Depois dos sucessos de
A Bruxa (2016) e O Farol (2019), o diretor Robert Eggers ganhou uma
legião de admiradores, e não é para menos. Visualmente falando, seus
filmes são verdadeiras obras primas, pois o cuidado que Eggers tem em
cada frame é realmente impressionante. Dito isto, O Homem do Norte (The
Northman) acabou se tornando um dos filmes mais esperados de 2022 desde
o seu anúncio, e já posso adiantar que cumpriu com as expectativas.
A
trama conta a história da lenda viking Amleth, que posteriormente
também serviu como inspiração para Shakespeare escrever seu clássico
Hamlet. Ela inicia em 985 D.C. quando, ainda garoto, Amleth (Alexander
Skarsgard) vê seu pai, o Rei Aurvansil (Ethan Hawke), ser morto após uma
traição orquestrada por seu tio Fjolnir (Claes Bang). Após conseguir
fugir do local, o menino promete que um dia irá voltar para se vingar.
Os anos passam e Amleth acaba se disfarçando de escravo para ir ao
encontro do algoz de sua família e cumprir aquilo que prometeu.
A
pesquisa histórica que o diretor fez sobre a maneira que os vikings
viviam foi profunda, e isso reflete diretamente no enredo do filme.
Desde os rituais místicos ao redor do fogo até mesmo a maneira que eles
praticavam esportes, está tudo muito bem elaborado, e quem gosta da
temática certamente vai ficar encantado com tantos detalhes. Gostei
também da divisão feita por capítulos, mesmo que por vezes isso quebre
um pouco do ritmo do filme, pois a cada passagem do tempo vamos
acompanhando Amleth mais maduro e preparado para enfrentar essa sua
batalha pessoal.
Alexander Skarsgard está impecável no papel principal, com uma atuação visceral, intensa e por vezes assustadora. Destaco também as participações de Nicole Kidman, como a mãe de Amleth, de Ethan Hawke, como seu pai, e de William Dafoe, que é o oráculo do reino. Na parte técnica ainda temos uma fotografia de tirar o fôlego e uma ótima trilha sonora, que ajuda a criar o clima de tensão que permeia o filme inteiro. Vivemos um tempo carente de histórias épicas e históricas, e O Homem do Norte preenche essa lacuna com brilhantismo, sendo até então um dos melhores filmes do ano.
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