domingo, 8 de setembro de 2013

Recomendação de Filme #33

Incêndios (Dennis Villeneuve) - 2010

Drama canadense dirigido pelo jovem diretor Dennis Villeneuve, Incêndios (Incendies) é, sem dúvida alguma, um dos filmes mais impactantes que já tive a oportunidade de assistir. Porém, tenho aqui todo cuidado do mundo para abordar o menos possível sobre o enredo, já que trata-se do tipo de filme que é imprescindível assistir sem saber muita coisa, principalmente seu final.


Na trama, dois gêmeos (um homem e uma mulher) descobrem, após a morte da mãe, que possuem um irmão perdido em algum lugar do Oriente Médio. Antes de morrer, ela pediu que eles realizassem um último pedido seu: encontrar esse irmão desaparecido. Para cumprir a promessa, os dois desembarcam na Palestina, em busca do irmão que antes nem sabiam existir, iniciando uma investigação sobre a vida passada da mãe.
Enquanto os dois caminham pelas paisagens áridas do Oriente Médio procurando pistas do paradeiro do irmão, a história dela vai nos sendo desvendada. Narwal Marwan teve uma vida difícil. Ainda jovem, teve de enfrentar a família ultra conservadora para viver um grande amor, e foi obrigada a abandonar o filho nascido dessa união, sem porém, jamais desistir de encontrá-lo. Depois disso, ela chegou a se envolver em uma guerrilha, e após ser capturada, viveu 15 anos numa prisão isolada, sendo torturada e estuprada diariamente pelo chefe do local.
Ambos os irmãos ficam chocados ao descobrirem coisas que nunca imaginaram sobre a vida da mãe, e tudo pelo que ela passou. Nós espectadores ainda mais. Ficamos admirados a cada nova revelação, até chegarmos a um final que dói fundo na alma de cada um. A atuação da atriz belga Lubna Azabal é uma das partes mais consistentes do longa. Os diálogos são impressionantes, e a beleza estética da fotografia é algo a parte. 

O passado ignorado, mas do qual nunca conseguimos fugir. A união entre a crueldade do ser-humano e a injustiça. São esses os principais ingredientes que fazem de Incêndios uma verdadeira obra-prima do cinema moderno, que concorreu aos Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011, perdendo para o dinamarquês Em Um Mundo Melhor.
Com uma lista grandiosa de personagens, e passado em diferentes períodos históricos, não deixa de ser um filme bastante complexo. Porém, não é uma obra difícil. Narwal é uma heroína, mas uma heroína diferente do que somos acostumados a ver em filmes. É uma heroína de carne e osso, que sofre, e tem como principal poder a força para enfrentar as diversidades da vida.

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