segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Crítica: Jackie (2017)


A década de 1960 ficou marcada na história como um período de mudanças e acontecimentos notórios, que refletem até hoje na sociedade e são lembrados constantemente, principalmente pelo cinema. O assassinato do presidente John F. Kennedy, por exemplo, foi um dos casos que mais chocaram o mundo naquela época, e já foi abordado inúmeras vezes na tela. Porém, nunca antes sob o olhar de Jackie Kennedy, sua fiel companheira. 

No novo filme do chileno Pablo Larraín, o presidente Kennedy (Caspar Phillipson) é um mero coadjuvante. O roteiro, escrito por Noah Oppenheim, acompanha a primeira-dama (Natalie Portman) nos quatro dias que sucederam a morte do presidente, mostrando a forma como ela lidou com a perda repentina junto com seus dois filhos pequenos. 

A história é contada em três tempos distintos: a preparação da carreata onde o presidente seria morto, os dias de funeral até o seu sepultamento, e a entrevista que Jackie deu em sua casa para um jornalista (Billy Crudup) dez dias depois da tragédia.

O filme tem um enredo redondo, sem furos, mas é inevitável dizer que ele não seria o mesmo sem Natalie Portman. A atuação da atriz impressiona desde a primeira cena, e vai crescendo ainda mais durante o longa. Arrisco a dizer que aqui ela tem a atuação de sua carreira, mais até do que a de Cisne Negro, que lhe rendeu um Óscar em 2011.

Por fim, o principal mérito de Jackie é desconstruir aquela ideia da primeira dama frágil que muitos tinham de Jackie. Longe de ser aquela mulher submissa e boazinha, Jackie era uma mulher de personalidade forte e provou isso ao lidar com o luto de forma fria e calculista.

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