domingo, 19 de junho de 2022

Crítica: Cha Cha Real Smooth (2022)


Premiado no Festival de Sundance, Cha Cha Real Smooth, dirigido pelo jovem diretor Cooper Raiff (que também protagoniza o filme), chegou ao catálogo da Apple TV+ neste último fim de semana e vem dando o que falar desde então com uma história simples mas extremamente emocional sobre amadurecimento e relacionamentos.


Andrew (Cooper) acabou de se formar na faculdade mas trabalha como atendente de uma lanchonete de fast food, algo bem diferente do que pretendia. Um dia ele vai acompanhar o irmão pré-adolescente em uma festa de aniversário e acaba animando o local, o que chama a atenção dos pais, que o incentivam a iniciar um projeto como animador de festas.

É o que ele faz, e a partir de então, Andrew se encarrega de animar festas de adolescente pela cidade, com muita música e danças. Numa destas festas ele conhece Domino (Dakota Johnson), uma mulher um pouco mais velha do que ele e que tem uma filha adolescente (Vanessa Burghardt) com autismo. Logo ele faz uma forte amizade com as duas, e passa a trabalhar também como cuidador da menina em algumas ocasiões. No entanto, Domino está vivendo um período conturbado e confuso, e precisa muito mais da ajuda de Andrew do que a filha.

O roteiro é muito leve mesmo abordando temas difíceis como o preconceito em torno do autismo, a depressão, e a eterna sensação de não pertencimento que carregamos quando ainda não sabemos direito o que queremos da vida. Afinal, Andrew está com 22 anos, uma idade de muitas incertezas e inseguranças. E o filme gira em torno dessa expectativa que se tem entre os 20 e 30 anos, de buscar uma carreira em algo que goste e talvez, no meio do caminho, também encontrar um amor que queira crescer junto.


Infelizmente não consegui comprar a ideia de pureza quase angelical do protagonista, que às vezes se torna até mesmo um pouco caricato. Por ora ele parece inteligente e maduro, mas de repente toma atitudes bem bobas, e isso me atrapalhou um pouco na hora de criar um vínculo com ele. Porém, o filme tem ótimos diálogos, sobretudo quando resolve adentrar no tema da depressão, e isso acaba compensando.


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