terça-feira, 13 de outubro de 2015

Crítica: O Preço da Fama (2015)


Baseado em uma história real, o novo filme do diretor Xavier Beauvois reconta um fato curioso que aconteceu na Suiça na década de 1970, quando dois homens planejaram o sequestro do corpo de Charlie Chaplin, morto recentemente e enterrado em um cemitério do país, para pedir resgate em dinheiro para a sua família.


Eddy Ricaart (Benoit Poelvoorde) acaba de sair da prisão, e quem o busca na saída é a única pessoa que ele tem na vida, seu amigo Osman Bricha (Roschdy Zem). Como Eddy não tem para onde ir, Osman resolve abrigá-lo em sua casa, e em troca, o amigo deve cuidar da filha dele durante o dia, já que sua esposa Rosa (Chiara Mastroianni) está internada no hospital aguardando para fazer uma cirurgia.

Como Rosa está sem trabalhar por causa da enfermidade, a vida financeira da família não vai nada bem. Para piorar, a cirurgia é caríssima, e Osman não consegue empréstimo pois os bancos não lhe dão confiança. Vendo a situação do amigo, Eddy arquiteta um plano para ajudá-lo: sequestrar o corpo do ator e comediante Charlie Chaplin, que morreu há poucos dias e foi enterrado em um cemitério próximo, para pedir o dinheiro do resgate para a viúva, Oona Chaplin.

Num primeiro momento, Osman rechaça a ideia, pois sempre foi um homem íntegro e nunca se meteu em confusão. Porém, desesperado por dinheiro, ele acaba entrando na jogada, sem saber direito no que está se metendo. A ação poderia ter sido um sucesso se não fosse a falta de aptidão dos dois pro crime, que se atrapalham desde o início e facilitam o trabalho da polícia de capturá-los.


O filme demora a mostrar seu verdadeiro objetivo, e fica evidente que sua duração poderia ter sido reduzida. O enredo mescla drama e humor, mas não consegue ser competente em nenhum dos dois. Por um lado, mostra a vida de uma família que tenta sobreviver em meio às dificuldades da vida, mas não consegue criar empatia. Por outro, tenta nos fazer rir com pantominas que lembram os filmes de Chaplin, mas sem nenhuma graça.

Por mais interessante que seja a história, as cenas se tornam bastante caricatas, principalmente pelas fracas atuações. A única coisa bacana e bem feita é a trilha sonora, que lembra a trilha dos filmes mudos e se faz presente durante quase todo o filme. Por fim, O Preço da Fama acaba sendo bem inferior ao que o trailer aparentava, e como homenagem ao mestre do cinema mudo, um verdadeiro tiro no pé.

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