Com distribuição mundial da Apple TV+, pode-se dizer que No Ritmo do Coração (CODA) já se tornou um pequeno fenômeno. O filme, dirigido por Sian Heder, se tornou o primeiro da história a ganhar em todas as principais categorias de drama numa edição do Festival de Sundance, além de ter batido o recorde de bilheteria do festival na sua estreia.
Adaptado do filme francês "A Família Bélier" (2014),
CODA (abreviação para Children of Deaf Adults/ Filhos de adultos surdos)
acompanha uma família de surdos que vive da pesca numa pequena cidade
litorânea de Massachusetts. Dos 4 membros da família, apenas uma
consegue ouvir e falar: a filha caçula Ruby (Emilia Jones). Por conta
disso, Ruby acaba sendo o elo entre seus pais (Marli Matlin e Frank Troy
Kutsur) e seu irmão mais velho (Daniel Durant) com o mundo exterior,
ajudando-os principalmente nos negócios.
Descoberta pelo
professor de música da escola, e incentivada pelo mesmo por ter uma voz
diferenciada, Ruby começa a fazer audições para conquistar uma bolsa na
faculdade de música de Boston. Tímida e acostumada a sofrer com
piadinhas dos colegas por conta da condição de seus pais, Ruby precisa
enfrentar o medo para realizar esse grande sonho que é viver da arte.
Porém, inevitavelmente esse sonho acaba sendo posto a prova com a
necessidade da família em tê-la por perto.
Eu confesso que não
esperava tanto deste filme no começo, mas me envolvi demais e no final
me emocionei com a história. E isso se deve muito à direção competente,
que sabe dosar bem a mistura de drama com humor sem deixar o filme se
tornar exagerado nem para um lado e nem para o outro. Outro ponto que abrilhanta o filme são as
atuações. Os pais de Ruby e o irmão são atores surdos de verdade, e essa
inclusão foi importante para deixar o filme ainda mais verdadeiro.
Destaco ainda a participação do comediante mexicano Eugênio Derbez na
pele do professor de música "excêntrico" de Ruby, para mim um dos melhores e mais complexos personagens.
Apesar de ter
alguns clichês, principalmente quando apela para o lado do romance, não tem nada
que eu possa criticar negativamente em CODA. É um filme muito leve e
divertido, na medida certa pra conquistar o coração de quem assiste (e
quem sabe mais prêmios por aí ao longo do ano).
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