De uns tempos para cá o
selo "original Netflix" não tem sido sinônimo de qualidade, muito pelo
contrário, mas no meio de tudo ainda existem exceções, e neste caso a
exceção fica por conta de "Silverton: Cerco Fechado", que apesar de
clichês narrativos, apresenta uma história real de luta e resistência na
África do Sul dividida pelo Apartheid.
O filme se passa nos anos
1980 e acompanha um grupo de rebeldes que lutava diariamente contra o
regime que dividiu a África do Sul entre brancos e negros e criou uma
das maiores desigualdades sociais da história mundial. Após um ataque
frustrado em uma Usina, o grupo liderado por Calvin Khumalo (Thabo
Rametsi) acaba se refugiando em um banco da região de Silverton, no
leste da capital sul-africana, fazendo quem estava no local de refém.
Ainda
que deixassem bem claro não se tratar de um assalto, e que todos
sairiam vivos da situação, o pânico entre os reféns era evidente,
principalmente quando a polícia passou a querer invadir o local. Foram
horas de negociações entre o chefe de polícia e os rebeldes, que em
troca de liberarem os reféns, começaram a pedir pela liberdade de Nelson
Mandela, preso há mais de 2 décadas. O incidente ficou marcado como um
dos precursores do movimento "Free Mandela", que se tornou mundialmente
conhecido e ajudou na libertação de Mandela em 1990.
O diretor estreante Mandla Dube entrega boas cenas de perseguição e ação, e consegue criar um bom clima de suspense ao inserir uma possível traição de um dos membros do grupo. Também é interessante analisar como o diretor faz sua crítica ao racismo de uma forma bem implícita (como a questão do refém norte-americano negro), ainda que o tema por si só já deixe claras as suas intenções. Só acho que o roteiro pecou em trazer à tona personagens secundários, para no fim não desenvolver eles. Ainda assim, Silverton: Cerco Fechado é um bom filme sobre está história real até então pouco conhecida.
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