Dirigido pelo estreante Lado Kvataniya, A Execução (Kozn) se baseia fortemente na história real de caça ao serial killer Andrei Chikalito, conhecido mundialmente como o "Açougueiro de Rostov", que por muitos anos foi o assassino mais procurado da União Soviética.
Após anos
de investigação, um caso de assassinatos em série finalmente parece ter
chegado ao fim, com a prisão de dois irmãos gêmeos acusados pela morte
de várias mulheres ao longo dos anos 1980. Quem leva todo o mérito é o
investigador Issa Davydov (Niko Tavadze), que acaba ganhando até mesmo
uma promoção no cargo pela façanha. Porém, quando uma vítima
sobrevivente ressurge, o caso é reaberto, e fica comprovado que os dois
acusados foram presos injustamente e que o assassino de verdade está à
solta. De volta ao caso, Issa precisa encontrar provas para colocar
atrás das grades o novo e principal suspeito (Daniil Spivakovskiy),
principalmente para limpar a sua própria imagem, que ficou enfraquecida
após o engano anterior.
O filme possui reviravoltas realmente
impressionantes, como eu não via há muitos anos em um filme. Cheio de
idas e vindas no tempo, todas muito bem contextualizadas, o roteiro vai
incentivando o espectador a montar um verdadeiro quebra-cabeças, não
somente a respeito da culpabilidade do assassino, como também sobre os
segredos que o próprio investigador esconde do seu passado, até chegar a
um final extremamente imprevisível e surpreendente.
Como disse
no início, o filme é fortemente baseado na história de Chikalito, mas
não se trata de uma biografia propriamente dita. Até porque neste caso, o
assassino do filme (que tem inclusive outro nome) até pega "leve" com
as vítimas se comparado com os relatos assustadores do assassino da vida
real. Por fim, considero A Execução um dos melhores suspenses que vi
nos últimos tempos, e é triste pensar que não ganhará o reconhecimento
merecido por conta, principalmente, da crise na Rússia e dos boicotes ao
país. Mas se tiver a oportunidade, assista!
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