terça-feira, 25 de março de 2014

Crítica: O Grande Herói (2014)


Pode até ser pretensão minha, mas coloco desde já O Grande Herói (Lone Survivor) como um dos melhores filmes de guerra feitos para o cinema. Esqueça os filmes com excesso de patriotismo ou a figura do herói invencível (apesar do nome indicar que o filme será assim). Qualquer ideia sobre isso cai por terra nos minutos iniciais, onde logo percebemos não se tratar de um filme qualquer.



Após iniciar o filme mostrando cenas fortes e reais do treinamento quase desumano dos soldados da Marinha Americana, o diretor Peter Berg nos coloca na base americana de Bagram, no Afeganistão, onde os soldados estão planejando um ataque. Infiltrados no país, eles tem como missão invadir um vilarejo e capturar um membro poderoso da Al-Qaeda.

Enquanto aguardam ordens, os soldados brincam pelos pátios do local como verdadeiras crianças, apostando corridas e jogando cartas, mostrando que no fundo não sabem ao certo o que estão fazendo ali. O enredo concentra bastante na preparação do ataque, na escolha da melhor estratégia, e no estudo das zonas de ataque, que logo são nomeadas com nome de cervejas para fácil assimilação de todos.



Chega enfim o dia da missão. Os soldados vão chegando perto do vilarejo com muita precaução, através da floresta que cerca o lugar. A aproximação é lenta, e pode incomodar quem está acostumado com filmes de guerra cheios de ação. Para quem gosta de verdade de cinema, perceberá que a técnica ficou impecável. 

Tudo vai bem até que um grupo de pastores aparece na floresta, bem próximo de onde eles estão. Os americanos, temerosos com a situação, acabam capturando os pastores, o que dá início a um debate entre eles mesmos: matar os pastores, que parecem ser inofensivos, ou deixá-los ir embora correndo o risco deles não serem o que aparentam ser?



Após liberar os muçulmanos, o clima de tensão é evidente. Não demora para o grupo de soldados ser cercado por membros da Al-Qaeda, armados até os dentes, e que estão prontos para matar qualquer coisa viva que passe pela frente. Na confusão, três dos soldados são mortos, e apenas um sobrevive. Ele acaba sendo, para surpresa geral (e se você não viu o filme não recomendo continuar lendo esse parágrafo), sendo acolhido pelo grupo que ele havia libertado anteriormente, provando que eles nada tinham a ver com o ocorrido, ao contrário do que se pensava.



A homenagem final, feita para os soldados mortos na vida real, é belíssima e mexe com o coração do espectador. Afinal de contas, é uma história onde não há heróis, apenas um homem com um forte e irrepreensível instinto de humanidade, e um verdadeiro exemplo de solidariedade por parte daqueles que são vistos muitas vezes como inimigos.

Mark Wahlberg disse em entrevistas recentes que esse foi seu papel mais difícil da carreira, e não é para menos. Sua atuação é firme, e não deixa nada a desejar. Como dito anteriormente, o roteiro é muito bem construído e a forma como foi transcrito para as telas merece elogios. O Grande Herói é o tipo de filme que talvez não faça tanto sucesso hoje, mas certamente será lembrado futuramente.


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