Filhos do Paraíso (Majid Majidi) - 1997
Tenho uma paixão enorme por filmes iranianos, e posso dizer que isso começou graças a (Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye Aseman) do conceituado diretor Majid Mijidi. O cinema feito no oriente médio é pouquíssimo divulgado por aqui, e só pesquisando a fundo para encontrar algo vindo de lá, e apesar da precariedade de recursos, eles provam cada vez mais que com uma boa ideia na cabeça tudo é possível.
A trama começa de forma simples. Após o pequeno Ali perder os sapatos da sua irmã Zahra, ambos tem medo de contar aos pais. A mãe doente e o pai trabalhador formam a típica família pobre, mas que jamais perde as esperanças de ver os filhos serem alguém na vida. A pobreza é tratada de forma realista, o que toca o coração de nós espectadores logo de cara.
As duas crianças passam a revezar os sapatos para evitar que os pais se preocupem com mais isso na vida, e tenham de gastar para comprar outro novo. Porém, a dificuldade é grande, já que os dois estudam em turnos diferentes. Isso acaba resultando no atraso do garoto na escola, o que dificulta seu aprendizado. O companheirismo desses dois irmãos traz uma emoção ímpar à história. São um verdadeiro exemplo, ensinando valores de família e união.
Majid Majidi é famoso por trazer enredos tocantes e simples, conduzindo de forma dosada e poética, sem apelar para sentimentalismos baratos. Além da crítica social, há ainda a crítica da autoridade escolar, e ao apelo das propagandas de televisão, que influenciam o imaginário infantil mostrando aquilo que eles não podem ter.
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