segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Crítica: Perder a Razão (2012)


Não é fácil lidar com a vinda de um filho. E quando vêm quatro crianças, uma atrás da outra, a situação fica praticamente insustentável se não houver uma boa estrutura psicológica e mental por trás. Uma história real, ocorrida na Bélgica em 2007, foi a inspiração para esse longa triste e chocante do diretor Joachim Lafosse.


A trama começa com Murielle (Émile Dequenne) em uma cama de hospital, dizendo apenas uma frase: "quero que os enterre em Marrocos, por favor". A partir de então, depois desse início enigmático, voltamos no tempo e começamos a acompanhar desde o início a relação de amor entre Murielle e Mounir (Tahar Rahim), um jovem marroquino adotado ainda jovem por André Pinget (Niels Arestrup).

Os dois estão apaixonados e resolvem se casar. APós a lua-de-mel, eles vão morar na mesma casa que Pinget, onde logo descobrem que serão pais da primeira filha. A seguir, surge a segunda e a terceira, todas meninas. O clima que antes era calmo e saudável passa a se transformar num caos, e a relação do casal consequentemente vai se desgastando. Tudo fica ainda pior quando, já decididos a não ter mais filhos, Murielle descobre estar esperando pelo quarto, dessa vez um menino.


Nesse ínterim, Murielle começa a se consultar com uma psicóloga, que por motivos particulares acaba deixando de tratá-la depois de um tempo. Quando Mounir resolve ir para o Marrocos por uns dias somente com a mãe, deixando Murielle sozinha com os 4 filhos, ela perde a razão e comete um terrível ato de gravíssimas consequências.

As atuações são firmes, principalmente de Émile Dequenne, que dá um show à parte em uma das personagens mais enigmáticas dos últimos anos. Gostei bastante da forma com que a história do filme foi mostrada, com ênfase na trilha sonora e na fotografia. Não é um filme com grandes reviravoltas, mas sim, um filme que nos mínimos detalhes vai construindo uma atmosfera de desespero e apreensão. Sufocante seria a palavra ideal, e bastante difícil de digerir após o final.


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