quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Crítica: Todo Mundo Ama Jeanne (2024)


Dirigido por Céline Devoux, Todo Mundo Ama Jeanne usa uma roupagem descontraída para abordar temas profundos como a depressão, as frustrações da vida adulta, e os conflitos internos que nos bloqueiam e nos autossabotam.


O filme conta a história de Jeanne (Blanche Gardin), uma mulher que ficou famosa por criar um projeto audacioso para recolher plástico dos mares e diminuir drasticamente a poluição dos oceanos. No entanto, o projeto fracassou logo na inauguração, e além das críticas e das piadas na internet feitas em cima do caso, ela ainda ficou praticamente insolvente, já que colocou tudo que tinha de dinheiro neste projeto.

Enquanto o título dá a entender que todos amam Jeanne, ela mesma parece se odiar, e mais do que isso, ela sente que todos ao redor a detestam e que sua presença não é bem vinda. Por conta disso, ela acaba criando uma espécie de capa protetora em volta de si, evitando contatos e interações. No entanto, ao viajar para Lisboa na tentativa de vender o apartamento que era de sua falecida mãe, ela conhece Jean (Laurent Lafitte), um homem de caráter extremamente duvidoso, mas que faz ela passar a enxergar as coisas com um pouco mais de lucidez.


Usando toda a sua criatividade, a diretora optou por usar um boneco animado como forma de transcrever as “vozes na cabeça” da personagem, e por vários momentos esta animação aparece (às vezes até demais), deixando claro o que passa na mente da personagem e toda a confusão que há dentro dela. Particularmente achei este artificio muito interessante, pois nos faz conhecer ainda mais as ideias e os pensamentos de Jeanne, e mostrar que ela é suscetível a erros e acertos igual a todos nós. Apesar dos temas abordados, é um filme leve, que encanta pela simplicidade.

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