domingo, 14 de agosto de 2022

Crítica: Não! Não Olhe! (2022)


Com apenas três filmes lançados na carreira até então, o diretor Jordan Peele já alcançou aquele status do qual todos esperam ansiosos pelo seu próximo lançamento, e isso é para poucos. Após os sucessos de "Corra!" e "Nós", Peele volta aos holofotes com "Não! Não Olhe!" (NOPE), um roteiro que mistura ficção científica com terror de uma maneira muito competente.


O filme se passa em um rancho do interior da Califórnia, onde os irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer) criam cavalos que são utilizados em produções de cinema e televisão. O pai deles, verdadeiro dono do negócio, morreu atingido por objetos estranhos vindo do céu, e isso foi apenas o começo de uma série de acontecimentos que passaram a rondar a região e assustar os protagonistas. Sem saber exatamente o que é, mas suspeitando se tratar de alguma nave de extraterrestres, eles instalam várias câmeras pela propriedade a fim de registrar o tal objeto e ganhar dinheiro com a descoberta.

No mesmo local vive Ricky Park (Steven Yeun), que é dono de um parque de diversões da região e que tem como um dos espetáculos mais famosos um suposto contato com OVNI'S. Ricky sofreu um trauma muito grande na infância quando era ator mirim em uma sitcom e presenciou uma tragédia no estúdio, quando um chimpanzé surtou e matou várias pessoas, e tem até mesmo um museu no seu parque em referência ao acontecido. Outro personagem importante que surge na história é o cinematografista Antlers Holst (Michael Wincott), que usa toda sua experiência em filmagens para driblar algumas dificuldades técnicas e conseguir as imagens que eles tanto desejam das figuras misteriosas no céu.


Peele sabe que está tratando, a princípio, de um subgênero que já foi diversas vezes abordado, e por isso se propõe a criar elementos novos e trazer uma visão diferenciada de como seria uma invasão alienígena na Terra, seja no visual da ameaça ou na maneira que os personagens lidam com ela. E por mais que alguns simbolismos tenham passado em branco para mim, é um filme que me prendeu justamente por suas originalidades, além das boas atuações e do primor técnico. É um Jordan Peele ainda mais consciente do que é capaz, e o cinema agradece.


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