Cento e dois anos após o clássico inigualável de F. W. Murnau, e quarenta e cinco após a marcante releitura de Werner Herzog, Nosferatu está novamente entre nós. E mais uma vez, em boas mãos. Com uma autenticidade única e uma assinatura própria que já é marcante mesmo com tão pouco tempo de carreira, Robert Eggers nos apresenta sua visão fascinante e ao mesmo tempo horripilante do conde Orlof, neste que pode ser considerado o primeiro grande acontecimento do cinema no Brasil em 2025.
Após enfrentar paisagens bucólicas e amedrontadoras, o rapaz finalmente chega ao castelo, onde conhece o conde Orlof (Bill Skarsgard), que na verdade é um vampiro milenar com feições horripilantes e uma voz gutural assustadora. Orlof logo mostra que sua verdadeira intenção no negócio não é a mansão, mas sim, algo muito mais importante, sobretudo para o próprio Thomas. Paralelamente, acompanhamos o dia a dia de Ellen, que ficou na cidade cuidando da casa e passa a presenciar episódios macabros dentro e fora de sua mente.
A fotografia de Jarin Blaschke é um ponto alto do filme. Com seu tom acinzentado, ela consegue aproveitar muito bem as sombras, e quem viu o clássico expressionista de 1922 sabe o tanto que isso é importante para a obra. Além disso, toda a estética do filme é extremamente bem trabalhada, tanto nos figurinos como nos cenários, criando uma obra visualmente deslumbrante e impactante.
Por mais controverso que tenha sido para alguns, eu gostei bastante do visual do conde criado por Eggers, uma proposta bem mais apavorante do que eu esperava mas sem ser nada extravagante. Também aceitei muito bem as liberdades criativas do diretor, que não fogem tanto da história original, mas dão um ar completamente renovado para ela. Nosferatu foi o meu primeiro filme visto em 2025, e com certeza foi um início com o pé direito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário