Em seu mais recente trabalho, o lendário diretor William Friedkin (O Exorcista) traz um enredo onde todo mundo é politicamente incorreto, em uma verdadeira aula de maus costumes no cinema atual, dominado por filmes "politicamente corretos".
A premissa é bastante simples de entender: Chris (Emile Hirsh) é um jovem traficante metido em apuros, que acaba contratando Joe (Matthew McConaughey), um assassino profissional, para matar sua mãe, Adele, a grande causadora de seus problemas. Com o consentimento do pai, da madrasta e da irmã mais nova, Dottie (Juno Temple), os três concordam com o plano para dar cabo de Adele e assim ficar com seu seguro de vida.
Friedkin cria em Killer Joe um cenário despudorado, com muita nudez e violência, mostrando uma família que vive sem um pingo de escrúpulos, em uma casa onde não há espaço para demonstrações de afeto entre seus membros. Tudo no filme é caricato e exagerado, mas por incrível que pareça, isso não fica ruim. Muito pelo contrário.
Apesar de não abrir mão de alguns clichês de thrillers, o diretor prova que ainda não perdeu sua capacidade de montar diálogos intensos e ácidos, além de juntar bons elementos de ação com comédia sem ser escatologicamente sem sentido. O enredo começa mostrando uma coisa, depois passa para outra, e depois outra, e mesmo com tantas mudanças, não perde em nenhum momento o fio da meada. Tudo isso até chegar a um final ainda mais surpreendente. Uma verdadeira colcha de retalhos, que prende o espectador até o minuto final.
Sobre as atuações, não há o que criticar, mas também não há o que elogiar. McConaughey é extremamente caricato no papel do assassino Joe, enquanto Emile Hirsh parece viver sempre o mesmo personagem em todos os filmes. O destaque, para mim, ficou por conta da Juno Temple como a excitante e "ingênua" Dottie.
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