sábado, 18 de maio de 2013

Crítica: Reality - A Grande Ilusão (2012)


É de conhecimento geral o quanto os reality shows se tornaram importantes para ditar comportamentos na sociedade hoje em dia. Nós brasileiros sabemos muito bem, ao vivermos em um país de celebridades de plástico que se tornam famosas de um dia para o outro sem fazerem nada. Reality - A Grande Ilusão (Reality) é justamente uma crítica do diretor Matteo Garrone ao fascínio que esse tipo de entretenimento causa em quem o assiste.




Logo no início, já percebemos indícios de que se trata de uma verdadeira fábula moderna. Uma visão aérea nos mostra uma carruagem banhada a ouro levando um casal para seu casamento, e passando por pessoas de vestimentas de época, o que a princípio nos dá a ilusão de que o filme será todo assim. Ao chegar no local do casamento, conhecemos Enzo, o mestre de cerimônia, que nada mais é do que um ex-participante do programa Il Grande Fratello (o Big Brother Italiano).


O simpático Luciano (Aniello Arena) está na festa, e é a partir dela que começa a surgir sua vontade de participar do programa da televisão. Ele trabalha vendendo peixe na vila onde mora, além de aplicar golpes no estado com ajuda dos vizinhos, e vê no programa a chance de enriquecer e mudar de vida.




Incentivado por sua família, Luciano resolve participar de um teste e passa o resto do filme esperando pelo resultado. Após ser aprovado na primeira etapa, Luciano passa a ficar paranoico, achando que já está no programa e que membros da produção estão supervisionando cada ato da sua vida.


Uma curiosidade interessante, é que o ator que interpreta Luciano é um presidiário na vida real, e tem no filme a sua primeira chance de atuar no cinema. Já vimos algo parecido em César Deve Morrer, também de 2012, onde todos os atores do filme eram prisioneiros. Sua atuação é consistente e não deixa a desejar em momento algum.


Apesar de partir de uma boa premissa e ter momentos criativos, o filme acaba perdendo o fôlego com muitas cenas repetitivas e superficiais. Os personagem pecam por serem caricatos demais (talvez essa tenha sido mesmo a intenção, mas não agradou), e isso acaba comprometendo o resultado final.


Nenhum comentário:

Postar um comentário