Os sentimento
de luto, culpa e autoperdão são o que movem A Good Person, filme novo
do diretor Zach Braff (Hora de Voltar, 2004), e que tem como ponto alto a
cativante interação entre a atriz Florence Pugh e o veterano Morgan
Freeman.
Allison (Florence Pugh) está vivendo um dos melhores
momentos de sua vida. Recém noiva de Nathan (Chinaza Uche), ela tem uma
vida estável e está cheia de planos e sonhos para o futuro junto com
ele. No entanto, ao se distrair com o celular na estrada, Allison acaba
sofrendo um grave acidente de carro, onde morrem duas pessoas, sendo uma
delas a sua própria cunhada, irmã de Nathan, que estava na carona. Essa
tragédia acaba sendo o grande divisor de águas na vida da protagonista,
que tem ela virada completamente do avesso.
O tempo passa, e um
ano depois ela está morando junto com a mãe, em estado de depressão
profunda e lidando com a dependência em drogas. Allison nunca conseguiu
se recuperar dos acontecimentos do passado, além de ter perdido o
relacionamento com Nathan, que lhe dava sustentação. Ao entrar em um
programa de desintoxicação, ela reencontra Daniel (Morgan Freeman), o
pai do seu ex-noivo e consequentemente pai da vítima fatal. Esse
reencontro não somente resgata seus traumas, como também traz novas
perspectivas, até porque Ryan (Celeste O'Connor), a filha (agora
adolescente) da mulher morta no acidente, está sendo criado por Daniel
desde então.
Infelizmente, o roteiro do filme acaba caindo num lugar comum de filmes dramáticos, e usa e abusa dos clichês. As situações são tão banais, que chega a ficar um pouco constrangedor depois de um certo ponto. Isso, no entanto, não retira nem um pouco o brilho da atuação de Florence Pugh, que mostra mais uma vez o porquê de ser considerada uma das melhores atrizes desta nova geração. Freeman por sua vez está bastante confortável em um arquétipo que ele mesmo já trouxe para as telas inúmeras vezes, com um personagem que não o exige tanto. E os dois juntos são, de fato, o que vale a pena nesta história. Com uma narrativa superficial e engessada, A Good Person acaba não tratando como deveria de um tema que, num primeiro momento, parecia bem interessante, que nada mais é do que a ciclicidade da vida e o jeito como lidamos com perdas, mudanças drásticas e traumas.
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