quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Crítica: Jurado Nº 2 (2024)


Entre polêmicas envolvendo a sua distribuição mundial, já que a Warner inexplicavelmente preferiu lança-lo apenas no streaming, Jurado Nº 2 (Juror #2) finalmente chegou no Brasil através do catálogo da Max. O filme, que possivelmente será o último da carreira de Clint Eastwood, no alto dos seus 94 anos, pode ser considerada uma despedida de gala de um diretor que marcou o seu nome no cinema como um dos grandes gênios desta arte.


O filme nos apresenta um conflito interessante entre o certo e o errado, o justo e o injusto, ao nos apresentar Justin (Nicholas Hoult), um homem casado e com a esposa grávida que é convocado para ser jurado no tribunal da Geórgia em um caso de homicídio. O réu é James (Gabriel Basso), acusado de jogar a namorada de uma ponte após uma briga dos dois em um bar.

Todos os indícios apontam que James é o verdadeiro culpado da morte, porém, durante o julgamento, Justin se dá conta de uma informação sobre o crime que somente ele tem e que mudaria tudo. No entanto, esta informação comprometeria para sempre toda a sua vida e a da sua família. É quando entra o conflito moral que Eastwood trabalha com maestria até o final do filme.

O roteiro faz alusão ao clássico 12 Homens e uma Sentença, de Sidney Lumet, ao começar apresentando 11 jurados convictos de uma decisão desfavorável ao réu, enquanto apenas um deles (Justin) tenta convencê-los do contrário, neste caso sem obviamente falar o que sabe por trás do caso. E é brilhante a forma como o filme nos conduz por esta dualidade, em um estudo de personagem bastante interessante e intrigante.


Por mais que alguns achem que o subgênero "filme de tribunal" já esteja datado e sem ideias novas, só nos últimos dois anos tivemos excelentes exemplos que mostram o contrário, como o queridinho do último Óscar Anatomia de uma Queda, e Jurado Nº 2 já entra fácil na lista de filmes imperdíveis sobre o tema.