Algumas críticas são impossíveis de serem escritas apenas
utilizando a razão, sem colocarmos junto o coração. É o caso de Cry
Macho, que não tem como ponto forte a criatividade no roteiro, mas tem
um elemento que faz toda a diferença: Clint Eastwood, no alto dos seus
91 anos, dirigindo e atuando em um mesmo filme pela 25ª vez na carreira.
A
trama de Cry Macho acompanha Mike Milo (Eastwood), uma antiga estrela de
rodeios que agora aproveita sua vida pacata numa pequena cidade do
Texas. Certo dia ele aceita um trabalho de um ex-chefe (Dwight Yoakam),
que pede para ele atravessar a fronteira e ir até o México para trazer
seu filho adolescente, que vive no país vizinho com a mãe.
Mike
não encontra dificuldades em achar o garoto (Eduardo Minett), que vive
de apostas em rinhas de galos com seu galo vencedor chamado Macho.
Também não encontra resistência do garoto em aceitar viajar até o pai,
já que sua vida com a mãe é caótica e cheia de abusos. O caminho de
volta pros Estados Unidos, no entanto, acaba se tornando o grande
desafio da jornada, onde eles precisam usar rotas alternativas para
fugir tanto de bandidos quanto da polícia.
Clint não reinventa a
roda, não tenta mudar seu estilo já consagrado, e traz uma história sem
grandes surpresas, focada na relação entre duas pessoas de idades e
gerações completamente diferentes, cujo conflito de ideias é bem bacana
de acompanhar. Gostei do humor utilizado nas cenas, e principalmente dos
diálogos. Algumas facilitações no roteiro, porém, me incomodaram um
pouco. Falo sobre situações que seriam mais complexas de serem
resolvidas, mas que os personagens encontram muita facilidade na hora para resolver.
Algumas cenas também me pareceram corridas, excepcionalmente na parte
final.
O motivo de ter falado sobre razão e emoção no começo da
crítica é o fato de que, provavelmente, se não tivesse a figura de Clint
Eastwood na estória, não teria me causado tanto interesse,
principalmente pela premissa. Mas o cara é demais, e não tem como ficar
indiferente. Por fim, Cry Macho é um filme para assistir sem grandes
expectativas, mas com a certeza de estar vendo mais um capítulo (o
último, será?) da história dessa lenda.
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