domingo, 14 de abril de 2013

Crítica: O Som ao Redor (2012)


Nos dias de hoje, em que o cinema nacional se arrasta e sobrevive de comédias abobalhadas, é importante notar a presença de filmes com algo a dizer, que façam a diferença nesse cenário tão precário. Logo, O Som ao Redor merece reconhecimento por ter esse diferencial.





Não é de hoje que Recife vem produzindo obras cinematográficas de qualidade. Junto com Porto Alegre, talvez sejam as duas cidades mais ascendentes no ramo fora do eixo rio-são paulo. Escrito e dirigido pelo diretor Kleber Mendonça Filho, o filme é dividido em três partes e se concentra em uma rua da capital Pernambucana, onde todos os personagens tem suas vidas intercaladas com o passar dos dias, principalmente depois da instauração de uma milícia nos arredores.


O diretor faz uma forte analogia da vida cotidiana de uma classe média que vive enclausurada entre os muros de seus prédios e procuram algo para se distrair nos momentos de ócio. O filme trata também de toda a cegueira que essa classe parece demonstrar a respeito dos problemas sociais e econômicos do país, usando de toques sutis de ironia, que não deixa exatamente explícito o que o diretor quer passar, mas que os mais atentos conseguem perceber.



Apesar do enredo ser interessante, e da excelente qualidade visual e sonora empregadas no filme, ele peca em vários aspectos, principalmente nas atuações que são extremamente fracas. Esse ponto, aliado ao desfecho confuso, acaba estragando o resultado final, mas ainda assim é um filme que vale a pena ser visto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário