sábado, 27 de abril de 2024

Crítica: Love Lies Bleeding - O Amor Sangra (2024)


Um grande respiro de originalidade no gênero de filmes que misturam romance e ação. Assim eu começaria definindo Love Lies Bleeding - O Amor Sangra, da diretora inglesa Rose Glass (de Saint Maud, 2019), que tem um dos roteiros mais insanos e peculiares que eu vi até então neste ano de 2024, onde paixão, tesão e violência se entrelaçam de uma maneira brilhante.


O filme acompanha Lou (Kristen Stewart), uma mulher solitária e de poucas palavras que gerencia uma academia na pequena cidade desértica onde vive. Um dia quem aparece para treinar é Jackie (Katy M. O'Brian), uma garota que está viajando de Oklahoma até Las Vegas para tentar participar de um concurso de fisiculturismo. A atração que surge entre as duas é imediata, e não demora para que elas iniciem um tórrido romance. Nesse ínterim, Lou acaba acolhendo Jackie em sua casa enquanto ela se prepara para seguir os próximos passos de sua viagem rumo a competição.

Elas não sabiam, no entanto a vida delas já havia se cruzado de alguma forma antes mesmo de se conhecerem na academia, pois Jackie havia aceitado um emprego temporário como garçonete no clube de tiro do pai de Lou (interpretado por Ed Harris), um homem misterioso que esconde um passado muito obscuro. Este passado, inclusive, é o que fez Lou se afastar dele há anos, e os motivos vamos descobrindo aos poucos. À medida em que a trama avança, somos levados a um redemoinho de reviravoltas emocionantes e momentos de pura tensão, onde cada novo passo dos personagens parece gerar um novo conflito e uma nova confusão.


O grande destaque do elenco é Kristen Stewart, que já deixou de ser uma boa surpresa há tempos, com atuações cada vez mais maduras. Por outro lado, Katy M. O'Brian sim pode ser considerada uma grata surpresa, pois eu não a conhecia e fiquei encantado com sua participação em tela. Os personagens secundários também desempenham papéis importantes, com várias subtramas consistentes, com destaques para o sempre excelente Ed Harris e também para Dave Franco, que faz o papel do cunhado de Lou, que é extremamente violento com a irmã dela, Beth (Jena Malone), relação esta que também tem um ponto chave no roteiro.

Com muito gore em tela, Love Lies Bleeding é de fato um filme que não economiza na violência, mas em nenhum momento ela pode ser considerada gratuita. O filme ainda tem momentos de pura fantasia, que brincam com a perspectiva do espectador e fazem a experiência ser ainda mais exótica. Um grande trabalho de uma diretora que está apenas dando os primeiros passos na carreira, mas que já mostrou ter uma enorme habilidade na condução dos seus roteiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário