terça-feira, 19 de março de 2013

Crítica: A Viagem (2012)


A palavra que se encaixaria para definir esse novo trabalho dos irmão Andy e Lana Wachowski é: audácia. Pois sim, o filme é certamente um dos mais audaciosos e complexos que tive a oportunidade de assistir. Uma complexidade poucas vezes vista no cinema, ainda mais na atualidade, onde tudo vêm mastigado aos olhos do espectador.

A Viagem (Cloud Atlas) é um filme tão confuso, que até mesmo a simples pergunta "Você gostou do filme?" é difícil de responder no final. A questão que fica é: será possível gostar de um filme mesmo sem conseguir entendê-lo completamente? Graças à sua visão filosófica da vida, com seus belos diálogos e suas cenas milimetricamente trabalhadas, o filme prova que sim.


O longa, que é baseado na obra literária de David Mitchell (que muitos consideravam impossível de adaptar para as telas), conta 5 estórias paralelas, desde o século 19, passando pelo presente, e chegando a um universo futurista de cenário pós-apocalíptico. As tramas vão acontecendo intercaladas, sem uma forma cronológica reta.

Aliás, no filme nada é linear, e os diretores não se importam nem um pouco em explicar o que está acontecendo. Cabe a nós, espectadores, ir montando cada peça do quebra-cabeça para chegar a uma ideia final. Alguns conseguem, outros não. Muitos criticam suas 3 horas e 52 minutos de duração, mas confesso que eu não vi o tempo passar enquanto assistia, e sinceramente, não consigo escolher 10 minutos do filme que poderiam ser cortados sem afetar seu andamento. O filme pode ter seus defeitos, mas uma coisa que ele não possui são cenas inúteis.


Outro fato interessante é que os mesmos atores interpretam os personagens das 5 estórias. Porém a maquiagem é tão perfeita, que um olho pouco atento não consegue perceber isso. O grande destaque fica por conta do Tom Hanks, que está incrível em todos os seus papéis. Certamente a academia errou feio ao ignorar o filme nessa categoria do Oscar.

No final, entendendo ou não o ponto crucial da estória, A Viagem surpreende pela ousadia e pela qualidade sonora e visual, que te deixa completamente absorto. Ao terminar de assisti-lo, posso dizer que fiquei fascinado. Independente de qual seja a opinião final, é impossível fica indiferente a essa que, me atrevo a dizer, já é uma obra-prima do cinema moderno.




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