sábado, 17 de junho de 2023

Crítica: A Extorsão (2023)


Sou um grande entusiasta do cinema argentino e gosto muito das comédias feitas por lá, que costumam sempre criticar os modos de vida da sociedade com muita acidez e sarcasmo. Dito isso, estava bastante curioso para assistir A Extorsão (La Extorsion), filme do argentino Martino Zaidelis que estreou no catálogo da HBO Max há poucas semanas, e que apesar de não ser anunciado como um filme de comédia propriamente dito, tem um tom leve e muito bem humorado.


O roteiro acompanha Alejandro (Guillermo Francella), um experiente piloto de aeronaves que ama o que faz há mais de trinta anos e é super respeitado por todos. De um dia para o outro ele acaba sendo extorquido por uma quadrilha para levar malas com um conteúdo misterioso para a Espanha, em troca de não ter um segredo seu espalhado por aí. Sem saber lidar direito com a situação, Alejandro vai tomando muitas decisões erradas, que vão colocando o personagem em uma teia de onde fica cada vez mais impossível sair.

O ponto alto do filme certamente é a atuação de Francella, um dos melhores atores argentinos da atualidade, que prova mais uma vez que consegue se sair bem tanto no drama como na comédia. O resto do elenco, no entanto, me pareceu bem caricato, sobretudo o personagem de Saavedra, interpretado por Pablo Rago, que é o homem estranho que extorque o protagonista. O roteiro também é bastante exagerado e com situações bem inverossímeis, e por mais que seja um nítido filme de puro entretenimento, e nada mais que isso, algumas cenas poderiam sim ter sido melhor trabalhadas.


No entanto, apesar dos pontos negativos, A Extorsão acaba sendo no fim um thriller divertido de acompanhar, onde a graça está justamente em vermos um personagem comum do dia a dia, cheio de defeitos e indecisões como todos nós, encrencado em meio a situações que fogem do seu controle e com pessoas em quem ele não sabe se pode ou não confiar.

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