terça-feira, 21 de setembro de 2021

Crítica: Cry Macho (2021)


Algumas críticas são impossíveis de serem escritas apenas utilizando a razão, sem colocarmos junto o coração. É o caso de Cry Macho, que não tem como ponto forte a criatividade no roteiro, mas tem um elemento que faz toda a diferença: Clint Eastwood, no alto dos seus 91 anos, dirigindo e atuando em um mesmo filme pela 25ª vez na carreira.



A trama de Cry Macho acompanha Mike Milo (Eastwood), uma antiga estrela de rodeios que agora aproveita sua vida pacata numa pequena cidade do Texas. Certo dia ele aceita um trabalho de um ex-chefe (Dwight Yoakam), que pede para ele atravessar a fronteira e ir até o México para trazer seu filho adolescente, que vive no país vizinho com a mãe.

Mike não encontra dificuldades em achar o garoto (Eduardo Minett), que vive de apostas em rinhas de galos com seu galo vencedor chamado Macho. Também não encontra resistência do garoto em aceitar viajar até o pai, já que sua vida com a mãe é caótica e cheia de abusos. O caminho de volta pros Estados Unidos, no entanto, acaba se tornando o grande desafio da jornada, onde eles precisam usar rotas alternativas para fugir tanto de bandidos quanto da polícia.


Clint não reinventa a roda, não tenta mudar seu estilo já consagrado, e traz uma história sem grandes surpresas, focada na relação entre duas pessoas de idades e gerações completamente diferentes, cujo conflito de ideias é bem bacana de acompanhar. Gostei do humor utilizado nas cenas, e principalmente dos diálogos. Algumas facilitações no roteiro, porém, me incomodaram um pouco. Falo sobre situações que seriam mais complexas de serem resolvidas, mas que os personagens encontram muita facilidade na hora para resolver. Algumas cenas também me pareceram corridas, excepcionalmente na parte final.

O motivo de ter falado sobre razão e emoção no começo da crítica é o fato de que, provavelmente, se não tivesse a figura de Clint Eastwood na estória, não teria me causado tanto interesse, principalmente pela premissa. Mas o cara é demais, e não tem como ficar indiferente. Por fim, Cry Macho é um filme para assistir sem grandes expectativas, mas com a certeza de estar vendo mais um capítulo (o último, será?) da história dessa lenda.


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