quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Crítica: A Menina Silenciosa (2022)


O período da infância e o processo de criação que uma criança recebe dos pais é a coisa mais importante para o seu desenvolvimento e formação da personalidade que ela vai ter pelo resto da vida. É um pouco sobre isso que fala A Menina Silenciosa (An Cailín Ciúin), filme dirigido e escrito por Colm Bairéad, e que foi o escolhido para representar a Irlanda no próximo Oscar de melhor filme estrangeiro.


O enredo se passa na zona rural da Irlanda nos anos 1980 e acompanha Caít (Catherine Clinch), uma menina entre 9 e 10 anos que vive em uma família cheia de irmãos, mas cujo afeto é quase nulo. Em casa ela se sente acuada, e na escola ela é ainda mais excluída, o que a faz ser uma menina extremamente quieta e sem amigos. Quando a mãe está prestes a dar a luz a mais um filho, Caít é mandada para passar algumas semanas com um casal de outra cidade, que não tem filhos e passam os dias cuidando dos animais da sua fazenda.

A convivência com este casal, ainda que o filme não explique exatamente o porquê deles terem sido escolhidos, muda completamente a visão de mundo que Caít tinha. Ela passa a aprender coisas básicas que não sabia sobre a vida, sobre relações e principalmente sobre afeto. Eibhlín (Carrie Crowley) e Séan (Andrew Bennett) formam um casal que também tem o silêncio como característica, porém com muito amor para dar, principalmente depois de uma suposta tragédia ter acontecido no passado com o filho que eles tinham.


O filme é muito singelo, e isso é possível sentir até mesmo na sua fotografia, que usa tons leves e tomadas bem simples. A trilha sonora também é bastante sensível, e casa bem com os poucos (mas ótimos) diálogos. Com uma personagem literalmente silenciosa, era preciso focar nos olhares e nas expressões, e a atuação da menina Catherine Clinch consegue passar tudo aquilo que a obra necessitava.


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