Em 21 de março de
1945, o exército britânico cometeu um dos erros mais absurdos já vistos
durante uma guerra. Tendo como alvo o prédio da Gestapo em Copenhagen,
os aviões da força aérea acabaram errando o local e atingiram uma escola
próxima, matando mais de 120 pessoas, grande maioria delas crianças.
Dirigido pelo dinamarquês Ole Bornedal, O Bombardeio (Skyggen i mit oje)
conta um pouco mais desta tragédia, mas infelizmente se perde em um
roteiro raso, sem foco, e extremamente forçado.
Primeiramente,
devo dizer que a introdução do filme é ótima, onde três jovens meninas
estão indo para um casamento e acabam sendo atingidas por uma saraivada
de balas jogadas de um avião. O diretor claramente quis começar passando
a mensagem de que a guerra é algo que atravessa violentamente a rotina
de pessoas inocentes sem pedir licença, e nisso ele acertou demais. A
partir de então, a história vai se desenrolando ao redor de personagens
que moram na capital dinamarquesa e que lá no final irão se conectar,
mas que por enquanto são mostrados individualmente. E é aqui que o filme
começa a se perder.
Ao querer mostrar um pouco de cada
personagem, o roteiro não se aprofunda de fato em nenhum. Um dos
exemplos é a freira Teresa (Fanny Bordenal), que começa a se questionar
sobre Deus depois dos horrores que presencia na guerra e que por si só
poderia ter rendido um plot muito interessante, mas que foi totalmente
desperdiçada quando inicia um romance com um soldado alemão. Também
achei forçado o garoto Henry (Bertram Bisgaard), que fica traumatizado
após assistir a um fuzilamento e perde a voz, mas em uma virada
totalmente previsível, a recupera quando se faz necessário.
Por
mais que já estejamos cansados de ver histórias da Segunda Guerra, tanto
no audiovisual como na literatura, senti que faltou uma
contextualização da situação e do porquê da Dinamarca estar sendo alvo
naquele momento. Também não tenho problemas com dramas, inclusive gosto
muito de filmes que me emocionam pelo conteúdo e diria até que é meu
gênero preferido, mas aqui temos o típico filme que tenta, nitidamente,
forçar a todo momento um choro no espectador e isso me incomoda demais.
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