Muito mais do que um
filme, Avatar: O Caminho da Água é uma verdadeira experiência sensorial
única e incomparável até então. Ao sair da sala de cinema, falei a
seguinte frase: "o 3D engatinhou para que chegássemos até aqui, e foi
criado especialmente para que pudéssemos assistir a esse filme". Sim, eu
estava completamente extasiado com o que vi, e se um filme é capaz de
nos deixar assim após o seu final, é porque ele conseguiu cumprir o seu
papel.
Mais de uma década após o primeiro Avatar, que naquela
época já havia sido revolucionário em termos de visual e uso do 3D,
James Cameron nos leva de volta à Pandora, o planeta onde vivem os
Na'vi, seres humanóides que medem de 3 a 4 metros de altura e possuem a
coloração azul. Jake Sully (Sam Worthington), o humano que acabou
ajudando os Na'vi a combater o coronel Miles Quaritch (Stephen Lang) no
primeiro filme, agora vive entre eles, e formou uma bela família junto
de Neytiri (Zoë Saldana). O casal e seus três filhos vivem
tranquilamente em conexão com a natureza exuberante de Pandora, até os
humanos voltarem ao planeta para explorar as riquezas naturais com
máquinas ainda mais mortais do que anos atrás.
Percebendo que
existe um ação para vingar a morte do coronel, e que ele é o alvo
principal, Jake decide ir com sua família para outro canto do planeta,
chegando em uma tribo completamente diferente nos modos e até mesmo na
aparência. É muito interessante o jeito como Cameron introduz esta nova
tribo e seus costumes, e principalmente a forma como Jake, Neytiri e os
filhos passam a aprendê-los para conviver entre eles. Como seres que
viviam basicamente nas matas, eles agora precisam desenvolver aptidões
específicas para a água, bem como lidar com uma nova fauna e flora.
Este
período entre um filme e outro foi importantíssimo para que o diretor
aprimorasse ainda mais as questões técnicas, sobretudo o uso do 3D
embaixo d'água, e o resultado é realmente estupendo. As cenas
subaquáticas são, de fato, as cenas mais bonitas que já vi no cinema.
Não existe nada igual em termos de imersão e beleza, e Cameron sabe
disso, por isso usa e abusa de cenas longas de silêncio e pura
contemplação.
Assim como no primeiro Avatar, é bem explícita a crítica feita a respeito da destruição gananciosa da natureza, e neste caso em específico sobre as pescas predatórias. Há inclusive um momento em que um dos personagens indaga sobre eles terem gasto horas de esforço para matar um animal, sendo que a única coisa que vão usar dele é um líquido que no final é coletado em menos de 1 minuto. Essa questão ambiental ganha ainda mais força quando paramos para analisar o modo como os Na'vi se conectam com a natureza e vêem os animais quase como membros de suas famílias.
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