Mesmo sendo bastante seletivo na escolha dos filmes para assistir, a gente nem sempre sabe o que esperar do que vem pela frente, e algumas surpresas negativas são inevitáveis. Por isso, antes de postar a lista final dos melhores do ano, deixo com você a lista contrária, dos dez piores filmes que assisti em 2023. Sem mais delongas, segue ela:
10. Resistência, de Gareth Edwards (Estados Unidos)
Resistência, novo filme de Gareth Edwards (de Godzilla e Rogue One), é aquele tipo de filme que visualmente impacta e chama a atenção, mas cujo roteiro é extremamente vazio. Neste cenário onde o ser humano está em guerra com as inteligências artificiais, Edwards prioriza o visual, o grandioso, e esquece do mais simples: o desenvolvimento de uma relação emocional entre os personagens, soando tudo muito superficial e apressado.
9. Esquema de Risco - Operação Fortune, de Guy Ritchie (Reino Unido)
Está ficando cada vez mais difícil defender o cinema de Guy Ritchie. Sempre fui um admirador do diretor, mas de uns anos para cá pouca coisa tem se salvado, e Esquema de Risco - Operação Fortune é, talvez, o grande desastre da sua carreira. Confuso, chato, superficial e desinteressante, o filme não se salva nem pela presença de nomes como Aubrey Plaza e Hugh Grant no elenco, sendo extremamente esquecível.
8. Pacifiction, de Albert Serra (França)
7. Morte à Pinochet, de Juan Ignacio Sabatini (Chile)
Sempre gosto de assistir histórias que se passam durante ditaduras militares na América Latina, e que focam nos grupos de resistências. O próprio Chile possui ótimos exemplos sobre o tema, mas não é o caso de Morte à Pinochet, do diretor Juan Ignacio Sabatini. A intenção do filme era mostrar um grupo de jovens que tinha como plano matar o ditador Augusto Pinochet enquanto ele ainda governava o país, mas tudo soa tão superficial, e os personagens são tão insuportáveis, que é difícil até mesmo comprar a ideia deles, por mais que o algoz fosse alguém deplorável.
6. Sede Assassina, de Damián Szifron (Estados Unidos)
O argentino Damián Szifron ganhou notoriedade com o espetacular Relatos Selvagens, e consequentemente deixou uma expectativa muito grande com o que poderia fazer dali em diante. Porém, marcando sua estreia nos Estados Unidos, Sede Assassina é um grande desastre. Absurdamente genérico, o roteiro tenta criar um thriller de investigação sobre um serial killer, mas deixa de lado justamente a história do assassino para priorizar a relação pessoal dos dois investigadores, que por sua vez são fracos e sem carisma algum. A personagem de Shailene Woodley beira o ridículo de tão mal desenvolvida.
5. O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte (Brasil)
O filme dirigido por José Eduardo Belmonte me deixou em dúvida quanto a sua verdadeira intenção. Afinal, ele queria evidenciar os estudantes idealistas que desejavam lutar contra a ditadura militar nos anos 1960, ou ele queria ridicularizá-los? A proposta de O Pastor e o Guerrilheiro é realmente confusa, mas o pior está nas atuações ruins e no ritmo sonolento. Não há um ponto positivo sequer em toda sua duração.
4. Angela, de Hugo Prata (Brasil)
Angela é um grande exemplo de como não fazer uma biografia. Pegando um caso que parou o Brasil nos anos 1970, a morte da socialite Angela Diniz, Hugo Prata simplesmente decide transformar isto em um "soft pornô fetichista", que tem como principal chamariz a beleza da atriz Sophie Charlotte. Sendo assim, o que poderia ser um filme para abraçar a causa de tantas mulheres que sofrem violência doméstica e tem fins trágicos como o de Ângela, acaba sendo transformado apenas em um entretenimento erroneamente picante e insosso, o que é completamente injustificável.
3. Um Filho, de Florian Zeller (Estados Unidos)
Depois
de dirigir o maravilhoso Meu Pai, onde trabalhou com maestria a questão da
demência na terceira idade, Florian Zeller mudou o foco e trouxe uma
história baseada na relação de um adolescente com seus pais, abordando desta vez o
tema da depressão. A diferença é que aqui ele perde
completamente a mão, e entrega uma das história mais insossas do ano.
Dentre todos os defeitos do filme, talvez o pior seja a atuação do
protagonista, claramente despreparado para o papel. Os diálogos também sempre tentam
trazer alguma frase pronta ou uma fala expositiva, e fica
extremamente cansativo de acompanhar. Uma tragédia narrativa.
2. A Menina que Matou os Pais - A Confissão, de Maurício Eça
Um é bom, dois é aceitável, e três é desnecessário. O ditado não é bem assim, mas alterei para falar especificamente da trilogia A Menina que Matou os Pais, que desde 2020 tenta trazer a verdade por trás dos assassinatos orquestrados por Suzane von Richtofen contra os próprios pais. O único questionamento que fica depois desta terceira parte é se era mesmo necessário remexer novamente nesta história, que já tinha sido explorada ao máximo nos dois primeiro, e aqui não traz nada de novidade. Com péssimas atuações e cenas que beiram a mediocridade, o fato é que o filme se torna até mesmo desrespeitoso com a história das vítimas.
1. Coração de Neon, de Lucas Estevan Soares (Brasil)
Chegamos ao primeiro lugar e não poderia ser outro. Coração de Neon, do paranaense Lucas Estevan Soares, é um somatório de situações toscas, com uma trilha sonora destoante e forçada, e atuações fraquíssimas. Mais do que isso, a direção exala amadorismo, e parece um filme feito para uma mostra de estudantes do ensino fundamental. Desde os cortes até a montagem, tudo é uma verdadeira aberração neste filme, que é de longe o pior que eu vi em 2023.
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