O cinema oriental é conhecido por ser seus filmes viscerais, perturbadores, e originais. E se eu tivesse que fazer uma lista dos melhores filmes vindos do outro lado do mundo, certamente OldBoy (Oldboy) estaria no topo.
O filme do sul-coreano Chan-wook Park é o segundo de uma trilogia, que aborda um tema recorrente no cinema de lá: a vingança. O longa conta o drama de Oh Daesu, sequestrado por um desafeto sem um motivo aparente e aprisionado em uma cela que parece um pequeno quarto de hotel, onde seu único contato com o mundo exterior passa a ser uma pequena televisão.
Em um dado momento, Daesu se desespera ao ver no noticiário que sua mulher foi assassinada, e sem conseguir fugir (apesar de inúmeras tentativas), nutre com o passar dos dias um terrível desejo de se vingar.
Alguns anos se passam e ele acorda misteriosamente fora da cela. Sim, isso mesmo. Não há uma explicação plausível, e ele simplesmente está livre. É então que ele começa uma caçada para descobrir quem fez aquilo e o porque. Aos poucos, ele vai encontrando pelo caminho pessoas chaves que o auxiliam na resolução desse mistério, o que vai intrigando o espectador a cada nova cena.
O estilo narrativo de OldBoy é pouco convencional, e feito com extrema criatividade pelo diretor, que cria sequências antológicas como a famosa cena da luta em um corredor ou a cena em que o protagonista come um polvo. Tudo isso aliado a uma excelente fotografia, e um aspecto visual impressionante. O final é surpreendente e chocante, com uma mudança de foco drástica que faz com que o filme seja ainda mais memorável.
É um filme controverso, tanto é que os espectadores se dividem entre os que o amam (como o júri do festival de Cannes que o premiou como melhor filme de 2003), e os que o odeiam (com o argumento de que a violência do filme é usada de forma gratuita, o que eu não concordo).
Mas uma coisa é unânime: OldBoy é um verdadeiro soco no estômago, capaz de despertar sentimentos únicos em que o assiste. Como disse um crítico americano, "é um filme poderoso, não devido ao que retrata, mas devido às profundezas do coração humano que ele desnuda".
De fato, é uma obra não recomendada para pessoas sensíveis, devido ao seu conteúdo violento, grotesco e as vezes escatológico. Uma obra que nos leva ao pior do ser-humano, e para assistir, primeiramente você deve se despir de qualquer conceito do que é correto e do que não é.
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