Filmes de super heróis, em geral, não me
atraem nem um pouco. Confesso que já tentei assistir filmes do gênero
mas o excesso de GCI e algumas características específicas desse tipo de
obra me afastaram demais deste universo. Porém, existe um personagem
dos quadrinhos que sempre me faz abrir uma exceção, pois considero a
abordagem de seus filmes muito mais realista e profunda do que os
demais. Estou falando dele, o Batman, que teve sua primeira aparição nas
telonas em 1943 e já foi interpretado por alguns dos maiores nomes do
cinema como Robert Lowery, Michael Keaton, George Clooney e Christian
Bale.
Em Batman (The Batman), dirigido por Matt Reeves, quem
assume a responsabilidade de interpretar o "homem morcego" é Robert
Pattinson, que eu particularmente considero uma ótima escolha por ele
ser um dos atores mais completos da nossa geração. Justamente por isso
não me surpreendeu a atuação incrível de Pattinson, que mais uma vez
calou os críticos e demonstrou estar mais preparado do que nunca para o
papel. Diferente dos últimos filmes, onde a figura do Batman já
fazia parte do cotidiano de Gotham City, aqui temos um Batman mais
jovem, recém descobrindo o que de fato é "ser o Batman". Outra mudança
de perspectiva diante das obras anteriores é o fato do filme de Reeves
focar muito mais no lado investigativo do protagonista, que trabalha
junto com o chefe de polícia Jim (Jeffrey Wright) para desvendar uma
série de assassinatos que está amedrontando a cidade.
Por ter
essa atmosfera mais enigmática, que remete a filmes "noir" do passado, o
roteiro acaba tendo menos cenas de ação, o que achei bom, visto que
quando elas aparecem são com propósito e muito bem encaixadas com o
enredo. Aliás, destaco duas cenas de ação que para mim valeram o
ingresso do filme: a perseguição com o "BatMóvel" atrás do Pinguim,
interpretado por um irreconhecível Colin Farrell, e a cena em que o
Batman luta com capangas de Carmine (John Turturro) no escuro, que tem
sua iluminação conduzida apenas pelo fogo dos projéteis saindo das
armas, e que segundo o próprio diretor não teve nenhum tipo de efeito
digital.
No fundo de tudo existe uma Gotham City mais uma vez sombria e imoral, onde o crime cresce diariamente na mesma velocidade em que a corrupção corrói aqueles que deveriam cuidar disso. Aliás, importante dizer que a trama se passa durante os dias que antecedem a nova eleição para prefeito, onde os ânimos estão exaltados e muitas coisas estão sendo varridas para debaixo do tapete, cenário propício para surgir alguém como o vilão Charada, que quer "expor a podridão" que existe naquela cidade.
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