domingo, 2 de outubro de 2022

Crítica: Entergalactic (2022)


Relacionamentos, carreira, e as dificuldades da vida adulta são alguns dos temas principais de Entergalactic, animação bastante original que estreou no catálogo da Netflix no final de setembro e que desde então vem causando ótimas impressões.


O filme, co-criado pelo rapper Kid Cudi, que por sua vez também dá voz ao personagem principal, acompanha Jabari, um jovem que acaba de se mudar para Manhattan após ser contratado por uma empresa de HQ's para fazer os gibis de um personagem que ele mesmo criou, mas que até então só existia nos seus cadernos e em grafites nos muros das cidades. Na primeira noite no novo local, enquanto ia buscar algo para a janta, ele acaba encontrando sorrateiramente sua ex-namorada Carmen na mesa de um bar, e não demora para eles marcarem um reencontro, onde conversam durante horas sobre como andam suas vidas e os seus planos.

Sem querer se apegar e muito menos voltar ao passado, Jabari não dá muita bola para este encontro, e como a vida é uma eterna caixinha de surpresas, ele logo acaba conhecendo e se apaixonando pela sua vizinha, Meadow (Jessica Williams). Meio dividido, meio receoso, ele decide dar uma chance e se entregar para esse novo romance, enquanto precisa lidar com todas as outras mudanças que estão ocorrendo em sua vida e a própria ex-namorada que tenta a reaproximação.

Seria um filme de romance qualquer se não fosse o formato de animação, que possibilita a inserção de momentos extremamente criativos e visualmente encantadores, o que torna a história contada ainda mais descontraída e dinâmica. A trilha sonora, feita inteiramente por Kid Cudi, também encaixa perfeitamente com o enredo, tendo inclusive um papel essencial. E é claro, não posso deixar de mencionar a forte representatividade da obra, onde temos um casal de negros protagonistas.


Entre muitos temas importantes abordados pelo filme, um dos que mais me chamou a atenção foi a crítica sutil que ele faz a respeito da superficialidade dos relacionamentos de hoje em dia, onde é fácil descartar quem está com a gente pois as opções em aplicativos de namoro são muitas. Os amigos de Jabari, por exemplo, tentam a todo momento fazer com que ele crie um perfil no aplicativo que está em alta no momento, e quando ele sai na rua, dá de cara com outdoors do mesmo aplicativo espalhados por todos os lados. Ainda assim, apesar de toda essa "pressão", ele acaba se apaixonando mesmo é da forma mais natural e tradicional, com um encontro casual e o velho olho no olho. E não há nada que substitua isto. Por fim, Entergalactic é uma obra que vale muito a pena ser conhecida, e é daqueles filmes que aquecem o coração em qualquer dia ruim.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário