Xingu, produzido por Fernando Meirelles e dirigido por Cao Hamburger, mostra a aventura na floresta Amazônica dos irmãos Villas-Bôas, que posteriormente resultou na criação do Parque Nacional do Xingu, um exemplo de proteção aos povos indígenas do Brasil.
Largando o conforto da cidade grande para viver no meio do mato e em companhia dos Índios, os irmãos Orlando (Felipe Camargo), Leonardo (Caio Blat) e Cláudio (João Miguel) mal imaginavam que acabariam tomando decisões que mudariam para sempre suas vidas e a dos indígenas no país.
A trama mostra o passo a passo da aventura dos três, desde o pontapé inicial até a criação do parque, revelando os efeitos que a aproximação com tribos que nunca haviam visto o homem branco causaram em ambos os lados.
Sem querer ser político, mas querendo de alguma forma mostrar o descaso com que os governantes de modo geral tratam o povo indígena, o filme mostra todos os problemas e disputas que houve (e ainda há) entre índios e fazendeiros com apoio do governo, e a luta contra a desapropriação de suas terras.
Talvez o ponto fraco do filme seja o roteiro, que é bem mal construído. Parece que o exagero de informações e a vontade de colocar tudo no filme acabou fazendo com que tudo fosse mal aproveitado, o que gera pouco envolvimento com o espectador. Outro ponto que debilita a trama são as atuações, fracas e mal aproveitadas, como a do Caio Blat e a da Maria Flor (essa, aliás, aparece sem falar uma frase sequer). A exceção fica por conta do excelente João Miguel, que novamente surpreende com uma atuação segura e verdadeira.
Porém, nem toda parte técnica deve ser criticada. A fotografia, por exemplo, é belíssima, com direito a imagens panorâmicas do extenso verde da floresta e dos seus inúmeros rios e cachoeiras. Xingu, no entanto, não um filme sobre índios propriamente dito, mas sim, um filme sobre três "heróis" da história do país que poucos conheciam. Heróis esses, que chegaram a ser indicados ao prêmio nobel da paz, e acho que está aí o principal legado do filme.
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