domingo, 13 de outubro de 2013

Recomendação de Filme #38

O Quarto Poder (Costa-Gavras) - 1997
O que é mais forte que os poderes judiciário, legislativo e executivo juntos? Segundo Costa-Gavras, a imprensa. E de fato, ele não está nem um pouco equivocado. A mídia é capaz de tudo, inclusive derrubar um presidente caso se detenha a isso, e é justamente essa crítica que o diretor levanta nesse brilhante filme.


A trama inicia com Sam Baily (John Travolta) sendo demitido do seu emprego de segurança em um importante museu de história de Madeleine, na Califórnia. Enquanto isso, quem está no museu é o repórter Max Brackett, que está em baixa na carreira, mas que um dia já foi um respeitado jornalista de uma grande rede. Ele está ali apenas fazendo uma cobertura sem importância sobre a história do local.
De repente, Sam retorna para tentar pedir seu emprego de volta, e quando não é atendido pela diretora do local, saca uma espingarda e à ameaça de morte. Fica evidente que o ato é impensado, e advindo do desespero que Sam está pela perda do emprego. No entanto, sem querer, ele acaba disparando a arma, atingindo um antigo colega de trabalho que estava tentando acalmá-lo.

Max se esconde no banheiro do local e consegue se comunicar com uma estagiária que está numa caminhonete nas proximidades. Porém, não demora muito para ele ser descoberto pelo ex-segurança, que no desespero, fez alguns reféns, entre eles crianças que estavam visitando o local. Em pouco tempo, a situação se propaga de forma incontrolável, atraindo a atenção de todo o país.
O repórter tenta convencer Sam a lhe dar uma matéria exclusiva, e em troca, promete comover a opinião pública com a triste história do guarda recém desempregado. Ele vê no caso a grande chance de se projetar e voltar para Nova York, mas nem tudo dá como o esperado. Os fatos são manipulados pela imprensa e tudo sai de controle, em um cenário onde a audiência e o dinheiro valem mais do que a verdade propriamente dita.

  As atuações são elogiáveis, principalmente de Hoffman e Travolta. O clima de tensão prende o espectador do início ao fim, e Costa-Gavras não modera na crítica aos sistemas de (des)informações, tanto escritos como televisionados.

Um filme crítico e mordaz, como é de costume no currículo do cineasta grego. Muito mais do que atemporal, o longa traz à vista toda podridão escondida por trás dos meios de comunicação, e a busca incessante dos mesmos por audiência, custe o que custar. Brilhante e único, é um filme que merece ser visto e revisto por todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário