"O filme de terror
mais surpreendente que você verá este ano". Este foi o slogan utilizado
pela 20th Century Studios para vender Noites Brutais (Barbarian), filme
que de certa forma surpreende sim, mas pelo nível de displicência que a
direção conduz aquele que, para mim, é um dos piores roteiros do ano.
O
longa começa com Tess (Georgina Campbell) chegando a um bairro
abandonado de Detroit, onde alugou um Airbnb para passar algumas noites
enquanto participa de uma entrevista de emprego no centro da cidade. Ao
tentar abrir a porta da residência, ela se depara com Keith (Bill
Skarsgard), e eles logo descobrem que alugaram a mesma casa para o mesmo
período, o que aparentemente parece ser um equívoco do proprietário.
Por estar chovendo forte, e pela necessidade de descansar para estar bem
na entrevista do dia seguinte, Tess aceita dormir no local, e os dois
acabam até mesmo se dando bem, ainda que haja entre eles um claro
desconforto e constrangimento pela situação.
Não demora, no
entanto, para Tess perceber que tem coisas estranhas acontecendo nesta
casa. Quando vai até o porão procurar papel higiênico, ela acaba ficando
trancada lá embaixo, e enquanto espera a chegada de Keith para abrir a
porta, descobre uma passagem secreta que leva para uma espécie de
masmorra. Keith e Tess então se juntam para tentar descobrir o que
aconteceu naquele local, mas a vida deles passa a correr um sério risco.
Os primeiros 40 minutos tem um ótimo ritmo, e é essencial para conhecermos os personagens e entrar de cabeça na história. Porém, no meio do filme acontece uma mudança brusca que quebra completamente o ritmo, com a adição de novos personagens, quase como se fosse um filme diferente, e a partir de então o roteiro se perde completamente em uma sucessão de aleatoriedades que se tornam bem difícil de engolir. As atuações são ruins, os diálogos são péssimos, e a montagem fecha com chave de ouro a trinca de motivos para ficar bem longe desta tragédia cinematográfica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário