terça-feira, 3 de novembro de 2015

Crítica: Homem Irracional (2015)


Aos 79 anos de idade, Woody Allen está mais lúcido do que nunca e segue na ativa conduzindo seus próprios roteiros com extrema competência. Seu novo filme, Homem Irracional (Irrational Man), faz uma boa reflexão acerca dos atos humanos e suas consequências, com muitos diálogos espirituosos, marca registrada do diretor.


Abe (Joaquin Phoenix) começa a trabalhar como professor de filosofia na universidade de uma pequena cidade dos Estados Unidos. Cético com a vida, principalmente depois da morte de um grande amigo, ele vive praticamente recluso, trancafiado em sua casa rodeado de livros.

Na sala de aula ele conhece Jill (Emma Stone), uma jovem aluna que tem um fascínio por seu trabalho e seu intelecto. Ela logo desperta sua atenção por ter ideais originais e por sua extrema inteligência, e surge então uma forte amizade entre os dois, vista por todos com maus olhos, já que ele sempre teve fama de mulherengo.


A vida de Abe muda quando ele descobre uma injustiça cometida por um juiz da vara de família, que quer tirar a guarda do filho de uma mulher para dar ao pai, que é um amigo seu. Mesmo sem conhecer nenhum dos envolvidos, Abe decide matar o juiz para, como ele mesmo diz, deixar a terra melhor habitada e fazer um bem à sociedade. Porém, o que era para ser um crime perfeito acaba se mostrando um plano frágil, que desencadeia uma série de acontecimentos.

É interessante a análise que o filme faz sobre a figura de Abe. Um homem comum, que nunca havia matado ninguém e por impulso de um fato atípico resolve tirar a vida de alguém pela primeira vez, sentindo inclusive prazer nisso. Depois disso, o que estaria ele disposto a fazer para impedir que a verdade fosse descoberta? Matar de novo?


Com um roteiro bem construído, uma trilha sonora onipresente e boas atuações de Joaquin Phoenix e Emma Stone, Homem Irracional usa e abusa da filosofia para dissertar sobre a situação do homem moderno com suas dúvidas e indagações, e conquista por sua leveza e simplicidade.

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