segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Crítica: Argo (2012)



Como ator, confesso que Ben Aflleck nunca me agradou, mas parece que como diretor ele finalmente encontrou o rumo certo. Argo é definitivamente o melhor filme de sua carreira até então. Baseado em fatos reais, o filme mostra a crise que se instaurou entre Estados Unidos e Irã no ano de 1979, logo após os americanos decidirem dar abrigo a um ex-ministro Iraniano deposto.




A trama começa apresentando, em forma de prefácio, as situações políticas em que viviam os dois países no final da década de 70. Logo após, somos transportados ao Irã, onde uma onda de protestos contra os Estados Unidos acabam gerando a invasão da Embaixada Americana no país. A cena é muito bem construída, e traz o primeiro momento de tensão psicológica do filme. Após a invasão, todos os presentes no prédio são feitos de reféns. Porém, seis deles conseguem fugir antes de serem pegos, e se refugiam na casa do embaixador Canadense em Teerã.

Numa tentativa de resgatar esses seis refugiados, a CIA manda para o oriente médio o agente Tony Mendez, vivido pelo próprio Ben Aflleck. Surge então uma ideia improvável: fingir que Mendez é da produção de um filme Canadense e que ele está indo ao Irã para testar possíveis locais para a gravação.



Com ajuda de um produtor famoso, Mendez escolhe o roteiro de um filme de ficção científica chamado Argo. Os dois cuidam de todos os detalhes, incluindo a criação de um cartaz oficial e a divulgação na mídia, para dar o máximo de veracidade possível na estória. O agente então consegue chegar ao Irã e encontrar o grupo, e para conseguir fugir do país, vai dando a cada um sua função na produção do enredo fictício. 

O filme nos traz excelentes momentos de tensão, como na cena final, no aeroporto, onde eles são interrogados acerca de suas verdadeiras identidades. Além de Aflleck, o elenco conta com os competentes Bryan Cranston, John Goodman e Alan Arkin. A narrativa do filme é frenética e direta, sem apelar para efeitos, e consegue percorrer num mesmo filme gêneros distintos como o suspense, o drama, o policial e até mesmo a comédia.


Por fim, Argo representa o que há de melhor no cinema de hoje em dia e, apesar de não ser meu preferido, é um forte candidato a levar o Oscar de melhor filme após ganhar o Globo de Ouro e o prêmio máximo da associação de atores e produtores dos Estados Unidos.


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