domingo, 27 de janeiro de 2013

Recomendação de Filme #01

O Homem Elefante (David Lynch) - 1980

A partir de hoje, todo domingo vou postar uma sugestão de filme para quem visita o blog, e é claro que eu não poderia deixar de começar com aquele que, para mim, é o melhor filme que a humanidade já foi capaz de produzir, O Homem Elefante, de David Lynch.




Filmado em preto e branco, O Homem Elefante (The Elephant Man) narra a história real de John Merrick (interpretado de forma brilhante por John Hurt), que devido a um terrível caso de elefantíase tinha 90% do corpo deformado. Por conta disso, ele acabou virando atração principal de um circo, onde era maltratado pelo dono e "vendido" ao público como uma aberração nunca antes vista. Vendo sua situação e disposto a ajudá-lo a ter uma vida mais digna e humana, o Dr. Frederick Treves (Anthony Hopkins) resolve tirá-lo daquele ambiente hostil, levando-o para o hospital onde trabalha.

No decorrer da história, Dr. Treves descobre que John tinha muito mais a oferecer do que ele próprio imaginava. O que o diretor David Lynch nos traz é uma grande crítica à sociedade e aos seus preconceitos. Na vida real, Merrick sofreu demais com o repúdio das pessoas, já que desde que o mundo é mundo, tudo o que é diferente acaba sendo visto com receio e medo pelo ser humano. O filme mostra isso com muita sensibilidade e ao mesmo tempo com muita crueza.



Com uma narrativa objetiva, O Homem Elefante mostra uma jornada incrível de auto conhecimento de um homem que, por saber que era diferente, aceitava ser tratado como uma aberração. O desenvolvimento do personagem e suas novas visões de mundo emocionam até mesmo o mais duro dos seres. O pior de tudo é pensar que ele não deixa de ser um filme atemporal, já que é impossível não pensar que esse tipo de atitude ainda ocorre nas grandes cidades, com as pessoas deficientes por exemplo. Talvez esteja aí o grande legado do filme.


Indicado a oito Óscars, é o primeiro trabalho reconhecido de Lynch, que logo veio a ser aclamado pela crítica com seus filmes psicológicos e densos. Trata-se de uma bela lição de vida, de valores, de solidariedade e de humanidade. Simplesmente não há como definir o encanto dessa verdadeira obra-prima do cinema, resta apenas dizer: assistam o mais rápido possível.

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