Depois do elogiado Contratempo (2008), a diretora Mini Kerti está de volta ao cinema em 2015 com Muitos Homens em um Só, thriller policial baseado em uma história real que ocorreu entre o fim do século 19 e o começo do século 20 no Rio de Janeiro.
Antônio (Vladimir Brichta) é um vigarista de mão cheia que veio do sul para ganhar a vida no Rio de Janeiro. Ele usa suas habilidades para furtar objetos de valor de quartos de hotéis famosos, e seu nome acaba se tornando famoso entre os populares da época justamente por ele nunca ter sido pego.
Elegante e boa pinta, ele sempre consegue se livrar dos imprevistos de percurso com extrema maestria, além de usar diversos nomes diferentes. Seu comportamento desperta não somente a atenção da população como também a do inspetor Pacheco (Caio Blat), que passa a investigar o caso.
Num dos hotéis em que fica hospedado Antônio conhece Eva (Alice Braga), uma mulher da alta sociedade que está na cidade acompanhando o marido. De espírito aventureiro, ela se sente infeliz no casamento, principalmente por estar sempre presa aos compromissos do marido. Não demora para que Eva e Antônio criem laços entre eles, mas o cerco sobre sua maneira de levar a vida acaba se fechando cada vez mais.
O que mais chama a atenção no longa é a direção de arte e a ambientação da época, dignos de filmes de ponta. Outro ponto positivo são as atuações. Vladimir Brichta sempre competente em seus papéis no cinema novamente não decepciona. Destaque também para Alice Braga.
Apesar dos pontos positivos, o enredo deixa um pouco a desejar. Começa empolgante mas se perde do meio pro final ao dar mais atenção para o romance do que para as artimanhas de Antônio. Um personagem tão rico poderia ter sido melhor explorado, mas preferiram levar o filme para um rumo bem mais previsível e isso atrapalhou o resultado final. Mesmo assim, Muitos Homens em um Só não deixa de ser um filme interessante, e um bom achado nessa atual cena do cinema nacional.
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