quinta-feira, 20 de junho de 2019

Crítica: Amor à Segunda Vista (2019)


Tive o prazer de encerrar minha experiência no Festival Varilux 2019 com esse belíssimo romance, que no início parece pender para o lado do clichê, mas que logo mostra uma surpreendente originalidade e consegue prender a atenção até o final.


O enredo de Amor à Segunda Vista (Mon Inconnue) conta a história do casal Raphael (François Civil) e Olivia (Joséphine Japy) que se conheceram ainda no colegial e já estão há 10 anos juntos. Ela sempre sonhou ser uma pianista de sucesso, mas abriu mão de tudo para ter uma vida junto com ele. Raphael, por sua vez, se tornou um escritor famoso ao lançar um livro de ficção científica que estourou no mundo inteiro, e possui cada vez menos tempo e disposição para a relação.

Após uma grande briga, que acaba culminando na separação do casal, e uma estranha tempestade de neve, Raphael acorda em um universo paralelo. Ele não é mais casado com Olivia, vive em um pequeno apartamento e ganha vida dando aulas de letras em uma escola de Paris enquanto se diverte jogando pingue-pongue com o amigo Félix (Benjamin Lavernhe). Nesse universo paralelo, entretanto, Olivia é que é mundialmente famosa, conquistando plateias e fãs com seu talento no piano. 



Raphael passa a acreditar que, para recuperar sua antiga vida e seu grande amor, precisa fazer a "nova" Olivia também se apaixonar por ele nessa vida, e para isso começa a correr contra o tempo. Lendo a premissa o filme parece ser um tanto previsível, mas aos poucos vai se mostrando muito maior do que isso. O diretor consegue utilizar métodos que fogem totalmente do "clichê romântico", e o filme vai se tornando maior e mais complexo a cada nova cena. 

Os personagens são muito bem trabalhados, e possuem uma enorme química em cena. Além do casal protagonista, outro personagem que chama a atenção é Félix (Benjamin Lavernhe), o melhor amigo de Raphael, que rouba a cena e é responsável pelos momentos mais cômicos da estória. Por fim, Amor à Segunda Vista trata-se de uma bela lição de amor, amizade, e sonhos que a vida nos obriga a abrir mão, e tudo isso com uma pitada de física quântica.


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