: Behind the Candelabra (2013)



Behind the Candelabra, novo filme do diretor Steven Soderbergh, tem um roteiro bastante simples se analisado de longe: o filme mostra a relação amorosa entre duas pessoas desde seu início, passando pelo meio conturbado, e chegando ao seu decadente fim. Mas o que o torna diferente e o eleva da simples banalidade é que se baseia na história real de um ícone do passado: o pianista Liberace e seu namorado Scott.




Soderbergh prova que é possível fazer o espectador acompanhar uma cinebiografia até o fim, e se apaixonar pelo que vê, mesmo sem nunca sequer ter ouvido falar dos envolvidos. Para começo de conversa, Liberace foi um virtuoso pianista americano que ganhou fama no final dos anos 50 em programas televisivos. A cada ano que passava, sua vida particular e pública ficava mais extravagante, com direito a figurinos e palcos rodeados de ouro e muitos brilhantes.

Sua homossexualidade, apesar de evidente, era negada insistentemente para preservar sua relação com a mídia e com as fãs, que eram em grande maioria mulheres maduras. Isso não impedia-o de manter, às escondidas, romances tórridos com jovens rapazes, entre eles Scott (Matt Damon). E é justamente essa história de amor que o filme aborda.




Soderbergh transcreve seu roteiro de forma cronológica, com direito a passagem de cartelas na tela indicando o ano que se passa a ação. Mas apesar de simples, encanta a forma como nos é contada a história. Com cenários luxuosos, figurinos exuberantes e atuações fantásticas, Behind the Candelabra consegue ser um grande êxito naquilo que propõe: mostrar o dia-dia desse artista tão pouco conhecido nos dias atuais.

Liberace era chato, egocêntrico, e cheio de manias, e isso o diretor não faz questão nenhuma de esconder. Michael Douglas personifica o pianista com maestria nessa que até então é a melhor atuação que já vi do ator. Matt Damon não fica atrás no papel de Scott, e surpreende com sua atuação segura e verossímil.



Por fim, trata-se de um filme redondo, sem grandes surpresas, mas que enche nossos olhos ao assisti-lo. Certamente você vai terminar querendo procurar algo do artista na internet para assistir e eu garanto: vale a pena.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Crítica: Branca de Neve (2013)



Com várias referências e contando com a mesma essência do famoso conto de fadas, Branca de Neve (Blancanieves), do diretor Pablo Berger, traz uma nova e fantástica roupagem do clássico escrito pelos irmãos Grimm.



Durante uma tourada (nada mais folclórico em um filme vindo da Espanha), Antonio Villalta comete um erro e é atingido gravemente pelo touro. Sua mulher grávida, Carmen, se desespera com o acidente e acaba entrando em um complicado trabalho de parto, que culmina na sua morte. A filha porém nasce com vida, mas rejeitada pelo pai, acaba indo morar com a avó, ganhando o nome de Carmencita.

Anos depois, com a morte da avó, Carmencita é enviada para morar com o pai, que vive em uma cadeira de rodas na mesma casa que a manipuladora Encarna. A menina sofre nas mãos da madrasta, tendo de dormir em um porão empoeirado, depois de passar o dia fazendo trabalhos forçados.




Ao fugir depois de ser agarrada por um homem enquanto colhia frutos, Carmencita cai no rio e é levada pela correnteza, até ser encontrada desacordada por um grupo de anões toureiros (sete, como no conto original). Sem lembrar de nada do seu passado, a garota se familiariza com eles, e sai pelas estradas acompanhando o grupo nas suas aventuras. 

Por força do destino, Carmencita acaba tendo de encarar um touro frente a frente, e aos poucos vai recordando o passado. O final do filme é emblemático, e passa a ideia de que é preciso separar o real do fantasioso, e nem sempre o final vai ser feliz como os contos dizem.




O lirismo empregado por Berger é o grande destaque da obra. Filme mudo e com a fotografia em preto e branco, o filme segue uma tendência que fez sucesso em 2011 com O Artista, ganhador do Oscar, e que possuía a mesma característica estética. As vezes os filmes ficam pretensiosos ao tentar voltar a uma fórmula do passado, mas com Branca de Neve, o diretor conseguiu uma façanha louvável.

Cada cena possui um intenso requinte técnico, que vai desde fotografia, figurino e direção de arte encantadores, até a trilha sonora marcante, embalada pelo ritmo espanhol, principalmente o bom e velho flamenco, que dá uma identidade única a obra. Por fim, Branca de Neve é magia pura. É gratificante pensar que ainda é capaz de se ver tamanha originalidade no cinema atual. Berger está de parabéns.