É sempre interessante analisar os primeiros trabalhos de um cineasta como Stanley Kubrick, que posteriormente veio provar toda a genialidade que se é conhecida. Mesmo filmado quando sua carreira ainda estava engatinhando (embora já possuísse traços do seu estilo marcante), me atrevo a dizer que O Grande Golpe (The Killing) é um dos melhores filmes de vigaristas já produzido na história.
Baseado em um livro do escritor Lionel White, o longa conta a estória de um grupo que planeja um grandioso roubo, exatamente no dia em que ocorreria uma importante corrida de cavalos. O "grande golpe" renderia cerca de 2 milhões de dólares aos bandidos, mas como todo bom filme do gênero, é óbvio que as coisas sairiam do controle e nada seria tão fácil quanto parecia.
Kubrick cria um ambiente angustiante, onde cada cena parece preceder um acontecimento importante ou revelador. Com uma bela montagem de imagens (típico dos seus filmes seguintes), o diretor cria uma atmosfera tensa, mostrando o lado "sujo" e "podre" do ser-humano.
No começo, o filme é um tanto confuso, já que inicia no meio dos acontecimentos, sem explicações e muito menos apresentações. Porém, a partir de um dado momento, o filme passa a ficar claro, e toda a ação prende o espectador até o fim. Kubrick, que ficaria famoso por sua obra ser quase toda preenchida de adaptações, mostrava um futuro promissor no seu modo de contar estórias.
É importante frisar que ele é contado em uma estrutura não-linear, que na época não era tão comum quanto hoje. O diretor começa do meio da estória, mostra o antes e o depois sem uma estrutura reta, mas o filme em momento algum fica incompleto. Pelo contrário.
De 1956 para cá, foram feitos incontáveis filmes sobre roubos, mas mesmo depois de tantos anos, O Grande Golpe não se tornou ultrapassado. Pelo contrário, ainda serve de referência, e é uma obra obrigatório no currículo de todo amante de cinema que se preze.
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