Algumas pessoas parecem vir à terra com um propósito e uma missão. Não que eu acredite realmente nisso, mas basta ler histórias como a da médica psiquiatra Nise da Silveira para repensarmos sobre o assunto. Nise não só revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil como ajudou a dar sentido para a vida de muitos pacientes tidos como crônicos.
Em 1944, Nise (Glória Pires) foi trabalhar no Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Logo de cara, a doutora se viu chocada com a maneira com que eram tratados os pacientes do local, principalmente com o uso da lobotomia, prática que começou a ganhar espaço nos manicômios do país.
Decidida a mudar a realidade do lugar, Nise começou a estimular a arte nos pacientes, que ela fazia questão de chamar de clientes. Os doentes, tidos como irrecuperáveis, pouco a pouco foram demonstrando avanços consideráveis em seus tratamentos, mostrando que o que lhes faltava na verdade era apenas um pouco mais de atenção e compreensão. Obviamente que o jeito de Nise em lidar com a situação passou a causar desavenças, que culminaram em uma série de problemas envolvendo seu nome.
O filme emociona ao mostrar a capacidade criativa que os pacientes demonstraram e o grande carinho que, da maneira deles, eles tiveram com a médica. Todas as atuações do filme são elogiáveis, com destaque, claro, para Glória Pires, sempre magnífica nos seus papéis e que aqui não é diferente. O legado de Nise ainda sobrevive, e é um grande exemplo de humanidade e respeito ao próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário