A trama acompanha um período na vida da família Lim, durante o período de recessão econômica que assolou o continente asiático na década de 90. Leng e Teck moram em um pequeno apartamento junto com o filho Jiale. O garoto é uma peste, mal criado e mal educado, e volta e meia arruma confusão na escola onde estuda.
Numa tentativa de controlar a vida do menino enquanto não estão em casa, o casal resolve contratar Teresa, uma jovem Filipina, para trabalhar como empregada da casa e babá do menino. A relação entre ela e o menino não poderia começar de maneira pior: Jiale a destrata diariamente, seja moral ou fisicamente, e a jovem vai aguentando tudo com uma paciência que eu particularmente não teria. O motivo? Ela não tem para onde ir, principalmente por estar ilegalmente no país.
Com o passar do tempo, no entanto, os dois acabam se afeiçoando. Vamos percebendo que boa parte do comportamento de Jiale se deve aos pais, e passamos a entender que ele começa a ver em Teresa a figura materna que nunca teve. Por conta dos problemas externos, Leng e Teck não conseguem dar a atenção devida ao garoto, e isso reflete muito em sua personalidade agressiva.
A trama é interessante por também mostrar coisas fora do circulo familiar, como o suicídio de um vizinho que se jogou da cobertura de um alto prédio. A situação na região era complicada na época, com diversas famílias sendo desestruturadas ao perder tudo, e o diretor consegue transpôr muito bem para as telas esse clima de tensão causticante.
Por fim, Ilo Ilo é um bom filme, e por vir de um país onde o cinema ainda é extremamente amador, merece mesmo todos os elogios. O enredo é extremamente simples, mas muito bem elaborado. O silêncio e as expressões faciais são utilizados a todo momento para demonstrar o sentimento que as palavras talvez não conseguiriam, e isso é um grande ponto a favor. O outro ponto positivo é a atuação do menino Koh Jia Ler, que dá um show de interpretação.
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