Selecionado
nos festivais de Toronto e San Sebastian, Aloners marca a estreia da
sul-coreana Hong Seong-eun na direção de longas-metragens, e como o
próprio nome sugere, fala com muita sensibilidade a respeito da solidão
no mundo moderno e das barreiras invisíveis que muitas vezes criamos ao
redor de nós mesmos.
Yu Jina (Gong Seung-Yeon) trabalha em uma
central de atendimento de um cartão de crédito, onde atende inúmeras
ligações todos os dias. Fora do ambiente de trabalho, ela é uma pessoa
extremamente reservada, sem amigos, que prefere almoçar sozinha no
refeitório da empresa com seus fones de ouvido e vive em um apartamento
apertado e pouco arejado. Ela não vê problemas nessa sua rotina, assim
como todos que têm rotinas semelhantes, pois já se acostumou com essa
vida pacata e solitária e não se vê agindo de outra forma. Mas será que a
vida é só isso mesmo, trabalhar e ter lazer sozinho? Ou será que
nascemos para sermos seres sociais e a solidão é um mau sinal? São
discussões que o filme levanta, sobretudo quando a jovem Park Sujin
(Jeong Da-eun) é admitida na empresa e precisa passar pelo treinamento
de Jina, e tenta forçar a qualquer custo uma amizade.
O filme tem uma atmosfera fria e passa bem a ideia de vazio que existe hoje nas relações interpessoais. Um exemplo bem claro é quando o vizinho do lado de Jina, que tenta puxar assunto com ela no começo e é ignorado, acaba morrendo, e mesmo tendo passado uma semana do ocorrido ela não tinha percebido. Pois é assim que vivemos hoje, sem nem saber direito quem são as pessoas que nos rodeiam, um "bom dia" pelos corredores do condomínio ou do trabalho virou artigo de luxo, e as relações estão cada vez mais reduzidas a afetos passageiros.
O filme tem uma atmosfera fria e passa bem a ideia de vazio que existe hoje nas relações interpessoais. Um exemplo bem claro é quando o vizinho do lado de Jina, que tenta puxar assunto com ela no começo e é ignorado, acaba morrendo, e mesmo tendo passado uma semana do ocorrido ela não tinha percebido. Pois é assim que vivemos hoje, sem nem saber direito quem são as pessoas que nos rodeiam, um "bom dia" pelos corredores do condomínio ou do trabalho virou artigo de luxo, e as relações estão cada vez mais reduzidas a afetos passageiros.
Em um certo momento do filme, um
dos clientes do cartão de crédito diz ter criado uma máquina do tempo
para poder voltar alguns anos e reviver o que, segundo ele, foi uma
época boa onde as coisas pareciam mais alegres e as pessoas menos
ocupadas em seu próprio mundo. Este personagem poderia passar
despercebido, até porque a única coisa que temos é a sua voz, mas para
mim é a passagem que exprime exatamente o que é a ideia do filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário