terça-feira, 24 de novembro de 2015

Crítica: Ponte dos Espiões (2015)


Três anos depois do lançamento de Lincoln, o cineasta Steven Spielberg voltou aos cinemas com Ponte dos Espiões (Bridge of Spies), drama que se passa durante a Guerra Fria e que mostra com competência toda a tensão que existia na época, onde o mundo vivia o terror eminente de uma guerra nuclear.



O filme se passa em 1957, auge do período em que Estados Unidos e União Soviética usavam de tudo para tentar descobrir segredos um do outro. Quando o espião soviético Rudolf Abel (Mark Rylance) é capturado em solo americano, cabe ao renomado advogado James Donovan (Tom Hanks) fazer sua defesa no tribunal. 

A tarefa parecia relativamente fácil, mas ganha contornos dramáticos quando James passa a ter que enfrentar a pressão da opinião pública e principalmente o desagrado de sua própria família, já que todos o vêem como uma espécie de traidor por ter aceitado defender um "espião comunista". Apesar das retaliações, algumas inclusive violentas, ele segue firme na tarefa e consegue livrar o espião da pena de morte.



Quando o piloto americano Francis Powers (Merab Ninidze) é capturado ao sobrevoar o espaço russo, o governo escolhe James para ser o intermediário nas tratativas de uma possível troca. Mas tudo complica quando os alemães capturam também um jovem estudante americano, que estava fazendo pesquisas em meio a construção do muro de Berlim, e pedem que ele seja usado na troca e não o piloto.

A ambientação da época é excelente. Interessante ver como os programas de televisão e até mesmo as escolas incentivavam o estoque de alimentos, tudo parte de uma preparação antecipada para o desastre nuclear iminente. As atuações de Tom Hanks e Michael Rylance deram um toque especial à trama, e foi muito bacana ver as cenas de interação entre eles.



O filme é um dos nomes mais cotados para estar no próximo Óscar, não só pela sua qualidade mas também pelo nome de Spielberg, que já é figurinha carimbada na premiação. Diferente dos outros filmes de espionagem que estreiam este ano, Ponte de Espiões não foca apenas em cenas de ação, e tem o seu diferencial em mostrar a burocracia existente nos bastidores da guerra.


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