sexta-feira, 20 de julho de 2018

Crítica: Ella e John (2018)


Quem nunca sonhou em comprar um trailer e sair por aí pelas estradas, sem rumo, apenas curtindo o que a vida tem a oferecer? Pois essa sempre foi uma das atividades preferidas de Ella (Helen Mirren) e John (Donald Sunderland) desde que eram jovens namorados. Agora, aposentados, os dois resolveram fazer uma longa viagem juntos para relembrar os velhos tempos.



O casal, extremamente carismático, cruza boa parte dos Estados Unidos a bordo do velho trailer da família, apelidado de "Caçador de Lazer", e parece se divertir como se fosse a primeira vez. No entanto, os dois não tem mais a mesma saúde de antigamente, e pouco a pouco, através de cenas corriqueiras, vamos descobrindo a doença que cada um possui. 

John está sofrendo severamente com Alzheimer, já que tem lapsos de memória e esquece seguidamente coisas importantes como o nome dos próprios filhos. Ella, por sua vez, utiliza peruca para esconder a queda de cabelos, o que aparenta ser um câncer em estado terminal. Partindo desse pressuposto, é muito provável que esta seja a última viagem dos dois, e isso torna tudo muito mais prazeroso.

A trama tem cenas belíssimas e muito bem construídas, e flerta com o humor de forma muito racional. É um filme de atores, que demonstram em cada cena uma afinidade comovente. Helen Mirren e Donald Sunderland fazem uma dupla apaixonante, e é impossível não se emocionar com os dois juntos. O final do filme é impactante e inesperado, e deixa qualquer um de coração na mão.



O maior êxito do filme de Paolo Virzi é mostrar essa parceria entre duas pessoas que, mesmo com o passar do tempo e dos inúmeros problemas e contratempos que enfrentaram, continuam dispostos a dar todo o amor e dedicação ao outro até o último instante. Algo raro nos dias de hoje.


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