terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Crítica: Glass Onion - Um Mistério Knives Out (2022)


Lançado em 2019, Entre Facas e Segredos se tornou um grande sucesso de público e crítica, e logo fez com que o diretor Rian Johnson anunciasse para ele uma sequência. Foi aí que nasceu a ideia de Glass Onion: Um Mistério Knives Out, que na verdade não se trata propriamente de uma continuação, a não ser pela presença do mesmo protagonista (o detetive Benoit Blanc), e acaba sendo um filme que se sustenta sozinho.


O enredo começa com vários personagens recebendo uma caixa misteriosa cheia de enigmas para resolver, que no final traz dentro dela um convite para passar uns dias na ilha isolada do magnata Miles Bron (Edward Norton) na Grécia. Entre os convidados está uma governadora em campanha para o Senado (Kathryn Hahn), um cientista renomado que trabalha na empresa de tecnologia deste mesmo magnata (Leslie Odom Jr.), uma socialite que ganha dinheiro com um site de roupas (Kate Hudson), e um influencer que faz vídeos sobre a "supremacia masculina" na twitch (Dave Bautista). Todos parecem super à vontade de voltar à ilha mais uma vez, mas se surpreendem com a presença de outras duas pessoas no embarque: a ex-sócia de Miles, (Janelle Monáe), e o detetive Blanc (Daniel Craig).

Este início, com a caixa misteriosa e a maneira que cada um deles a recebeu e resolveu o mistério para abri-la, foi excelente para nos apresentar de uma só vez todos os personagens e suas principais características, que vão de certa forma explicar suas ações ao longo da trama. O diretor também escolhe contextualizar o início do filme no meio da pandemia de Covid-19, e a forma como alguns deles estão lidando com o isolamento mostra o desapego e o egoísmo da parte de cada um.

A partir do momento que eles estão na ilha e se aconchegam na mansão de Miles, algumas coisas começam a sair do controle do empresário, e o roteiro traça uma estratégia muito parecida com a do primeiro filme, em trazer uma situação em que vários personagens se vêem em um único cenário e precisando desvendar um mistério entre eles. Aos poucos vamos descobrindo o elo que une cada um dos personagens a Miles Bron, e isso também nos ajuda a montar o quebra-cabeça junto com o detetive Blanc.


O design de produção realmente impressiona, e a mansão de Miles é exatamente do jeito que se espera ver da casa de um personagem megalomaníaco como ele, cheia de labirintos e inovações tecnológicas. Outro ponto positivo é a trilha sonora, que encaixa perfeitamente com o clima pretendido do filme. O final, no entanto, me decepcionou um pouco, porque me pareceu forçado e pouco inspirado em relação ao resto. Ainda assim, posso dizer que gostei mais deste filme do que do anterior.


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