O filme da diretora britânica Sally El Hosaini se baseia na história real de Yusra Mardini, atleta da Síria que teve que sair do seu país após o início dos conflitos armados em 2014, mas conseguiu competir nas olimpíadas do Rio de Janeiro pela equipe de refugiados montada pelo comitê olímpico.
O tema dos refugiados é um tema que sempre tem a minha total atenção, e vem sendo constantemente abordado no cinema atual. Não é para menos, já que estamos vivendo um dos períodos de maior crise neste sentido, sobretudo em países do nordeste da África e do Oriente Médio. A própria Síria é, hoje, o país que mais enfrenta o êxodo, tendo o número de refugiados estimado em 13 milhões desde 2015.
O filme começa em 2011 e mostra como a Síria era, até então, um país como qualquer outro, com os jovens se divertindo em festas e tendo sonhos. Nesse cenário vive Yusra (Nathalie Issa), junto de mais duas irmãs menores. Todas são treinadas pelo pai, que sonha um dia ver elas disputando as olimpíadas como nadadoras. A aproximação da guerra cria um clima de tensão dentro da família, até atingir diretamente seus membros e a situação ficar perigosa. Mesmo contrariada, Yursla acaba cedendo a vontade dos pais e vai buscar uma vida na Alemanha junto com sua irmã (Manal Issa) e com o primo Nizar (Ahmed Malek).
No entanto, para chegar na Europa, eles precisam enfrentar uma jornada e tanto, passando por vários países e caindo nas mãos de vários contrabandistas golpistas pelo caminho. O roteiro mostra com muita veracidade todo o processo que boa parte dos refugiados enfrentam para tentar fazer este percurso, onde muitas vezes precisam caminhar por muitas horas ou atravessar longos mares em botes pequenos e com capacidade excedida. Inclusive, uma das cenas de maior tensão do filme é justamente em um momento como esse.
No final, por mais que fuja de apelar para o melodrama, o filme acaba seguindo alguns vícios de "filmes de superação", até por ser uma produção Netflix e, consequentemente, ter uma série de filtros que a impedem de ir mais além do que certamente poderia ir. Mas isso não atrapalha a experiência como um todo e principalmente a mensagem que ele tenta passar.
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