Com apenas três filmes
lançados na carreira até então, o diretor Jordan Peele já alcançou
aquele status do qual todos esperam ansiosos pelo seu próximo
lançamento, e isso é para poucos. Após os sucessos de "Corra!" e "Nós",
Peele volta aos holofotes com "Não! Não Olhe!" (NOPE), um roteiro que
mistura ficção científica com terror de uma maneira muito competente.
O
filme se passa em um rancho do interior da Califórnia, onde os irmãos
OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer) criam cavalos que são
utilizados em produções de cinema e televisão. O pai deles, verdadeiro
dono do negócio, morreu atingido por objetos estranhos vindo do céu, e
isso foi apenas o começo de uma série de acontecimentos que passaram a
rondar a região e assustar os protagonistas. Sem saber exatamente o que
é, mas suspeitando se tratar de alguma nave de extraterrestres, eles
instalam várias câmeras pela propriedade a fim de registrar o tal objeto
e ganhar dinheiro com a descoberta.
No mesmo local vive Ricky
Park (Steven Yeun), que é dono de um parque de diversões da região e que
tem como um dos espetáculos mais famosos um suposto contato com OVNI'S.
Ricky sofreu um trauma muito grande na infância quando era ator mirim
em uma sitcom e presenciou uma tragédia no estúdio, quando um chimpanzé
surtou e matou várias pessoas, e tem até mesmo um museu no seu parque em
referência ao acontecido. Outro personagem importante que surge na
história é o cinematografista Antlers Holst (Michael Wincott), que usa
toda sua experiência em filmagens para driblar algumas dificuldades
técnicas e conseguir as imagens que eles tanto desejam das figuras
misteriosas no céu.
Peele sabe que está tratando, a princípio, de um subgênero que já foi diversas vezes abordado, e por isso se propõe a criar elementos novos e trazer uma visão diferenciada de como seria uma invasão alienígena na Terra, seja no visual da ameaça ou na maneira que os personagens lidam com ela. E por mais que alguns simbolismos tenham passado em branco para mim, é um filme que me prendeu justamente por suas originalidades, além das boas atuações e do primor técnico. É um Jordan Peele ainda mais consciente do que é capaz, e o cinema agradece.
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